O dinheiro físico continua sendo uma forma importante de pagamento, no entanto, estima-se que 35% de cédulas em espécie não estão disponível
Um número curioso, você sabia que mais de R$ 1,4 bilhão em dinheiro físico não está disponível, ou seja, está fora de circulação no Brasil. A estimativa foi feita pela Sled, fintech de soluções para o varejo, a partir de dados do Banco Central (BC). O valor representa 35% das moedas e cédulas produzidas pelo BC, que já prevê a impressão de mais de R$ 437,9 milhões em dinheiro em espécie para endossar as mais de 6,27 bilhões de cédulas que circulam pelo País.
Mesmo com o avanço de outras formas de pagamento como PIX, a medida do Banco Central visa estimular o uso do papel-moeda, que segue como o meio de pagamento mais utilizado no comércio.
O doutor em políticas públicas, docente e coordenador na Faculdade Santa Marcelina, Gustavo Oliveira, explica que a diminuição de moedas em circulação não está relacionada apenas à crise financeira causada pela pandemia do novo coronavírus, mas sim à mudança de hábitos dos consumidores.
“O hábito do brasileiro de guardar moedas e notas de pequeno valor consolidou a prática do entesouramento, que é acumular pequenas quantias para o uso imediato. No entanto, ao deixá-lo estocado, sem circular ou investir, contribui para a perda de valor ao longo do tempo, pois não sofre reajuste, e também ocasiona o prejuízo aos cofres públicos, devido ao alto custo de produção para novas moedas-físicas entrarem em circulação”, explica Oliveira.
O docente destaca a importância das alternativas digitais para reduzir os impactos da retenção de moedas. “O troco virtual ou arredondamento de valores visando a doação são princípios de responsabilidade social que podem impulsionar a economia e incentivar a circulação de moedas, assim como o uso de aplicativos de troco e até a oferta de brindes associados ao uso de moedas, que podem torná-la corrente e atrativa no mercado”, afirma.
Troco Virtual
A Sled tem atuado para incentivar as pessoas a deixar o dinheiro circular e uma das inovações é troco digital.
“O troco digitalizado se torna um aliado do empreendedor na hora de fechar a venda e uma boa ferramenta para os clientes concentrarem pequenas quantias no próprio CPF para serem utilizadas quando desejarem”, avalia Anderson Locatelli, CEO da Sled.
A solução do troco digital evita o constante problema da falta de moedas e a necessidade de várias sangrias de caixa dos varejistas, naquele momento em que o operador interrompe o seu trabalho para contar o dinheiro, gerando muitas vezes filas indesejadas para os clientes. O serviço ainda gera mais segurança pela redução de montantes de dinheiros nos estabelecimentos e a diminuição da necessidade de se transportar valores.