Lockdown é criticado por empresários e pelo CRM-DF

DF
Comércio e atividades consideradas não essenciais fecham as portas durante lockdown no Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil

O novo lockdown no DF começou no domingo (28) e poderá durar 15 dias

O aumento de casos de coronavírus no Distrito Federal (DF) e a pressão na rede hospitalar, pública e particular, fizeram com que o governador Ibaneis Rocha decretasse um novo lockdown. A medida restritiva gerou desconforto e um grupo de empresários se organizaram, prontamente, para protestar contra a decisão do governo local. Hoje, o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) divulgou nota contra o lockdown.

Ontem (28), o grupo esteve em frente à residência oficial do governador e hoje, os manifestantes foram até a praça do Buriti na tentativa de pressionar o governador e reverter a decisão de paralisar atividades.

De acordo com o decreto (41.849), serviços essenciais, supermercados, restaurantes, padarias, farmácias e clinicas médicas podem funcionar. Outras atividades também foram liberadas, como agências bancárias, banca de revistas, óticas, hotéis, escritórios de profissionais autônomos, cartórios, papelarias e parques ecológicos.

Ibaneis Rocha esteve reunido com secretários e representantes dos setores produtivos. O governador, ciente da seriedade do momento e do impacto econômico da pandemia, destacou: “a culpa não é de nenhum dos setores, mas se não interrompemos o fluxo de pessoas não conseguimos diminuir o índice de transmissibilidade da doença no DF. Quando retomarmos as condições de saúde e atendimento à população, com novos leitos de UTI, nós iremos retomar as atividades aos poucos. Não vou deixar a população morrer sem atendimento”.

As medidas do governo do DF foram elogiadas pelo presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra/DF), Jamal Bittar, que também participou do encontro de hoje. “Confiamos nas ações do governo e temos visto esse trabalho, pois o governador tem nos atendido. A indústria tem sentido equilíbrio nas ações de governo”, aponta.

Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/DF), Valdir Oliveira pediu paciência aos diversos segmentos da economia. “Agora é um momento de serenidade e precisamos transmitir isso. Não adianta aquecer o debate porque não ajuda ninguém”, disse.

Pelo Twitter, o governador disse que no fim de semana foram abertos “60 novos leitos de UTI para a Covid-19 e imediatamente 54 deles foram ocupados. Isso mostra a gravidade da situação no DF”. Ibaneis Rocha comentou que espera que os todos os setores voltem no máximo em 15 dias. “Alguns vão voltar antes. Mas antes precisamos aumentar o número de UTIs e reduzir a taxa de transmissão do vírus. E para isso precisamos da colaboração de todos”.

Posicionamento do CRM-DF

Nesta segunda (1), mesmo não representando a opinião da classe médica, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) divulgou nota se posicionando contra ao lockdown como medida de enfrentamento ao coronavírus. 

No texto, a entidade afirma que a medida não teve eficácia, e cita o que aconteceu no Amazonas, mas descarta os efeitos da nova linhagem do SARS-CoV-2, que as pesquisas apontam como mais transmissível. “Estado com maior índice de isolamento social do Brasil, apresentou o maior número de internações e mortes por Covid-19”.

Segundo os dados do dia 28 de fevereiro do índice de isolamento social produzido pela InLoco, o Amazonas apresentou uma taxa de 53,8%. Santa Catarina lidera o ranking com 55,4% e Tocantins aparece em último, com 41,2%.

O documento aponta que as festividades, como Natal, Ano Novo e Carnaval, teriam provocado aglomerações e assim, houve um aumento da curva epidemiológica. As medidas eficazes de combate a covid-19, para o conselho, seriam “campanhas educativas sobre as medidas individuais de higiene, uso de máscara, distanciamento social, vacinação populacional e ostensiva fiscalização por parte do governo, nunca por decretação de lockdown.”

 

*Com informações da Agência Brasília

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