Secretaria de Saúde do DF não recomenda vacinação de gestantes e lactantes

Gestantes
Créditos: Ana Nascimento/MDS/Portal Brasil

Imunização de gestantes e lactantes deve acontecer após análise médica 

Desde os primeiros testes das vacinas contra a covid-19, as fabricantes se pronunciaram e afirmaram que os públicos das gestantes e lactantes não estavam inseridos nos testes e estudos. Iniciada em 19 de janeiro no Distrito Federal, a Secretaria de Saúde do estado, (SES-DF) informou que a vacinação contra o novo coronavírus não seria indicada para menos de 18 anos, gestantes e lactantes. “Os riscos para esse público, a gente ainda desconhece, porque não foram realizados os estudos nessa faixa etária; só será possível avaliar após a inclusão deles nos estudos”, explica a infectologista Joana D’arc Gonçalves, do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

A profissional reiterou que o grupo de mães não foram incluídos na fase de comprovação da eficácia dos imunizantes. Por isso, na opinião da especialista, seria necessário analisar o risco de cada gestante, conferindo se a cidadã possui alguma doença crônica ou qualquer outro problema de saúde.

A recomendação vai contra a manifestação da SGORJ (Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro) que deu o parecer quanto a vacinação para essas mulheres.  Por nota, o grupo declarou que não vê risco para mulheres grávidas, pois as vacinas são de RNAm (não possuem vírus vivos). Portanto, a imunização ou não deveria ficar de acordo com a gestante e o médico de confiança.

Procedimento

Gestante
Créditos: Thiago Rego/Agência Brasil

A vacina somente será aplicada depois do procedimento de análise de cada indivíduo. Joana D’arc acredita que depois do grupo prioritário (idosos, doentes crônicos, profissionais de saúde, profissionais de educação) ser atendido, toda a comunidade terá a chance de receber a vacina, inclusive os adolescentes. “São os jovens que saem, que têm o nível maior de exposição, inclusive com relação às atividades escolares”, diz. Neste momento, porém, a vacina está disponível exclusivamente para os grupos prioritários, do qual fazem parte as pessoas mais vulneráveis, com risco ocupacional elevado. Crianças e menores de 18 anos não são do grupo de maior risco.

Para escolher os públicos que são inseridos no grupo prioritário, são levados em conta critérios como risco ocupacional e maior vulnerabilidade.

Efeitos adversos

Para os profissionais de saúde os casos mais comuns de reações estão associados a dor local e possíveis reações alérgicas. “Para as gestantes, puérperas e lactantes que pertencem ao grupo de risco, a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada entre a mulher e seu médico”, reforça a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde (SES), Renata Brandão.

Lactantes

A pediatra e coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF, Miriam Santos, concorda com o posicionamento da SGORJ. A profissional alerta sobre a importância e continuidade da amamentação mesmo que a mãe tenha sido contaminada com o vírus.  “Na luz das evidências científicas atuais, não existe nenhum trabalho publicado que contraindique a vacina inativada a lactantes. Inclusive, a mulher com Covid-19 pode e deve continuar amamentando seu filho, pois o leite vai passar fatores de defesa para o bebê”, esclarece.

*Com informações da Agência Brasília

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