Pandemia valoriza a educação, mas não apaga problemas do passado, diz pesquisa

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Créditos: Álvaro Henrique/Secretária de Educação do DF

Brasil ainda persiste como um dos países que menos valorizam o trabalho do professor

A pandemia foi vital para a humanidade perceber a falta de valorização em cima de alguns serviços essenciais. Com o ensino a distância cada vez mais em alta, a educação presencial e o clima da sala de aula nunca foram tão lembrados por quem há meses, não frequenta a escola. A pesquisa do Instituto Península mostra que 72% dos professores afirmam que um dos maiores legados da covid-19, será a valorização da carreira docente pela sociedade. Mesmo com o apreço pelo trabalho dos profissionais de educação, a pesquisa não comprova se a admiração será o suficiente pra mudar o fato de que o Brasil é um dos países que menos valorizam o trabalho do professor.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 2,2 milhões de professores atuam na Educação Básica. Dados do MEC confirmam, que Pedagogia é um dos cursos com mais números de vagas oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ainda com o cenário favorecendo o crescimento da área de educação, um estudo elaborado pela Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) diz que a carreira docente não atrai os alunos de melhor desempenho.

Os números do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), são proporcionais ao relatório do Iede. Os estudantes que manifestaram interesse em ser tornarem professores obtiveram 18,6 pontos a menos da média do país em matemática, 20,1 pontos a menos em ciências e 18,5 a menos em leitura. O sonho dos jovens pela futuro no magistério já alcançou 7,5 percentuais e atualmente está em 2,4%, segundo as informações do documento de Políticas Eficientes para Professores, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Na Contramão

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Indo pelo caminho contrário no que diz as pesquisas, o carioca Gustavo Beirão Vinagre da Nóbrega Santos, de 14 anos diz que “sempre que um país está em crise ou passando por sérias dificuldades, a educação é uma das formas mais eficazes de se corrigir o rumo da nação”, diz o estudante com o sonho de ser professor.

Morador do bairro de Irajá, o aluno da 7ª série falou que a visão de que não há progresso sem educação, foi um dos maiores motivos que o fez olhar para a atividade do professor de outra forma.  “Com essa profissão, posso fazer a minha parte para ajudar a mudar o meu país”, afirma o jovem.

A vontade de mudar a realidade de quem precisa através da educação, faz Gustavo querer ir para a Finlândia, país reconhecido como modelo bem sucedido de educação pública. “Na Finlândia, o método de ensino é diferente, os alunos passam menos tempo na escola,  mas um tempo de qualidade. A forma de avaliar os alunos também é diferente e o professor lá é muito mais valorizado e possui mais autonomia”, descreve o aluno.

 

 

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