Setor de laticínios: sustentabilidade, geração de renda e nutrição

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Sustentabilidade

Segundo determinação da  Organização das Nações Unidas (ONU) a sustentabilidade deve ser com base em três pilares: econômico, social e ambiental.  

Portanto, para se usar este termo, é preciso pensar sempre na importância da geração de  renda para a população, bem estar e saúde humana além é claro, dos cuidados com o meio ambiente e bem estar de todos os seres vivos que habitam no planeta.

O setor de laticínios, tem se mostrado comprometido com a produção de alimentos nutritivos e saudáveis, de forma ambientalmente responsável.

 Geração de renda em todo o planeta

De acordo com  o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Climate Change and the Global Dairy Sector – Mudanças Climáticas e o Setor Global de Laticínios,”  publicado em 2019, o leite é responsável pelo sustento de 1 bilhão de pessoas no mundo.

Deste total,  600 milhões de pessoas vivem em propriedades leiteiras. São 133 milhões de fazendas  produtoras de leite no planeta, sendo que  37 milhões são dirigidas por mulheres. Leia o que é informado no relatório:

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“Cerca de 25% das famílias que atuam com criação de gado, ou em torno de 35 milhões de fazendas de criação de vacas leiteiras são diretamente de propriedade e / ou gerenciada por mulheres. Os laticínios costumam servir de plataforma para as mulheres rurais consolidarem um lugar melhor para si na sua sociedade.”

Empreendedorismo

Outra característica muito peculiar no setor é a quantidade de pequenos produtores. São empreendedores agrícolas que  geram o próprio sustento no campo, contribuindo ainda para a diminuição do êxodo rural .

Ainda segundo o relatório,  a média de rebanhos por fazenda é de apenas três vacas. A maioria do leite no mundo é processado por cooperativas, que são dirigidas pelos próprios agricultores. Apenas 0,3% das fazendas têm mais de 100 cabeças de gado.

Impacto ambiental 

A vida humana na Terra por si, gera impacto. O  setor de laticínios atualmente é responsável por  2,7% da emissão dos gases de efeito estufa (GEE). Para se fazer uma comparação, o  setor de energia é responsável por 25%, o de negócios 21% e o de transporte 14%.

O relatório da FAO, revela ainda que entre 2005 e 2015 as emissões na produção de leite por unidade produzida caíram 11%. Sendo que no mesmo período a produção de leite aumentou 30%. Nos últimos 50 anos, o metano declinou nos países industrializados, não apenas em quilo por leite, mas no total.

Em 2015, a Universidade de Oxford divulgou a pesquisa “Short-Lived Promise? – Promessa de vida curta?onde se diferencia  a duração do  gás metano em relação a outros gases na atmosfera. Pois a métrica GWP (da sigla em inglês Global Warming Potential – Potencial de Aquecimento Global) forneceu uma comparação melhor, refletindo com mais precisão o aquecimento e a combinando efeitos de curto e longo prazo.

Fonte: Short-Lived Promise? publicado pela Universidade de Oxford

 

Como pode ser observado na tabela, ao contrário do CO2, o metano dos ruminantes não fica acumulado na atmosfera e não produz novo aquecimento. Pois o metano do gado faz parte do ciclo do carbono. Ele é eliminado da atmosfera em 12 anos.

Visando diminuir ainda mais  emissão de GEE, em 2016 foi assinada a Declaração de Roterdã  pela Federação Internacional de Laticínios (FIL/IDF) e pela FAO. Cujo o objetivo é incentivar e implementar o desenvolvimento sustentável da cadeia leiteira, acabar com a pobreza e a fome e proteger o meio ambiente em acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Benefícios para o meio ambiente

O projeto Pecus-Rumen Gases coordenado pela Embrapa Gado de Leite indica que o balanço do carbono em sistemas brasileiros podem ser positivos.  Segundo Luiz Gustavo Pereira, pesquisador da entidade, “dependendo da forma como é conduzida, a atividade pecuária pode até mesmo ser vista como prestadora de um importante serviço ambiental para o Planeta”, avalia.

De acordo com o pesquisador, o benefício acontece por meio do Sequestro de Carbono, a remoção de gás carbônico da atmosfera, fixando-o no solo ou nas plantas. Ocorre por meio da fotossíntese, capturando o carbono e lançando oxigênio na atmosfera.

Pereira afirma que isso se deve ao sistema de alimentação  e criação dos rebanhos brasileiros, baseado principalmente no pasto. “Árvores, culturas anuais e pastagens funcionam com dreno de carbono. Se são bem conduzidas podem compensar a emissão de metano pelas vacas”, revela.

Nutrição

O leite e seus derivados ajudam a alimentar o mundo. Oferecem nutrição vital com sua proteína de alta qualidade, vitaminas e sais minerais essenciais. Globalmente, os lácteos fornecem 5% de energia, 10% de proteína e 9% de gordura nas dietas, além de nutrientes vitais como cálcio, iodo, vitamina B, zinco e fósforo.  Além de serem a principal fonte de probióticos, que fazem muito bem para a saúde.

Tais nutrientes ajudam principalmente as populações dos países em desenvolvimento. Pois evitam a má nutrição, vulnerabilidades e predisposições a doenças.

Voltando ao conceito de sustentabilidade difundido pela ONU, qualquer sistema de alimentação que não forneça nutrição de alta qualidade não pode ser considerado sustentável.

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