Um novo olhar sobre o Jardim Botânico

O Jardim Botânico inaugurou, em dezembro passado, um novo formato de passeio. A Visita Premium é um tour guiado, com 1 hora de duração, feito em carrinho elétrico para grupos de até 6 pessoas (R$ 300). Pensei que seria uma boa oportunidade para revisitar esse lugar tão bonito, e de quebra conferir o menu do novo Green Garden, restaurante anexo ao parque. Foi um dia muito agradável, uma ótima opção de programa no Rio!

 

Chafariz veio da Inglaterra para o Centro do Rio e foi levado para o Jardim Botânico na década de 30. Ao fundo, o Cristo Redentor.

A dica vale para turistas e também locais. Para quem vem de fora, ir ao parque é um item quase obrigatório do check list. Já os cariocas, que não têm o costume, parecem ter redescoberto o programa durante a pandemia. “Atualmente, a maioria dos nossos clientes é do Rio, o que não ocorre normalmente”, diz o gerente do Green Garden, Renan Silva. “Esperamos que o carioca continue frequentando o parque”, torce. De fato, a Visita Premium me trouxe um novo olhar sobre nosso Jardim Botânico – o maior do mundo em diversidade de espécies.

HISTÓRIA RICA

D. João VI ganhou de um pirata a primeira semente de palmeira imperial, vinda do Caribe.

Quem mora no Rio está acostumado a passar em frente ao Jardim Botânico, sentir a redução na temperatura ambiente, o ar mais puro para respirar, e admirar a paisagem – quando não está olhando o celular! Mas quase sempre esquecemos o quanto de história (e ciência) tem lá dentro. As construções ali presentes, por exemplo, são as primeiras de toda a Zona Sul. Uma delas foi simplesmente a primeira fábrica do Brasil: na colônia não eram permitidas manufaturas, mas com a vinda da família real em 1808, D. João VI ordenou a fabricação de pólvora para defesa.

Atualmente, o local abriga o Museu Sítio Arqueológico Casa dos Pilões, uma das paradas da visita. Logo no início do percurso, a guia Lilás me convida a descer do carrinho e olhar de perto um exemplar de pau-brasil. “Somos chamados brasileiros por causa desta árvore. Assim era chamado quem trabalhava no corte da maneira. Esse pigmento avermelhado era valiosíssimo”, explica. A história do lugar se confunde com a história do Rio e do Brasil. A área foi utilizada pela família real também como jardim de aclimatação, para conservar iguarias. Aos poucos, foram introduzidas milhares de espécies da flora brasileira e estrangeira – até que surgiu o Real Horto e, mais tarde, Jardim Botânico. A primeira semente da palmeira imperial, símbolo do parque, foi dada a D. João por um pirata. Hoje são 227 exemplares desta espécie caribenha. “As árvores atuais são bisnetas e tataranetas das originais”, conta a guia.

Jardim Botânico
Museu Sítio Arqueológico Casa dos Pilões: construção foi a primeira fábrica do Brasil.

Entre as árvores mais bonitas que vi estão o pau mulato (que parece brilhar), o baobá africano, a guarajuba (ameaçada de extinção) e a sumaúma – que abriga sob seus pés o Espaço Antônio Carlos Jobim. O maestro soberano foi vizinho e frequentador assíduo do Jardim Botânico.

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Jardim Botânico
Tom Jobim: visitador assíduo.

Sem falar nas bromélias, insetos, no canto dos pássaros… O lugar é realmente um deleite para os sentidos. É interessante como alguns detalhes da Visita Premium ficam na lembrança, como no momento em que a guia oferece uma folha de cravo, originalmente plantado por D. João VI, para o visitante sentir o aroma. Ou quando nos entrega um pequeno açaí, caído do açaizeiro. “Não abra, porque mancha tudo”, alerta. Outra coisa que impressiona é a amplitude do trabalho científico desenvolvido pelo Jardim Botânico, com inúmeras pesquisas. O acervo do parque conta com milhares de espécies vegetais catalogadas, com DNA sequenciado, e desenvolve uma série de estudos e trabalhos científicos em parceria com instituições públicas e privadas.

TEM GASTRONOMIA

E também tem gastronomia no Jardim Botânico: o restaurante anexo Green Garden é especializado em carnes. Inaugurado novembro, em substituição a outra bandeira, ele faz parte da rede que inclui também o Garden Café e o Park Garden – ambos dentro do parque, mas com cardápio reduzido e sem bebidas alcoólicas.

No Green Garden você pode fazer um brunch ou almoçar, com pratos como a Costela Keno Ribs para 3 pessoas (R$ 130) ou o Churrasco Misto + Salada Mix (R$ 200 – p/4). De entrada, provei o novo bolinho que leva o nome da casa (R$ 49,90), preparado com pernil e provolone – bom para acompanhar uma cervejinha. O prato principal foi o Beef Chateaubriand (R$ 69), um corte alto e saboroso de filé mignon grelhado, coberto com queijo brie derretido.

Bem servido, vem acompanhado de brócolis ao alho e arroz pilaf – com o toque especial do açafrão. Fazia calor e para beber escolhi o Suco Mix (R$ 18,90), de morango e laranja – gostoso e com uma apresentação interessante. Para adoçar o dia, fechei os trabalhos com um maravilhoso Coffenut: café expresso com leite vaporizado, calda de chocolate, Nutella, chantilly e raspa de chocolate. Não preciso nem falar, né? 😉

*Para informações sobre agendamento da Visita Premium acesse este LINK. O parque segue todas as normas de segurança.

Conheça outras descobertas de Gabriel Versiani pelo Rio de Janeiro aqui!

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