Especialistas alertam sobre a Síndrome do Fim de Ano

Fim de Ano
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O aumento das preocupações, no fim do ano, pode afetar a saúde mental

Mais um ano se encerra, e tendo em vista tudo que a sociedade passou, é natural ficar pressionado sobre as próximas decisões a serem tomadas em 2021. Contudo, especialistas cardiológicos e psiquiátricos alertam sobre o perigo de toda esta apreensão. A “Síndrome do Fim do Ano” ou popularmente conhecida como “Dezembrite”, pode se desenvolver ocasionada por esta forte tensão psicológica que gera aumento dos casos de ansiedade e depressão.

O estresse pode ser uma das causas para o surgimento da síndrome. A pesquisa feita pela International Stress Management Association Brasil (ISMA-BR) comprovou que o aumento no nível de irritação, exaustão, frustração e impaciência nos brasileiros é maior durante o período de fim de ano. O estudo aponta que 80% da população consultada revelou que os meses de novembro e dezembro são determinantes para as alterações de humor.

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Créditos: Marcelo Camargo

Dos homens e mulheres de 25 a 55 anos analisados pelo estudo, foi mostrado que a o clima de celebrações e a oportunidade de reunir a família e entes queridos deixa uma parte do público feliz, por outro lado, uma parte ainda é tomada por sentimentos como angústia, ansiedade, tristeza e melancolia.

O cardiologista eletrofisiologista do corpo clínico do ICTCor, Henrique Maia, diz que os hormônios são a razão para tantos sentimentos diferentes. “Estados emocionais como esses liberam cortisol no sangue. Níveis elevados deste hormônio causam aumento da frequência cardíaca e do nível de açúcar no sangue, diminuição da produção de insulina e constrição dos vasos sanguíneos. Isso pode trazer problemas como diabetes, hipertensão, infarto e derrames”, explica.

O especialista ressalta, que sentimentos e sensações precisam estar sobre vigilante cuidado, pois afetam diretamente o sistema cardiológico. Manter uma saúde integral alinhada entre corpo e mente, é a melhor recomendação para enfrentar está época do ano.

“Os pacientes reagem às doenças cardíacas de formas diferentes. É comum que apareçam mecanismos de defesa como negação, descontentamento ou agressividade. O acompanhamento psicológico é de grande ajuda, tanto no processo de aceitação do problema de saúde, tanto na melhora da adesão ao tratamento, que nem sempre é simples”, pontua.

Principais Causas

O ano de 2020 contribuiu para dar uma desestabilizada emocional em muitas pessoas. Com os sentimentos em um ritmo mais acelerado, a psicóloga do corpo clínico do ICTCor, Marianna Cruz, explica que para alguns, reações negativas em um período que para a maioria é sinônimo de alegria e esperança, se dá pelo simbolismo de encerramento de ciclo. Quando acontece uma autoanálise sobre reflexões de desempenho, aproveitamento de tempo, satisfação e relacionamentos interpessoais, é nesta parte onde os indivíduos costumam se frustrar.

“Se a pessoa não viveu dentro de seu propósito de realizações, é comum que ela entre em um ciclo de autocobrança intensa. A autocobrança gera insatisfação, o que provoca prejuízo na autoconfiança e autoestima das pessoas. Esse processo costuma acontecer também em vésperas de aniversário”, relata a especialista.

Marianna recomenda o desenvolvimento de uma postura mais respeitosa e compreensiva consigo mesmo. “É importante entender que a autocobrança não é uma qualidade. Pelo gasto de energia emocional, ela prejudica a disponibilidade para realizar mudanças em aspectos que não nos agrada e, principalmente, impede que tenhamos clareza mental para reconhecer o que temos de bom, nossas potencialidades, qualidades e conquistas”, afirma a psicóloga.

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Compreender os próprios limites é fundamental para que a auto análise seja menos agressiva ou negativa. Mas cultivar hábitos de autocuidado, em diversos aspectos do ser humano é essencial nesse processo de fortalecimento emocional. Contudo, a pessoa precisa saber que ter uma ajuda profissional pode vir a ser necessária, principalmente em casos em que a pessoa não consegue ter esta autogestão sozinha.

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