O Premiê Shinzo Abe alegou problemas de saúde.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (28), o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou oficialmente que planeja renunciar ao cargo para tratar de um problema de saúde. Abe permanecerá no cargo até o sucessor ser escolhido.
Esta é a segunda vez que o premiê deixa o cargo por causa de um problema de saúde. Shinzo Abe renunciou em 2007 devido a uma doença inflamatória intestinal, após ter permanecido somente um ano no posto. Mas reassumiu o cargo em dezembro de 2012.
Há sete anos no cargo Abe é o líder com mais tempo de serviço, em termos de dias consecutivos de mandato, na história do Japão. Emocionado, o premiê afirmou que está “profundamente triste” por deixar seu posto precocemente. O mandato do premiê só se encerraria em setembro de 2021.
O premiê esteve em um hospital em duas oportunidades nas duas últimas semanas, desencadeando especulações sobre seu estado de saúde. Shinzo Abe, de 65 anos, tem colite ulcerativa crônica desde que era adolescente. A doença é incurável e o tratamento requer atenção contínua.
Popularidade
A popularidade do primeiro-ministro caiu nos últimos meses e registrou o menor nível em sua gestão. Parte da população está descontente com as decisões do premiê em relação à pandemia do novo coronavírus.
Pesquisa recente, divulgada pelo site Yahoo, mostrou que muitos japoneses sentem que ele priorizou a economia em detrimento da saúde e a vida da população. Além disso, a prisão de um ex-ministro da Justiça, e a suspeita de que sua esposa estaria envolvida em um esquema de compra de votos, também afetou as taxas de popularidade de Abe.
O Japão registrou, até o momento, cerca 1,2 mil mortes e 62 mil contágios por covid-19, sendo que o número de casos voltou a aumentar desde o início de julho, quando o país desfez o estado de emergência e reabriu o comércio.