Ana Elisa Dumont, presidente do Sinepe-DF, concorda com posicionamento da Sociedade de Pediatria-DF e aguarda GDF sobre possível antecipação da volta às aulas
Na tarde de hoje (3), a Sociedade de Pediatria do Distrito Federal (SPDF) se manifestou sobre a paralisação das aulas presenciais nas escolas públicas e particulares. De acordo com a entidade, a educação precisa ser entendida como atividade essencial, e o ensino híbrido deve ser garantido, para que as famílias possam optar entre as aulas presenciais ou remotas.
Sobre esse tema, a presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), Ana Elisa Dumont, se coloca em alinhamento com o que defende a SBDF. “Nós concordamos e temos defendido isto desde o início da pandemia. A educação é um direito como a saúde”, disse.
O documento da SPDF ainda destaca que “as escolas devem estar junto às últimas atividades a fecharem e entre as primeiras a serem reabertas, proporcionando assim um ambiente de aprendizagem seguro e acolhedor para as crianças e adolescentes”. Este é mais um ponto de convergência entre as entidades, e Ana Elisa também acredita na importância de manter o modelo híbrido de ensino para que as famílias possam ter o direito de escolha.
Ensino é essencial
O ensino desenvolve diversas habilidades, além de contribuir com o cuidado da saúde física e mental de crianças e adolescentes. A pandemia exigiu uma mudança no modelo e as aulas remotas não foram bem recebidas por todos. A presidente conta que alunos com dislexia ou ainda, com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) apresentaram dificuldades para acompanhar as atividades virtuais.
Como consequência do desajuste ao modelo remoto, ou até por conta da incerteza da volta às aulas vivida pelos estudantes, alguns deles começaram a apresentar problemas na fala, ou ainda, crianças desfraldadas, voltaram a fazer xixi na cama. Ana Elisa ainda relata outras situações: “crianças têm apresentado distúrbios de sono, adolescentes com depressão, com ansiedade”.
Escolas: ambientes seguros na pandemia
Na volta às aulas em 2020, a presidente conta que foram realizados testes de Covid-19 em massa. O sindicato ainda pediu para que um perito realizasse uma análise de cenário, trazendo, assim, mais segurança para alunos e profissionais. Além disso, o Sinepe-DF criou protocolos para acompanhar de perto a saúde de professores, colaboradores e estudantes.
As ações vem dando certo, pois até então, nenhum caso de Covid-19 na comunidade escolar foi relatado para o sindicato.
Como funciona o acompanhamento?
Quem trabalha nas escolas precisa responder diariamente um questionário, para saber se teve contato com alguém positivo ou se teve sintomas. Dependendo das respostas, o profissional é encaminhado para o acompanhamento médico.
Com relação aos estudantes, pais e responsáveis assinam um termo de responsabilidade, e também precisam acompanhar e relatar se o aluno apresenta qualquer sintoma compatível com a Covid-19.
Suspensão das aulas
Com relação ao decreto do Governo do Distrito Federal (GDF), que suspendeu as aulas e outras atividades consideradas não-essenciais por, pelo menos, 15 dias, a presidente do Sinepe-DF concorda com as medidas restritivas, afinal, “o governo e a Sociedade de Pediatria tem dados que nós, como Educação, não temos, então, nos cabe acatar”, disse.
Na segunda-feira (1), Ibaneis Rocha se reuniu com secretários e representantes do setor produtivo, incluindo o Sinepe-DF. No encontro, o governador sinalizou que poderia antecipar a volta às aulas para o dia 8 de março. No entanto, o retorno depende da análise de cenário. Até então, não há confirmação por parte do governo para o retorno das atividades presenciais das escolas.