Ministério da Saúde aguarda Planalto para seguir negociando a compra com a Pfizer
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro de uso definitivo para a vacina Cominarty contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer/BioNTech. O imunizante é o primeiro a receber o registro definitivo no país. O Ministério da Saúde aguarda o aval do Planalto para comprar as vacinas, segundo a pasta, a Casa Civil deverá dar um retorno até o fim desta semana.
Na tarde de hoje (23), a Anvisa realizou uma coletiva para detalhar o processo de aprovação da vacina desenvolvida pela Pfizer.
Vacina da Pfizer
Os primeiros ensaios da vacina da Pfizer no Brasil começaram em julho do ano passado. Em novembro houve a certificação de boas práticas de fabricação. O pedido de registro definitivo foi feito pelo laboratório no dia 5 de fevereiro, e hoje, 23 de fevereiro, a agência aprovou o imunizante da Pfizer, relatou Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa.
O porta-voz da Anvisa lembrou que a eficácia global foi de 95%. A vacina poderá ser aplicada em indivíduos com idade igual ou superior a 16 anos. Serão aplicados 0,3 ml em duas doses, com o intervalo de 21 dias. A única contraindicação é com relação a indivíduos que apresentem alergia a qualquer princípio ativo da vacina.
Vale lembrar que a vacina da Pfizer e da BioNTech contra a Covid-19 utiliza a tecnologia do RNA mensageiro, ou mRNA, que ajuda o organismo a gerar a imunidade contra o coronavírus, A ideia é que o mRNA sintético dê as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. Uma vez produzidas no organismo, essas proteínas (ou antígenos) estimulam a resposta do sistema imune resultando, assim, potencialmente em proteção para o indivíduo que recebeu a vacina.
Na sequência, Maria Fernanda Reis, gerente de Avaliação de Produtos Biológicos (GPBIO-Anvisa) falou sobre os critérios de avaliação de qualidade da vacina Cominarty. Ela ainda destacou algumas incertezas do imunizante, em especial, com pessoas com comorbidades, e indivíduos com doenças autoimunes e inflamatórias.
Maria Fernanda ainda destacou que até então se sabe que a vacina é capaz de prevenir a manifestação da doença e não se sabe ainda se a vacina impede a transmissão do vírus. “A Anvisa compreende o seu papel de garantir a saúde da população e garantir o acesso maior das vacinas”, disse.
A especialista ainda destacou que a avaliação de benefício e risco dá suporte para autorização em definitivo da vacina.
Clínicas particulares
A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), em nota, ressaltou que “todo novo imunizante registrado no Brasil aumenta as possibilidades de imunização da população brasileira e que a prioridade para aquisição de doses de qualquer vacina contra a Covid19 deve ser do Governo Federal, para utilização de acordo com o plano nacional.”
O documento ainda lembra que as empresas associadas à ABCVAC aguardam a “a disponibilidade de doses para aquisição pelo setor privado de vacinação humana, para poderem atuar, como sempre fizeram, de forma complementar ao Programa Nacional de Imunização.”