Instituto Besc coloca em debate a descarbonização do setor de transportes a partir de questões regulatórias

 

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Foto: Pixabay

56ª edição da Aspen reuniu especialistas para debater e apresentar o cenário atual da descarbonização do setor de transportes

A descarbonização é uma das soluções para alcançar um mundo mais sustentável. A troca de combustíveis fósseis por fontes limpas de energia envolve a mobilidade, assim como, a logística, ou o setor de transportes. No entanto, pensar em alternativas para o diesel requer colocar em debate as questões regulatórias.

Com o objetivo de aprofundar o debate acima, o Instituto Besc realizou a 56ª edição da Assembleia Permanente pela Eficiência Nacional (Aspen). A reunião ocorreu na sede da Scania Latin America, em São Paulo, e foi transmitida pelo YouTube.

O tema do encontro foi: “Os Desafios Regulatórios para as Novas Tecnologias de Baixo Carbono para Veículos Pesados”. A presidente do Instituto, Jussara Ribeiro, esteve presente na reunião que ainda contou com a participação de Renata Isfer, presidente-executiva da Associação Brasileira de Biogás (ABiogás);  Thomas Caldellas: coordenador-geral de Regulamentos Técnicos e Mobilidade Sustentável do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e o mediador do debate foi João Pedro Araújo, analista de Relações Institucionais da Scania Latin America.

Antes do início do debate, Jussara Ribeiro relatou que realizou uma visita técnica à fábrica da Scania e ficou impressionada com o que viu. “Agradeço a parceria, de quase uma década, Scania”, disse.

O mediador do encontro reforçou a importância da regulação para a descarbonização e elogiou o Instituto Besc por reunir a esfera privada e pública para dialogar sobre o tema. 

“Estamos falando de desafios, mas a gente pode falar de avanços” e exemplificou: o aumento do peso do eixo dianteiro dos veículos. “É uma agenda que vem sendo construída já com avanços positivos”, relatou Araújo.

No início da fala, Thomas Caldellas lembrou que  “a gente entende a preocupação com os veículos pesados, os caminhões, apesar de ser um décimo do total de veículos, eles devem corresponder, mais ou menos, 40% do consumo energético”.

O especialista seguiu o discurso e apresentou o programa do Governo Federal: “Mover – Estratégia Rota – 2030-2040”, que está em discussão no Senado Federal, após a aprovação na Câmara dos Deputados. O projeto é uma continuidade de iniciativas anteriores, e busca colocar o Brasil como líder global na descarbonização da mobilidade e logística, entre outros objetivos.

O coordenador-geral ressaltou a relevância de olhar para a frota circulante e não focar apenas nos veículos que saem das fábricas com novas tecnologias. “O programa de renovação de frotas permanente é uma das prioridades do Ministério”,  disse. Caldellas ainda lembrou que no passado o governo editou uma Medida Provisória (MP) que contemplava a renovação da frota, contudo, a MP perdeu validade.  

Renata Isfer continuou o debate e representando a Associação Brasileiro de Biogás, relatou o aumento da produção do biometano no país. “Existem alguns gargalos que impedem que a gente alcance o potencial. O potencial não mudou, temos 120 milhões de m3 de potencial, sendo que produzimos 1 milhão. Pouco ao comparar com o potencial”, explicou.

O maior entrave para a produção do biometano é a escassez da infraestrutura necessária. A presidente espera que os corredores sustentáveis se consolidem no segundo semestre para que esse combustível possa ter a produção incrementada. 

De São Paulo para o Rio de Janeiro há um corredor sustentável, em que o motorista encontra dez postos de abastecimento com GNV e biometano. Em outra rota, de Curitiba a Londrina, são oito postos e mais dois devem ser inaugurados até o fim do ano.

Um estudo do Ministério de Ciência e Tecnologia revelou que o biometano poderá gerar mais de 750 mil empregos no país, a redução de 642 milhões de gás carbônico e a atração de R$ 120 bilhões de investimentos.

A presidente ainda mostrou um caminho animador. “Entendemos que o biometano e biogás são complementares. A mistura dos dois proporciona a redução da pegada de carbono e cada um está em locais diferentes, um está na costa e outro está no interior”, explicou Renata Isfer.

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