Pazuello foi convidado para prestar esclarecimentos aos senadores sobre as ações de enfrentamento da covid-19
Na tarde desta quinta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve no Senado Federal. Ele participou de uma sessão temática para esclarecer as ações de combate ao coronavírus no país.
Em uma sessão longa, 29 senadores se inscreveram para realizar questionamentos ao ministro. Em linhas gerais, as perguntas tratavam sobre: a estratégia da vacinação; se houve omissão do Governo Federal no enfrentamento da covid-19; as atitudes negacionistas do executivo; a nova cepa do coronavírus no país e a falta de oxigênio no Amazonas.
A presença do ministro foi apontada como fundamental para decidir se a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 será ou não instaurada no Senado Federal.
Vacinação
O ministro confirmou que no Brasil, 5 milhões de doses já foram aplicadas, e que em breve, o país estará entre os primeiros países “do mundo em números totais e em percentuais”. Pazuello ainda lembrou que a Fiocruz e o Butantan já receberam o insumo para a produção das vacinas.
“Além dessas vacinas que já estão sendo produzidas no Brasil, nós temos negociações com vários outros laboratórios. Eu vou explanar aqui para que os senhores entendam como funciona; como funciona não, como é o trabalho todo, como é toda a sequência de ações até nós chegarmos a receber a vacina. Temos a Covaxin, a Sputnik V, a Pfizer, a Janssen e tantas outras que eu vou listar mais à frente”, afirmou.
O chefe da pasta da Saúde ainda destacou: “E eu queria colocar isso de forma peremptória para todos os Senadores. Tudo aquilo que foi apresentado para nóis de verdade está sendo comprado ou foi comprado. Tudo, sem exceção! Não há nenhuma possibilidade de não ter sido negociado ou contratado.”
Quanto a próxima previsão de entrega de vacinas para o ministério, Pazuello acredita que deva ocorrer daqui 12 dias. E ele garantiu que “nós vamos vacinar o País em 2021, 50% da população vacinável até junho; 50%, até dezembro. Esse é o nosso desafio e é o que nós estamos buscando e vamos fazer”.
Amazonas
Pazuello começou apresentando uma linha do tempo com as ações do Ministério da Saúde de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021.
Ele destacou que no dia 30 de dezembro, o estado do Amazonas recebeu R$ 25,5 milhões destinados para ações de combate a Covid-19. O ministro destacou que foram realizadas reuniões com as equipes e até o dia 7 de janeiro não havia nenhuma notícia sobre o colapso de oxigênio.
No dia 10 de janeiro, a Força Aérea Brasileira fez o transporte de cilindros de oxigênio e o ministro chegou a Manaus. Lá foi possível verificar a dificuldade de logística da região.
Sobre a nova cepa de Manaus, Pazuello afirmou que é impossível colocar uma redoma na cidade e que a linhagem deve estar circulando por todo país.
“O Ministério da Saúde não tem qualquer competência para gestão de ações de saúde em estados e municípios, mesmo assim eu levei todo mundo para Manaus. Independentemente da lei, foi assim que começamos a ganhar a guerra”, defendeu o ministro.
A crise do oxigênio já estaria em outros estados, segundo alertou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-SP) ao questionar o ministro. Sobre essa situação, Pazuello disse que a solução para garantir o insumo será fabricar oxigênio nos estados e assim, superar as dificuldades logísticas.
“Nada ficou para trás. Nenhum dia, todas as ações foram proativas, e a vacinação será proativa também. Quem vai fazer a vacinação acelerada em Manaus será o Ministério da Saúde e o Ministério da Defesa”, defendeu Pazuello.
Estratégias de Ação
O ministro lembrou que as ações da saúde passam por três níveis: federal, estadual e municipal. De forma geral, a atuação contra a covid-19 não foi perfeita, “mas tivemos uma boa resposta”.
Ao responder a questão sobre a estratégia do Ministério de distribuição de insumos e materiais, Pazuello disse que todos os repasses só acontecem com a solicitação dos Estados ou Municípios.
“Nós vamos ganhar a guerra juntos”, disse Pazuello ao senador Eduardo Braga (MDB-AM). O ministro ainda destacou que com relação a vacinação no Amazonas, “nós vamos fazer um grande plano de vacinação, está desenhado”.
Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária pediu que o executivo derrube o limite de 5 dias para a análise do pedido emergencial. Pazuello defende que a distribuição de vacinas e remédios precisam passar pelo aval da agência, que pode sinalizar o tempo necessário para concluir o processo.
Medidas Preventivas
Pazuello voltou a diferenciar o atendimento precoce do tratamento precoce, que havia sido defendido anteriormente por autoridades. “E é o atendimento imediato – quer usar a palavra “precoce”, quer usar a palavra que quiser, mas o que nós sempre queremos dizer e sempre quisemos dizer é que não fique em casa até ficar com falta de ar; procure imediatamente o atendimento médico”, disse.
O ministro defendeu o uso de máscara e a importância de manter o distanciamento social como medidas preventivas.