Pitaya é escolhida pela Red Bull para ser o novo sabor do energético neste verão

Para explicar mais detalhes sobre a fruta tropical, entrevistamos Afif Jawabri, presidente da Associação dos Produtores de Pitayas do Brasil

Red Bull Pitaya
A Red Bull escolheu a pitaya para ser o novo sabor do energático do Summer Edition 2021 – Foto: Reprodução
Foto: Dejalmo Prestes

Vocês já repararam o quão em alta a pitaya está nos últimos meses? Vários especialistas da área de nutrição se renderam à fruta devido aos valores nutricionais e as vitaminas que ela oferece. Contudo, o sucesso da “fruta do dragão” criou asas e chegou até a Red Bull. A empresa selecionou a pitaya para ser o novo sabor de energético para a edição verão de 2021.

Com tantos holofotes voltados para o fruto surgiram uma série de perguntas e curiosidades. Afinal, de onde ela vem? Em que solo é plantada? Como está a produção dela no Brasil? Já é possível exportar para outros países? Para responder estas e outras questões, fomos atrás de um expert no assunto: Afif Jawabri, presidente da Associação dos Produtores de Pitayas do Brasil (APPIBRAS). Confira abaixo a entrevista.

Portal Contexto: A pitaya tem sido apontada como “a fruta do momento”, mas pouco se sabe a respeito do número de produção dela no país. Logo, gostaria de saber qual é a estimativa de produção da fruta.

O engenheiro agrônomo Afif Jawabri é presidente da APPIBRAS e produtor de pitaya em Redenção-PA

Afif Jawabri:  Nós não temos dados totalmente confiáveis pelo fato da pitaya ser uma cultura nova. Se formos falar a nível mundial, ela está em circulação no mercado há 30 anos e no Brasil há 20 anos. Então, podemos dizer que ela é muito recente como fruta comercial. Contudo, estima-se que a nossa produção gira em torno de 5 mil a 8 mil toneladas anuais. Parece muito, mas no Vietnã, por exemplo, eles geram mais de 600 mil toneladas por ano. Ou seja, o espaço é muito grande para potencializar os números do Brasil, que, no momento, tem uma produção bem inicial.

Ctxt: Recentemente foi noticiado que o cultivo de pitaya no interior de São Paulo cresceu. O solo e clima local seriam mais apropriados para o cultivo? 

AJ: O cultivo da pitaya vem crescendo em todos os estados do Brasil, já que praticamente todos eles possuem o plantio com amplo crescimento. A pitaya é uma planta de clima subtropical úmido, ou seja, num clima bem semelhante ao tropical. Apesar disso, há expressivas produções no Paraná e no Rio Grande do Sul. 

Ctxt: Qual é a viabilidade econômica e geográfica de espalhar o cultivo de pitaya pelo Brasil?

AJ: A viabilidade econômica dela é muito grande, visto que a cultura que é muito eficiente: produz mais de 20 toneladas por hectare por ano. Vamos supor que um produtor venda o quilo da fruta por cinco reais. O faturamento dele por hectare no ano pode chegar na casa dos 100 mil reais. Mesmo considerando as despesas, a margem de lucro é muito grande. Na região Nordeste e Norte, principalmente aqui no Pará, por fatores climáticos de luminosidade e de duração da luz durante o dia, ela consegue produzir praticamente o ano inteiro. Enquanto nas regiões Centro-Sul, a fruta  produz apenas no período de novembro até maio, porém ela compensa com a produção em maior escala. Logo, é viável a produção de pitaya em praticamente todos os estados brasileiros. A distribuição está crescendo em todo o país, de norte a sul

Ctxt: Nos últimos dias, a Red Bull anunciou que o novo energético deles para a edição verão será de sabor pitaya. Assim como ela, outras empresas internacionais têm visto potencial na fruta para fazer produtos com a mesma.

AJ: A campanha da Red Bull com energéticos de sabor pitaya nesse verão foi muito gratificante pra nós. Quando uma empresa do porte da Red Bull usa a pitaya é sinal que ela já fez todos as avaliações do quanto a fruta é benéfica para a saúde. Tanto que outras indústrias estão com interesse na fruta. Inclusive indústrias de cosméticos. Várias empresas grandes e renomadas estão fabricando linhas de produtos com pitaya devido às propriedades nutricionais que ela possui.

Ctxt: Há possibilidade do Brasil ser um grande produtor e fornecedor dessa matéria prima para que ela entre de vez na indústria?

Foto: Dejalmo Prestes

AJ: O Brasil tem seguido o caminho natural, porque tem atendido o mercado de consumo da fruta in natura. No segundo momento, a indústria obrigatoriamente terá que entrar, pois nem toda pitaya produzida estará no padrão de colocar nos mercados. Então, a indústria entra pra absorver essa produção. Na minha opinião, isso deve acontecer dentro de cinco anos. Até lá, já teremos um volume bem significativo pensando na indústria e na exportação. Hoje a pitaya gera o interesse de outros países, mas nós ainda não temos volume para exportar justamente pelo fato dela estar distribuída por todo o Brasil. Com isso, ainda não temos volume para formar uma carga, cumprir contratos e a frequência que o importador exige.

Ctxt: Um dos grandes atrativos da pitaya são os benefícios que a propriedade nutricional traz para a nossa saúde. Você poderia citar os principais?

AJ: A pitaya é uma fruta muito bonita, tem um sabor agradável, apesar de suave. O principal atrativo dela são os benefícios para a saúde. Ela possui um grande aporte de antioxidantes, fibras ômegas (3, 6 e 9), vitaminas (entre elas a E e a D) e carboidratos.  Inclusive, o nosso diretor técnico  engenheiro agrônomo  Dejalmo Prestes, também conhecido como Professor Pitaya, já participou de um estudo muito interessante na Universidade Federal de Pelotas ( UFPEL)  em 2018, que detalha com riqueza tais propriedades nutricionais e compostos antioxidantes da fruta. Já está comprovando cientificamente a Fruta do Dragão protege as nossas células, o sistema cardiovascular e o gastrointestinal. Com isso evita entupimentos de veias, infartos, ajuda na digestão e regula o funcionamento do intestino. 

Onde encontrar o novo Red Bull Summer Edition 2021?

A princípio, a novidade é exclusiva do Carrefour aqui do Brasil, o que pode dificultar um pouco a compra no primeiro momento. Contudo, a Red Bull anunciou que a partir da segunda quinzena de setembro será possível encontrá-lo em diversos pontos de venda em todo o país até o fim do verão ou enquanto durarem os estoques. O preço de venda do energético no Carrefour é de R$7,29.

Vale lembrar que o sabor da última edição (melancia) entrou no gosto popular e entrou para os sabores fixos da marca. Ou seja, se o Red Bull de Pitaya cair na boca do povo, há sérias possibilidades dele entrar no portfólio da empresa. 

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