O discurso do presidente Jair Bolsonaro repercutiu na Câmara Federal. Parlamentares apoiadores do chefe do Executivo aplaudiram o que foi dito na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Enquanto isso, os deputados que viajaram em missão oficial ao Pantanal, criticaram a fala do presidente.
Base governista
Para o deputado General Girão (PSL-RN), soberania nacional foi defendida pelo presidente durante o discurso. “O presidente Bolsonaro hoje fez uma fala sensata e equilibrada, defendendo o País. A Amazônia é soberania brasileira. Estamos enfrentando, anos e anos, uma penetração ideológica em vários setores da sociedade”, disse.
Irônico, o deputado Giovani Cherini (PL-RS) questionou: Foi Bolsonaro que mandou a seca e não fez chover durante 120 dias?”. Ele ainda disse: “quero parabenizar o presidente pela sua coragem. O governo está fazendo sua parte.” Ele ainda criticou as medidas restritivas de prefeitos e governadores para combate à epidemia, que na sua avaliação sacrificaram a economia. “Os ‘mandetinhas’ se espalharam pelas prefeituras e universidades do País.”
Queimadas no Pantanal
A falta de recursos e a gravidade da situação no Pantanal impressionou a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT). Ela contou que apenas 172 pessoas estão combatendo os incêndios e este número está bem abaixo do necessário.
A deputada ainda rebateu a fala do presidente sobre as queimadas, Bolsonaro acusou os indígenas pelas queimadas e pelo desmatamento na região. “Como mato-grossense estou indignada com o presidente Bolsonaro. O povo do Pantanal está na defesa do Pantanal. Se alguém colocou fogo, não foram os caboclos e índios”, completou.
“Dados científicos do Inpe e outras instituições mostram que as áreas indígenas são as mais protegidas. As queimadas ocorrem em áreas invadidas e griladas. Os indígenas conservam a biodiversidade e a natureza pelos meios tradicionais de gestão ambiental”, afirmou a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), que é indígena.
Mais críticas
Outro ponto polêmico no discurso foi o auxílio emergencial. Segundo o presidente, o país teve um dos maiores programas de assistência do mundo e cada brasileiro teria recebido o equivalente a mil dólares. A líder do PSOL, Sâmia Bomfim (Psol-SP), rebateu: “O presidente era contrário ao valor de R$ 600, que agora foi reduzido para R$ 300. Precisamos derrubar essa mudança na MP 1000/20”.
Alessandro Molon (PSB-RJ) responsabilizou o presidente pelas mortes durante a pandemia. “Não fosse o comportamento irresponsável do presidente da República, o Brasil não teria chegado ao número de mais de 137 mil mortes de Covid-19”.
*Com informações da Agência Câmara de Notícias