Diretor do Butantan defende confiabilidade de vacina chinesa

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Instituto Butantan SP. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Não há motivo para preocupação com nacionalidade da vacina, diz Dimas Covas

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, rechaçou nesta quinta-feira (6) questionamentos sobre a confiabilidade da Coronavac, vacina chinesa contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório Sinovac Biotech. ele ressaltou que não há motivos para preocupação em relação à nacionalidade da vacina.

“A gente tem que lembrar que o nosso telefone Apple é feito na China e são feitos inúmeros outros produtos industriais, inclusive as grandes farmacêuticas todas têm grandes laboratórios e grandes investimentos na China. A China é um país que tem um investimento muito pujante hoje em ciência. É uma ciência que se ombreia com qualquer outro país do mundo e muitas vezes em termos de volume até superior. Não há motivos para descaracterizar ou desconsiderar uma vacina pelo fato dela ter sido desenvolvida inicialmente na China”, ressaltou Covas ao participar da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de enfrentamento à pandemia.

Fase três

Neste momento, o Butantan comanda a fase três dos testes na qual são feitos os ensaios clínicos, que são os estudos de um novo medicamento em seres humanos. A fase clínica serve ainda para validar a relação de eficácia e segurança do medicamento e também para novas indicações terapêuticas.

As primeiras duas fases foram feitas na China. A testagem coordenada pelo instituto brasileiro terá a participação de 9 mil voluntários e deve ser concluída entre o final de outubro e o início de novembro.

O contrato com a farmacêutica chinesa permite ao Butantã começar a produzir e envasar a Coronavac a partir de outubro deste ano. Se a vacina for aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial tanto na China como no Brasil para fornecimento gratuito ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Os passos seguintes são o registro do produto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e fornecimento da vacina em todo o Brasil, o que está previsto para janeiro de 2021.

Segundo o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, que também participou do debate, apesar da flexibilização que houve na resolução que normatiza o registro de medicamentos e vacinas que serão utilizadas no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, a comprovação da eficácia e a segurança são imprescindíveis nesse processo.

Entre outros aspectos, para conceder o registro, a Anvisa precisa saber, por exemplo, se a vacina é segura, por quanto tempo tem eficácia e se será necessária dose de reforço.

América Latina

Outro ponto destacado pelo diretor do Instituto Butantan é que já há conversas com outros países para fornecimento da Coronavac. Nesse sentido há memorando de intenções com a Argentina, além de conversas com a Colômbia, com a Organização Pan-Americana da Saúde e com um órgão americano. “A perspectiva é que o Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac possa ser um grande provedor de vacinas para a América Latina”, afirmou.

 

 

*Com informações da Agência Brasil

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