Real, Barcelona e Juventus criticam Uefa após serem alvos de processo devido a Superliga

Em comunicado conjunto, o trio segue defendendo a criação da Superliga: “Ou modernizamos o futebol ou testemunharemos sua inevitável ruína”

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Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e da Superliga, não desistiu do projeto de fazer uma liga europeia sem a participação da Uefa – Foto: AFP

A trama da Superliga Europeia segue ganhando novos capítulos. Nesta quarta-feira (26), Real Madrid, Barcelona e Juventus fizeram um manifesto conjunto sobre o processo disciplinar da Uefa contra os respectivos clubes por “potencial violação ao quadro jurídico” da entidade devido à participação deles na Superliga.

Os remanescentes do projeto afirmaram no comunicado que a abertura do processo é “incompreensível”. Além disso, demonstraram sua indignação dizendo que a decisão é um desrespeito aos tribunais de Justiça e tornaram a defender a Superliga, iniciativa, a princípio, de 12 clubes europeus que buscavam substituir a Champions League.

O anúncio da abertura do processo disciplinar foi posterior à investigação de inspetores do Comitê de Ética e Disciplina da Uefa. No dia 7 deste mês, a instituição havia divulgado que os outros nove clubes fundadores da Superliga haviam deixado o grupo e seguido uma série de recomendações para evitar punições.

Confira abaixo o comunicado de Real Madrid, Juventus e Barcelona na íntegra repudiando a atitude da Uefa:

“FC Barcelona, Juventus de Turim e Real Madrid CF querem expressar a sua rejeição mais absoluta à insistente coerção que a Uefa tem mantido em relação a três das maiores instituições da história do futebol. Da mesma forma, esta atitude é alarmante em flagrante violação da decisão dos tribunais de justiça, que já pronunciaram claramente advertir a Uefa para se abster de qualquer ação contra os clubes fundadores da Superliga enquanto o processo judicial está em andamento.

Portanto, a abertura de um processo disciplinar pela Uefa é completamente incompreensível e mina diretamente o Estado de direito que nós, cidadãos da União Europeia, construímos democraticamente. Além disso, constitui uma falta de respeito pela autoridade dos próprios tribunais de justiça.
Desde o início, a Superliga tem sido promovida com o objetivo de melhorar a situação do futebol europeu, sempre em diálogo permanente com a Uefa e com o objetivo de continuar a aumentar o interesse por esta modalidade e oferecer aos adeptos o melhor espetáculo possível. Tudo isto, num quadro de sustentabilidade e solidariedade, sobretudo numa situação econômica de máximo risco como a que vive grande parte dos clubes europeus.

No entanto, em vez de estudar como modernizar o futebol em diálogo aberto, a Uefa quer que retiremos os procedimentos legais que, como poderia ser de outra forma, questionam o seu monopólio do futebol europeu. Barça, Juve e Madrid, clubes centenários, não cederão a qualquer tipo de coerção ou pressão intolerável e continuarão a mostrar a sua firme vontade de debater, a partir do diálogo e do respeito, às soluções urgentes que o mundo do futebol exige hoje. Ou modernizamos o futebol ou testemunharemos sua inevitável ruína”.

Consequências aos remanescentes da Superliga

Barcelona, Juventus e Real Madrid correm o risco ser excluídos de competições organizadas pela Uefa, caso não acabem seus vínculos com a Superliga. Os três gigantes europeus se classificaram para a próxima edição da Champions League.

Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e da Superliga, já deixou público que ainda não desistiu do torneio separatista. Andrea Agnelli, principal acionista da Juventus e presidente do clube, foi um dos entusiastas da liga e chegou a anunciar o fim do grupo, entretanto, de acordo com a Uefa, os italianos ainda não abriram mão do projeto. Enquanto a nova diretoria do Barcelona prometeu submeter sua participação na Superliga à votação com os sócios.

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, já deixou sua indignação contra o projeto da Superliga pública e pretende punir os responsáveis pela ideia. Vale ressaltar que qualquer decisão do Comitê Disciplinar da Uefa está sujeita a recursos no Tribunal Arbitral do Esporte. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos desta novela.

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