Vacinação nacional contra a covid-19 começa no dia 20 de janeiro

A vacina do Butantan começa a chegar hoje nos estados. Foto: Governo do Estado de São Paulo/Fotos Públicas


Agora é oficial. O dia D será na próxima quarta-feira, 20, e a hora H será às 10h

Após a autorização do uso emergencial das vacinas contra a covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde oficializou o início do Plano Nacional de Imunização (PNI). A tão esperada data será no dia 20 de janeiro, próxima quarta-feira, a partir das 10h da manhã. Nesta primeira fase, serão distribuídas as vacinas do Instituto Butantan.

Ao todo, são 6 milhões de doses que serão destinadas para 3 milhões de pessoas do primeiro grupo prioritário. Serão contemplados: idosos acima de 60 anos institucionalizadas, pessoas com deficiência institucionalizadas, população indígena (que vive em terras indígenas) e trabalhadores da área da saúde. Segundo a pasta, o plano de distribuição das vacinas prevê para hoje (18), a partir das 7h, o início da entrega que levará as vacinas para todos estados brasileiros.

De acordo com a orientação do próprio Butantan, cada pessoa do grupo prioritário receberá duas doses e o intervalo entre elas poderá ser de 14 ou 28 dias. Sendo assim, 3 milhões de brasileiros devem ser imunizados nesta primeira fase.

Pazuello confirma data da vacinação nacional
Em coletiva, Pazuello defendeu que a vacina contra a covid-19 não será obrigatória. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Pazuello confirma data da vacinação nacional

O anúncio do início da vacinação nacional foi feito na tarde de ontem (17) no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no no Rio de Janeiro.

A coletiva teve a presença do ministro Eduardo Pazuello que começou se solidarizando com as famílias das vítimas da covid-19 e com os profissionais da linha de frente da saúde. Os últimos números do ministério apontam que o país já perdeu 209.847 mil pessoas, os casos confirmados já somam 8.488.099 milhões de pessoas.  “Hoje o Brasil passa por um momento de grande avanço, esperança e conforto aos brasileiros, que aguardavam por esta notícia. Está dado o primeiro passo para a maior campanha de vacinação do mundo contra o coronavírus”, disse.

Um pouco antes do início da coletiva realizada no Rio Janeiro, o governo do Estado de São Paulo vacinava a primeira brasileira com o imunizante do Butantan. Pazuello chamou de “jogada de marketing” marcar o início da vacinação com uma pessoa e “em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso”, comentou.

As críticas ao governo paulista seguiram e o ministro pediu: “senhores governadores, não permitam movimentos políticos eleitoreiros se aproveitando da vacinação nos seus estados. O único objetivo, neste momento, tem que ser o de salvar mais vidas e não fazer propaganda própria”.

Pazuello subiu o tom e disse que o Ministério da Saúde foi o grande parceiro do Instituto Butantan no desenvolvimento da vacina e que foram investidos R$ 80 milhões em outubro do ano passado, para que hoje o imunizante estivesse disponível. “Tudo que foi comprado, foi com recurso do SUS (Sistema Único de Saúde), autorizado por mim”, afirmou.

Ao ser questionado sobre o estado de São Paulo não seguir o PNI e adiantar a campanha no estado,  o ministro pontuou que o contrato de exclusividade com o Butantan obrigaria o instituto a entregar todas as 6 milhões de doses e que “nenhuma dose pode ser retirada”.

Grupos Prioritários

O ministro foi perguntando se as pessoas do primeiro grupo prioritário serão comunicadas e ele explicou que “os grupos prioritários são mais controlados. Idosos em instalações de longa duração, que a vacina vai até eles, profissionais de saúde que estão na linha de frente, em que forma de comunicação é em outro nível, vai no aplicativo Conecte SUS, onde faz a inscrição para a vacinação, os índios aldeados, (a vacina) vai até a aldeia”.

Para Pazuello, “os grupos iniciais são mais simples de serem trabalhados. Isso vai dando tempo para a estrutura se organizar para os públicos maiores”, explicou.

Eficácia da Vacina do Butantan

Como anunciado pelo Instituto Butantan, a vacina apresentou 50,38% de eficácia global, mas o imunizante reduziu em 78% as internações hospitalares e teve 100% na diminuição dos casos graves. Assim, Eduardo Pazuello comentou que esse será o perfil estratégico desta vacina, pois “o agravamento será amenizado. Nesse aspecto a vacina se mostrou eficaz”. O ministro ainda disse que quando chegar a vez dele, ele deverá ser vacinado.

Vacina da Fiocruz

A Azul tinha liberado um Airbus A330neo para ir até Mumbai buscar as 2 milhões de doses fabricadas pelo Instituto Serum, empresa indiana. Mas a decolagem que iria acontecer na sexta-feira passada foi remarcada, e posteriormente cancelada. Durante a coletiva, o ministro Pazuello foi questionado se haveria uma previsão para a chegada dos imunizantes, e ele informou que a documentação de importação e exportação já foram assinados, mas por conta do início da vacinação na Índia, o voo precisou ser remarcado.

O chefe da pasta não confirmou uma data para a ida do Airbus para a Índia, mas acredita que deverá acontecer entre 2 ou 3 dias. Assim, até o fim desta semana, o Brasil deverá ter mais 2 milhões de vacinas para o PNI.

Com relação a chegada dos Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) ao país, o ministro afirmou que o IFA vem da China e faltaria “celeridade” das autoridades chinesas para liberar a exportação do IFA, que é necessário para que a Fundação Oswaldo Cruz possa iniciar a produção nacional da vacina Oxford/Astrazeneca.

Plano Nacional: Distribuição entre os estados

Veja como ficou a distribuição das 6 milhões de vacinas por estado:

Região Norte

  • Rondônia – 33.040
  • Acre – 13.840
  • Amazonas – 69.880
  • Roraima – 10.360
  • Pará – 124.560
  • Amapá – 15.000
  • Tocantins – 29.840
    Total de doses – 296.520

Região Nordeste

  • Maranhão – 123.040
  • Piauí – 61.160
  • Ceará – 186.720
  • Rio Grande do Norte – 82.440
  • Paraíba – 92.960
  • Pernambuco – 215.280
  • Alagoas – 71.080
  • Sergipe – 48.360
  • Bahia – 319.520
    Total de doses – 1.200.560

Região Centro-Oeste

  • Mato Grosso do Sul – 61.760
  • Mato Grosso – 65.760
  • Goiás – 182.400
  • Distrito Federal – 105.960
    Total de doses – 415.880

Região Sudeste

  • Minas Gerais – 561.120
  • Espírito Santo – 95.440
  • Rio de Janeiro – 487.520
  • São Paulo – 1.349.200
    Total de doses – 2.493.280

Região Sul

  • Paraná – 242.880
  • Santa Catarina – 126.560
  • Rio Grande do Sul – 311.680
    Total de doses – 681.120

Os números acima não contemplam a população indígena que reside em terras indígenas. No total, esse grupo deverá receber 907.200 mil vacinas, distribuídas da seguinte forma: Norte (411.920), Nordeste (235.600), Centro-Oeste (158.280), Sudeste (31.080) e Sul (70.320).

Veja a tabela divulgada pelo Ministério da Saúde:

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