Para a ginecologista e especialista Dra. Beatriz Tupinambá, o fato vai ajudar as mulheres de todo o mundo a não negligenciarem os cuidados necessários para terem qualidade de vida e evitarem outros problemas de saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a menopausa como doença. A partir de agora, ela tem CID, ou seja, pertence ao código Internacional de doenças N95. Mas o que fazer com essa informação?
Segundo a ginecologista e especialista no assunto, a Dra. Beatriz Tupinambá, a classificação vai atuar como uma proteção para a mulher, porque muitas vão passar a levar a sério, e parar de negligenciar a doença causada pela falência dos ovários. Quando mal cuidada, ela afeta outras partes do corpo, e através de um efeito cascata e pode prejudicar, e muito, a saúde e o bem-estar das mulheres, como um todo. Entenda:
A menopausa é um processo natural da vida de uma mulher, que marca o fim da menstruação e da capacidade reprodutiva. Normalmente, ocorre entre os 40 e 55 anos de idade, mas pode variar de pessoa para pessoa.
Embora os sintomas da menopausa possam ser diferentes para cada mulher, algumas queixas comuns incluem ondas de calor, suores noturnos, alterações de humor, insônia, secura vaginal e ocular, diminuição da libido, e consequentemente, do desejo sexual e ainda extremo cansaço, depressão, sono leve e falta de ânimo. Associada a alterações hormonais, como a diminuição dos níveis de estrogênio, podem também afetar a saúde óssea, cardiovascular e cognitiva da mulher.
”Ter um acompanhamento de um bom médico é imprescindível. A grande maioria da população mundial feminina convive com a menopausa como algo ”aceitável”, e os desconfortos se tornam verdadeiros castigos, influenciando negativamente no bem-estar e qualidade de vida dessas pessoas. A falta de cuidado impacta na saúde mental e física. Levando em consideração a medicina avançada da atualidade, as mulheres não deveriam aceitar os desconfortos causado pelo período. Que mulher nunca ouviu as frases ultrapassadas: ”menopausa é assim mesmo, é da idade”, ”se acostuma, uma hora acaba”, ”sem vontade de namorar? é a idade, idosos e pessoas mais velhas não têm mais relação sexual”, ”cansaço? está trabalhando muito”, ”espera passar esse fogacho, depois você não vai nem se lembrar disso”. Chegou a hora da informação ser disseminada com a ajuda das plataformas de streamings, redes sociais, consultórios, livros e cursos. Afinal, a ajuda do médico no tratamento é minoritária, o comprometimento e boa educação sobre o assunto da própria mulher é que fará o tratamento ter sucesso”, revela Dra. Beatriz tupinambá.
Além da terapia e reposição hormonal, também existem opções de tratamento sem hormônios. Mas a mudança no estilo de vida aliado a exercícios físicos, uso de suplementos naturais, estar em dia com as vitaminas e minerais, e se necessário, a utilização de medicamentos específicos, podem transformar a vida das mulheres. Dependendo do estilo de vida de cada uma, ela pode influenciar na antecipação ou postergação da menopausa.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 1 bilhão de mulheres estejam na idade do climatério e menopausa, ou entrarão nessa fase nos próximos anos. Essa estimativa leva em consideração a expectativa de vida média das mulheres em diferentes países e regiões.
”Se eu pudesse mandar uma mensagem mundial, eu diria que é hora de acordar pra vida, a boa vida. Ninguém segura uma mulher determinada e com conhecimento. Só com informação e educação sobre o assunto as mulheres poderão ter boa saúde e qualidade de vida. Eu acredito, e vejo na prática, com as mais de 10 mil mulheres que ajudei nesses anos como especialista, que o período da menopausa pode ser o melhor da vida dessas pessoas, basta se cuidar. Coleciono milhares de depoimentos como casamentos resgatados, melhora na autoestima, emagrecimento, felicidade, qualidade no sono, entre outros relatos, que só me provaram que se tratar é uma virada de chave sem volta. A OMS classificando a Menopausa como doença faz com que a grande maioria olhe para o período com mais carinho, cuidado e atenção”, finaliza a médica.