Metaverso: você está pronto para o futuro?

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Foto: Jessica Lewis Creative/Pexels

O real e o virtual se encontram neste novo conceito do metaverso. Mas afinal o que vem por aí?

O mundo virtual não é uma novidade e a cada dia estamos mais conectados com este universo. O início desta perspectiva ocorreu entre os anos de 1955 e 1966, quando a literatura sobre fantasia e futurismo já servia como fonte de inspiração para jogos e ambientes virtuais vislumbrados hoje em dia.

Na década de 70, se iniciou o desenvolvimento de jogos virtuais que traziam os primeiros sinais do mundo virtual e, ao longo da década de 80, houve uma aceleração deste mercado, mesmo que de modo ainda bem modesto se comparado aos dias de hoje.

“Nesta época, os games foram se desenvolvendo a todo vapor e, em 1992, o livro Snow Cash, de Neal Stephenson, popularizou a ideia do mundo virtual. No mundo real, Hiro Protagonist é entregador de pizzas na CosaNostra, pizzaria controlada pela organização mafiosa do Tio Enzo. No Metaverso, ele é um príncipe samurai. Um novo vírus vem derrubando hackers por todo o mundo e Hiro parte em uma jornada perigosa para encontrar e destruir o sombrio vilão virtual que ameaça não só a existência do universo virtual, mas da própria realidade”, conta o professor Carlos Titton, especialista em Gestão de Negócios, Mestre em Inovação e Doutorando em Liderança na Era Digital.

O termo metaverso surgiu pela primeira vez em 1992, e se referia ao mundo  virtual habitado por avatares que representavam as pessoas reais. “Imagine poder fazer, no mundo virtual, tudo o que você faz no mundo real, ou melhor, misturar os dois mundos”, provoca Titton.

A partir daí publicações e criações invadiram o mundo, quem não se lembra do lançamento do blockbuster Matrix em 1999? No início do anos 2000, o Second Life permitia a invenção de um novo mundo a partir de skins ou avatares. Recentemente, os filmes Space Jam (2020) e o Homem-Aranha (Homem-Aranha no Aranhaverso, 2018) brincaram com o conceito de metaverso.

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Professor Carlos Titton. Foto: Divulgação

“A partir de 2010 se iniciou um desenvolvimento franco e acelerado em direção ao Metaverso. O tema não é novo e nem tampouco é mais uma invenção do Facebook. Ao contrário do que se pensa, o Facebook, que em outubro de 2021 mudou o nome da empresa para Meta justamente para se aproximar ainda mais dessa nova realidade, está relativamente atrasado neste desenvolvimento. Diversas corporações grandes estão tentando ser pioneiras neste novo mundo”, afirma Titton.

O que é o Metaverso?

A palavra Metaverso é a junção de meta (que significa além) com o sufixo verso (abreviação de universo). Em outras palavras, trata-se da evolução da Internet mas, para ilustrar melhor, podemos considerar que o Metaverso é o ambiente virtual imersivo e hiper-realista onde as pessoas convivem com seus avatares em uma sociedade que conversa entre si e com o mundo real. 

O Metaverso está muito além de um espaço digital tridimensional e imersivo, pois está incluso nesse contexto um mundo virtual de diversos mundos virtuais conectados, ou seja, o avatar navega por muitos lugares virtuais interconectados.

Imagine ter uma aula de tênis com um famoso professor inglês jogando com um holograma deste professor estando na sua casa. Futurista demais? Não, de fato, assim começa o Metaverso.

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A realidade virtual nos permite, com óculos especiais, nos desligarmos do mundo real e sermos transportados para um mundo completamente virtual e interativo. A realidade aumentada é um pouco diferente, segundo Titton, pois ela cria, por meio de projeções, uma realidade diferente, mas também relacionada ao mundo real. 

“Lembra da brincadeira do Pokemon Go? Na época, era possível ver pokemons projetados no mundo real pelo celular. Em um futuro breve, as interações com o mundo virtual e real permitirão que se tenha uma interação muito mais aprimorada como nunca visto antes”, afirma.

Os óculos inteligentes permitirão conectar o relacionamento com avatares de pessoas que estão do outro lado do mundo, por exemplo. E quando se conecta este mundo com a inteligência artificial, se tem uma interação máxima. A inteligência virtual poderá nos ajudar a cozinhar, por exemplo, com alternativas diversas, e à medida que a máquina aprende, há uma crescente interação entre o homem e ela. No campo da educação, será possível estudar uma aula de Anatomia do curso de Medicina com um professor de fora do Brasil e com um corpo projetado em realidade aumentada sem sair de casa.

E que tal você ter um amigo na Europa e ele convidar você para um show de uma banda de rock em um estádio na Alemanha? Na vida real, o deslocamento teria um custo bem elevado, então, em vez de ir até lá, o seu holograma vai estar ao lado do seu colega e pela realidade aumentada você assistirá o evento diretamente da sua casa, olhando para o seu amigo como se ele estivesse ao seu lado, na forma de um avatar projetado. 

A realidade mista integrada ao Metaverso pode modificar coisas do nosso trabalho também, segundo Titton. “Em vez de usar ferramentas como Zoom ou Google Meeting para calls em vídeo, poderemos fazer uma reunião virtual que simula uma reunião presencial sem qualquer deslocamento”, conta. 

As compras no ambiente físico também se modificarão. Recentemente, o Grupo Walmart apresentou na CES (Consumer Eletronics Show) 2022, em Las Vegas, que é a maior feira de tecnologia do mundo, um modelo de como vai funcionar sua loja no Metaverso. “O hipermercado estará na sua frente, dentro da sua casa, e suas compras ocorrerão em um ambiente 3D de realidade aumentada. E, naturalmente, frequentando o mundo virtual com seu avatar, você precisará de acessórios como roupas, sapatos e outros objetos. Você também pagará para se deslocar no mundo virtual e ter acesso a alguns lugares. Aí entram as novas oportunidades de negócios”.

Muitas empresas já estão por dentro dessa nova oportunidade de mercado. A Nike já lançou sua coleção de calçados para avatares, assim como a Adidas lançou algumas peças de roupas e a Mercedes, a Tesla e a Rolls-Royce já exibem carros para este mundo virtual. Gucci, Polo Ralphlauren e Christian Dior, entre outras marcas, já vem desenvolvendo moda para avatares. 

“Imagine seu avatar em um show ou uma festa fazendo diferença pela roupa que ele está usando. Assim, surge um novo mundo e, evidentemente, novas oportunidades. O empreendedorismo digital tende a caminhar por aí, trazendo ainda mais inovação. Com a evolução do Metaverso, temos um novo patamar da Internet – resta saber como as organizações conseguirão acompanhar em tempo de sobreviver a novos e poderosos concorrentes que já se movimentaram rapidamente para se adaptar a este novo mundo”, questiona Titton. 

A partir de pesquisas sobre o tema, o especialista compartilha duas reflexões sobre o tema: 

  1. Ao contrário do que todos pensam, isso não é novo, mas sim algo que vem evoluindo ao longo dos anos. Pensando assim, fica a pergunta: como as organizações podem se preparar previamente para os próximos passos que estão por vir nos próximos anos? 
  2. A tecnologia está longe de ser totalmente aproveitada em suas possibilidades pelas organizações e existe muito espaço de desenvolvimento ainda. Quem enxergar antes, naturalmente, leva grande vantagem competitiva. O metaverso é a evolução da internet e isso é a prova de que ainda temos muito para avançar.
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