Tudo aconteceu no GP da Hungria e a vitória foi de Esteban Ocon

hungria
Esteban Ocon vence pela primeira vez na Hungria. Foto: F1.com

O GP da Hungria começou com Valtteri Bottas dando um strike nos adversários já na primeira curva

Historicamente, o Grande Prêmio da Hungria da Fórmula 1 não guarda muitas emoções, o traçado travado dificulta as ultrapassagens e quem leva a pole, geralmente é o vencedor. Mas neste domingo, tudo aconteceu na corrida válida pela décima primeira etapa da temporada 2021.

No sábado, Lewis Hamilton tinha cravado a oitava pole dele na Hungria, em segundo estava Valtteri Bottas e a segunda fila era da Red Bull com Max Verstappen e Sergio Perez. No apagar das luzes, as surpresas começaram.

GP da Hungria

Valtteri Bottas não largou bem e foi superado por Lando Norris e Sergio Perez, mas na hora de fazer a curva, a pista estava molhada e o finlândes não teve aderência. Resultado? Um belo strike. Bottas acertou Norris, que acertou Max Verstappen.

Logo atrás da confusão, Stroll acertaria e tiraria Charles Leclerc da prova. O acidente da primeira curva tirou da corrida: Bottas, Leclerc, Stroll, Perez e Norris. Max Verstappen teve avarias na lateral do carro, mas conseguiu seguir na corrida.

Com a pista suja, a direção de prova optou por uma bandeira vermelha, o que possibilitou alguns ajustes nos carros envolvidos na confusão.

E na relargada aconteceu outra cena improvável. A pista estava seca e todos os pilotos optaram em trocar os pneus, menos Lewis Hamilton, que seguiu no grid e foi o único a relargar da pista. Mas a estratégia da Mercedes poderia ter custado muito caro, foi caro, mas..

Na volta seguinte, Hamilton entrou nos pits e foi para último lugar. Naquele momento, o rival da temporada, Max Verstappen estava em décimo terceiro. Ao voltar para a pista, a equipe Mercedes tentava animar o inglês e disse que ele tinha o melhor carro da corrida, mas era Hungaroring, a pista mais difícil de ultrapassar do calendário.

Podia ser a pista mais difícil, mas quando se trata de Lewis Hamilton, o show está garantido. E ele foi, com dificuldade, escalando o pelotão. 

Lá na frente, se via uma briga diferente, Esteban Ocon era líder da prova, com Sebastian Vettel em segundo. O alemão até tentou ultrapassar, mas não conseguia se aproximar de fato por conta da aerodinâmica e como já falamos aqui, o traçado não favorece as ultrapassagens.

Na volta 32, Hamilton já estava em quinto lugar, e Max Verstappen brigava para tentar entrar na zona de pontuação, o holandês ficou muito tempo encaixotado na prova atrás do ex-companheiro de Red Bull, Riccardo.

Logo depois, na volta 38, Ocon entrou para fazer a troca de pneus e depois de sete anos, Fernando Alonso voltou a ser líder em um Grande Prêmio. A última vez tinha sido na Hungria também, em 2014.

Mas foi uma liderança curta, pois Alonso também precisava trocar os pneus. Na volta 48, foi a vez de Hamilton fazer a última troca. Ele voltaria atrás do espanhol para fazer um dos duelos mais sensacionais do domingo.

Carros lado a lado e Hamilton tentou várias vezes ultrapassar Fernando Alonso que não facilitou, mas o espanhol errou em uma das curvas e assim, o sete vezes campeão superou o bicampeão.

hungria
Alonso erra na curva e Hamilton consegue ultrapassar o espanhol. Foto: Jiri Krenek / Mercedes-Benz Grand Prix Ltd.

Faltavam cinco voltas para o fim e Hamilton seguiu voando, a diferença para o líder na prova chegou a ser de 40s, e se não fosse em Hungaroring, o inglês poderia ter vencido mais uma vez na temporada.

Depois de ultrapassar Alonso, a diferença para Vettel era de 12s, mas em cinco voltas, essa diferença ficou no visual.

O pódio então ficou assim: Ocon, vencendo pela primeira vez, Vettel e Hamilton. Max Verstappen terminou em décimo. Não podemos deixar de contar que o ponto extra da volta mais rápida ficou com o Hamilton, que assumiu a liderança do campeonato.

Depois de segurar o atual campeão, Fernando Alonso foi escolhido pelos fãs da categoria como o Piloto do Dia.

Erro ou acerto da Mercedes?

Após a prova, Totó Wolff, o chefe da Mercedes, disse que “Para ser honesto, acho que fizemos absolutamente a coisa certa. Não há ninguém na equipe que teria feito de outra forma. Como um carro da frente é sempre difícil tomar uma decisão e se você é o único que pula, você sai por último e há a dificuldade de sair da banca porque todo mundo está pondo e … obviamente, jogou contra nós.

“Essas coisas podem acontecer – eu apoio absolutamente a decisão de ficar de fora – e é por isso que estou bem”, continuou o chefe da Mercedes. “Acho que poderíamos ter apostado como um carro líder e chegado também com um resultado desastroso e, se isso acontecesse, as pessoas também teriam dito que tínhamos [cometido] um erro. Essa foi a decisão certa.

Cansado, Hamilton chegou a perder o início da coletiva. O inglês sentiu fadiga e tontura e disse que pode estar sofrendo os efeitos da infecção da Covid que teve no ano passado. Para ele, a estratégia de não trocar os pneus antes da relargada teria sido um erro, mas um  “erro de todos nós, mas ganhamos e perdemos como uma equipe e suportamos o peso do erro juntos e continuamos lutando, então a equipe fez um trabalho incrível com a estratégia, com pitstops, e eu só tinha que fazer funcionar lá fora”, disse o agora líder do campeonato.

Punição a Vettel

Horas depois da bandeirada, a Fórmula 1 anunciou a punição a Sebastian Vettel, com isso ele perde a segunda colocação. Como isso aconteceu? Segundo as regras, os competidores precisam garantir que uma amostra de 1 litro de combustível possa ser retirada do carro a qualquer momento, mas só foi possível retirar 300ml do Aston Martin de Vettel. 

Assim, Lewis Hamilton, que estava exausto ao fim da prova, passa a ser o segundo e Carlos Sainz, da Ferrari, herda o terceiro lugar.

O time de Vettel deve questionar a decisão. A equipe se pronunciou pelas redes sociais: “A perda de 18 pontos é decepcionante para a equipe, mas não prejudica o desempenho impecável de Sebastian.” 

No entanto, o veredicto dos comissários afirma que:

A equipe teve várias oportunidades para tentar retirar a quantidade necessária de combustível do tanque, mas só foi possível bombear 0,3 litro.

Durante a audiência na presença do Delegado Técnico da FIA e do Diretor Técnico da FIA, o chefe da equipe da Aston Martin afirmou que deve haver 1,44 litros no tanque, mas eles não são capazes de retirá-lo. Este número é calculado usando o modelo FFM ou injetor.

Diante dessa situação, o carro nº 5 não está em conformidade com os requisitos do Art. 6.6 do Regulamento Técnico da FIA. De acordo com o Art. 6.6.2, os competidores devem garantir que uma amostra de 1,0 litro de combustível possa ser retirada do carro a qualquer momento O procedimento foi seguido, no entanto, não foi possível coletar a amostra de 1,0 litro de combustível.   

Os primeiros pontos da Williams

George Russell batalhou, batalhou e hoje e pode celebrar os primeiros pontos pela a equipe Williams, mas não foi só ele, o companheiro Nicholas Latiffi também terminou a prova na zona de pontuação.

A Fórmula 1 agora terá o recesso do verão europeu e retorna entre os dias 27 e 29 de agosto para o GP da Bélgica.

Open chat
Olá,
Agradecemos o seu contato! Como podemos te ajudar?