De 16 a 23 de setembro, o MDR promove mais uma Semana da Mobilidade Urbana e entre os desafios do país, segundo a presidente do Instituto Besc, está a necessidade de investir mais em infraestrutura
Neste ano, a Semana da Mobilidade Urbana, iniciada no dia 16, se encerrará no dia 23 de setembro. O evento promovido anualmente pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) vem para abrir espaço para debater questões de trânsito, políticas públicas, financiamentos e outros assuntos relacionados ao aprimoramento da mobilidade nas cidades brasileiras.
“Na Semana da Mobilidade vão ser discutidos vários assuntos inerentes às políticas públicas de mobilidade urbana, além da importância da Política Nacional de Mobilidade Urbana para a população. É muito importante a participação de todos, no sentido de conhecer o que o MDR está fazendo pela mobilidade urbana no Brasil e, também, para ajudar a construir soluções para o futuro”, destaca o ministro Daniel Ferreira.
O tema Mobilidade Urbana segue como um grande gargalo nas principais cidades brasileiras, apesar dos esforços do atual governo, incluindo a fala do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que, no ano passado, disse: “Temos mais de R$ 7 bilhões em investimentos, mas em função da pandemia houve dificuldade muito grande de manutenção dos serviços de transporte nas cidades de médio e grande porte, uma vez que diminuiu o fluxo de pessoas, afetando o equilíbrio econômico e financeiro das concessões espalhadas pelo país”.
O transporte em massa no país vem se recuperando após dois anos de pandemia, mas o setor ainda enfrenta problemas estruturais e de gestão. Pensar em mobilidade urbana é também favorecer os setores econômicos das regiões, como destaca o Diretor-Presidente do Metrô São Paulo, Silvani Pereira, “a mobilidade nas grandes cidades deixou de ser apenas uma forma de transporte e passou a ser um vetor de crescimento”. Ele explica que, na capital paulista, “o Metrô traduz o novo significado da mobilidade, que transporta, atrai serviços, comércios e moradias, além de gerar benefícios com a economia de tempo e ganhos ambientais”.
Falta de investimentos
Outros países debatem a mobilidade urbana incluindo opções mais sustentáveis e sendo assim, mais favoráveis ao meio ambiente. Por outro lado, no Brasil, a presidente do Instituto Besc, Jussara Ribeiro, avalia que antes de debater a questão da sustentabilidade, o país ainda tem um desafio importante para vencer: a infraestrutura de mobilidade das cidades.
“Nós, do Instituto Besc, junto com os nossos parceiros, que representam a grande parte da indústria de mobilidade no país, nós temos a expectativa de que a infraestrutura do país seja coerente com a nossa importância econômica, com o nosso tamanho geográfico”, ela ainda acrescenta: “nós, no Brasil, estamos colapsados com a infraestrutura de mobilidade urbana”.
Uma das soluções para aprimorar a mobilidade de acordo com a presidente é a realização de investimentos maciços no setor de infraestrutura. “O Estado brasileiro precisa voltar o olhar para a questão da infraestrutura urbana”. Jussara Ribeiro exemplica o problema verificado em diversas localidades brasileiras com um acidente ocorrido em Belo Horizonte, em que uma carreta tombou provocando o caos no trânsito na capital mineira. “Esse acidente travou a cidade inteira por não haver um plano de contingência, não há não há uma estrutura mínima que pudesse tirar aquela carreta do meio da avenida ou não há caminhos alternativos para os veículos”, relata.
Sustentabilidade em debate
No próximo mês, nos dias 26 e 27 de outubro, o Instituto Besc realiza a XI edição do Seminário Internacional Frotas & Fretes Verdes (F&FV). O simpósio reunirá especialistas do setor público e privado para debater a eficiência energética no setor de logística e no transporte de pessoas. Durante o evento serão entregues os Troféus F&FV aos vencedores da edição de 2022.
O evento tem formato híbrido, acontecendo presencialmente em São Paulo e online, a transmissão pode ser acessada pelo canal do YouTube da entidade.