Desaceleração das startups: 5 dicas para manter investimentos em 2022 

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Paulo Justino. Foto: Divulgação

Um relatório da plataforma de inovação Distrito mostra que até o fim do primeiro semestre de 2021 foram injetados R$ 349 milhões nas startups brasileiras desde 2011. Desse montante, 50% foram captados entre 2019 e 2020. Porém, desde 2021, o movimento passou a desacelerar. Com os juros subindo no Brasil e no exterior, investidores estão menos dispostos ao risco. Por isso, a quantia antes direcionada às empresas de tecnologia deve cair por um tempo.

Essa virada na economia fez os fundos fecharem as torneiras dos investimentos e agora o mercado está vivendo um choque de realidade. Com menos recursos, startups que dependem de aportes para seguirem em crescimento terão de buscar alternativas. As medidas vão de replanejamento à procura por um sócio.

Seja qual for a forma de investimento, é necessário que as companhias tenham boas propostas para atraírem investidores. Só assim será possível conseguir o capital necessário para o lançamento de produtos ou serviços – especialmente nessa nova configuração econômica.

Então, veja cinco dicas para startups captarem investimentos em 2022:

  1. Em qualquer cenário econômico, é importante ter um bom plano de negócios. O primeiro passo para atrair investimentos é provar a capacidade da empresa. Nesse momento, pode ser preciso fazer um replanejamento: ideias bem-organizadas e projeções realistas são fundamentais. O empreendedor deve demonstrar no documento a viabilidade de propostas, diferenciais e possibilidades reais de ganho. Quanto mais completo e coeso for o plano de negócios, mais fácil será atrair atenção.
  2. Manter a reputação da empresa e dos nomes à frente dela é outra dica. O investidor não coloca dinheiro só no negócio, mas também aposta nas pessoas envolvidas no projeto. Além de convencê-lo de que a sua ideia pode trazer ganhos extraordinários, é preciso demonstrar porque você deve levar o projeto adiante. Autoridade e competência são caminhos para atraírem novos negócios. Além dos gestores, um time de peso também é muito chamativo ao mercado. Afinal, sua equipe é importante na hora de captar investimentos e criar uma startup lucrativa. Invista, então, na parceria com pessoas que possam colaborar de maneira decisiva no negócio.
  3. Investir em inovação é uma chave daqui para frente. No universo das startups, a tecnologia é a base e a escalabilidade é o motor que impulsiona o crescimento. Em meio ao ganho de densidade no ecossistema de inovação aberta, novas tecnologias surgem de todas as partes, e a entrada de grandes investidores nos negócios chancela o trabalho dos empreendedores que sabem se renovar frente às crises.
  4. Após concretizar um bom plano, criar a equipe e investir em inovação, é preciso estar atento ao timing. Isso é particularmente relevante quando se trata de tecnologias disruptivas, pois podem resolver um problema específico e fazer muito sentido em teoria. No entanto, o mercado pode não estar pronto para adotar a solução devido a uma série de razões (medo, interesses adquiridos, falta de familiaridade, inércia etc.). Um bom exemplo são os mercados digitais. Todos podem concordar que fazem sentido em termos de eficiência e transparência, mas segmentos tradicionais não acompanham essa renovação e demoram para adquirirem certos sistemas.
  5. Diante do cenário econômico, que deixa em posição mais frágil as empresas que ainda não dão lucro, o movimento de aquisições de startups deve esquentar no segundo semestre. Para quem tiver dinheiro em caixa, a crise pode apresentar uma grande oportunidade tanto de compra quanto de venda, pois mudar a direção com o dinheiro da venda também pode ser uma alternativa para algumas companhias.

Paulo Justino é CEO da FCJ Venture Builder.

Contexto Livre é uma coluna rotativa, de assuntos diversos escrita por pessoas bacanas que tenham algo legal e inspirador pra compartilhar.

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