Em uma, todos estão muito felizes. Na outra, só tem gente de sucesso. Ah, e tem aquela usada para divulgar fake news, falas de ódio, difamação, calúnia..
É possível confiar em tudo que se vê em uma rede social?
Desconfie, esta é a reflexão da semana.
Polarizados
O que eu percebo é que a polarização está presente em todas as redes. Fala-se tanto em sair da caixa parece que, no fim, estamos dentro das nossas respectivas caixinhas: pró-governo, religiosos, espiritualistas, empreendedores, LGBTs, nerds ou oposição. E como gostamos do nosso quadrado, não é mesmo?
Você pode estar achando esse início um tanto estranho, calma, em algum momento tudo fará sentido.
# da polêmica
Acredito que foi no fim de semana, deve ter sido. Bom, eu me lembro de ter visto a tag: #PandemiaAcabou. Posso dizer que senti um pouco de espanto e um não espanto ao mesmo tempo. Mesmo que digam que isto é impossível.
O negacionismo vem invadindo as mentes das pessoas. Mas se você não nega, já te encaixam como histérico. Peraí, não existe uma outra opção? Não podemos mais ser… Apenas sensatos?
Estamos vivendo no extremo e isto é cansativo. Eu aprendi com Aristóteles que devemos ter temperança – equilíbrio. Lembro-me das minhas aulas na Universidade em que o professor repetia: “ser como algodão entre os cristais”.
Buda falava no caminho do meio, ou seja, o tudo ou o nada não são opções saudáveis. Meio termo sempre.
A pandemia não acabou, felizmente, os números estão caindo. Felizmente ou estamos testando menos?
Outro efeito da negação
Negar não vai mudar a realidade, apenas vai criar uma ilusão. Eu posso negar que a terra é redonda, isso não muda o fato. Eu posso negar a gravidade e reclamar toda vez quando algo cair no chão.
As negações acima não são tão danosas, mas quando se nega a vacina, qualquer que seja, o efeito é, no mínimo, indesejado. O Ministério da Saúde precisou ampliar a campanha contra o sarampo. O motivo? As pessoas não foram vacinar. Ah, o sarampo é altamente contagioso, 1 pessoa pode contaminar até 18.
Já pensou?
Imagina que louco seria se não houvessem caixinhas, e se as pessoas pudessem dialogar livremente, sem ser agredidas por isso. Imagina que fascinante seria se todas as pessoas tivessem um ego curado e não houvesse mais a ganância ou a fome. Imagina como seria se as pessoas conseguissem respeitar que somos tão diferentes e tão iguais.
O preço do arroz e a culpa
Vejo explicações pela metade e informações despedaçadas. Realmente estamos divididos demais.
A alta no preço do arroz foi causada pela fala: fique em casa, vidas não se recuperam. Sério isso?
Quer dizer que a alta não é o resultado da política? Existem políticas no agro, políticas monetárias, acordos comerciais e até efeito da natureza no campo… Mas..
– Nada, a culpa do preço do arroz é de quem defendeu o fique em casa.
Eu desconfio dessa versão.
Também não confio no mercado se regulando para resolver esta situação. Eu vi as versões de que uma canetada seria negativo, mas não seria interessante buscarmos outras soluções como rever nossa política monetária, afinal, não estava nos planos um dólar na casa dos 5 reais, ou estava?
Questionem tudo!
Sejamos mais questionadores, eu sei que não é um hábito nosso de cada dia. Estamos mais acostumados a ouvir e acatar, mas se fulano disse está certo. Aí, a fake news, uma calúnia ou difamação ganham força. O desconfie de tudo não para ser uma neurose, é apenas para ser um exercício para começarmos a questionar os fatos, por exemplo, quem ganha com tal coisa? Por que isto foi feito assim? Será que só existe esse caminho?
Para encerrar deixo um trecho de ‘Somos quem podemos ser’, escrita por Humberto Gessinger:
Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisãoQuem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem