Comunidades no Whatsapp devem chegar ao Brasil em 2023. Funcionalidade permite a gestão de diversos grupos sob o mesmo guarda-chuva e é estratégica para estreitar relacionamento com os clientes
O WhatsApp lançou no fim de 2022 uma ferramenta para a criação de comunidades. Trata-se de um canal em que as marcas podem fazer a gestão de diversos grupos, que podem abordar assuntos distintos com fornecedores, funcionários e, principalmente, clientes e consumidores em potencial.
A novidade está em sinergia com as necessidades do mercado, uma vez que a proximidade da empresa com seus clientes nunca foi tão importante. “Hoje em dia, é essencial que as marcas estejam presentes nas redes sociais, porém, mais do que isso, é necessário manter um diálogo com o público de interesse. Por isso, a criação de comunidades está cada vez mais relevante”, afirma Satye Inatomi, sócia da Jahe Marketing.
A atualização chegará ao Brasil em 2023 – o aplicativo de mensagens fez um acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para disponibilizar o recurso só depois das eleições. Essa é a hora, portanto, para as marcas incluírem a funcionalidade em sua estratégia de marketing do próximo ano.
O Whatsapp está presente em 99% dos smartphones, sendo que 80% dos usuários usam o aplicativo para se comunicar com marcas, aponta pesquisa da Infobip (Plataforma Global de Comunicação para Empresas). Assim, mesmo que existam outros aplicativos que oferecem recursos similares, estar nessa rede social é estratégico para qualquer negócio.
Ao mesmo tempo, a criação de comunidades vem ganhando força. Criadores de conteúdo elaboram newsletter e canais no Telegram para debater temas específicos que às vezes não cabem em outras redes sociais, tais como séries, promoções e até mesmo a criação de clube do livro – e esses recursos também começam a ser utilizados pelas empresas para estreitar laços com suas audiências.
“Esses espaços devem ser um canal aberto para feedbacks positivos e negativos, aumentando a credibilidade da marca. Elas são uma oportunidade para a empresa entender do que as pessoas gostam e o que pode ser melhorado. Já temos casos de marcas que estão desenvolvendo produtos com base nas demandas que surgiram nesses grupos”, assinala Thaís Faccin, sócia da Jahe Marketing.
Comunidades do Whatsapp na prática
Quando a nova ferramenta chegar aos usuários brasileiros, a ideia é que as empresas consigam gerir diversos grupos sob o mesmo guarda-chuva, sendo possível enviar a mesma mensagem para todos ao mesmo tempo ou individualmente. Ao contrário de outras plataformas, só será possível ingressar em um desses canais caso o administrador adicione a pessoa ou aceite a solicitação. Isso possibilita a segmentação de cada grupo de acordo com as necessidades da organização.
Negócios de todos os tipos podem se beneficiar da funcionalidade, dizem as sócias da Jahe Marketing. Uma escola, por exemplo, pode ter um grupo de pais para cada turma de alunos, enviando comunicados relacionados às atividades de cada grupo ou informativos gerais, como período de férias e eventos que incluam todos os estudantes.
“Uma marca de roupas pode criar uma comunidade com um grupo de clientes fidelizados para enviar cupons de desconto e promoções exclusivas, e outro com a base de contatos mais ampla, focado na divulgação de novidades. A vantagem é que será possível enviar, ao mesmo tempo, comunicados pertinentes aos dois públicos, como o horário de funcionamento da loja e comunicados de liquidações”, exemplifica Inatomi.
Além disso, a ferramenta também pode auxiliar na comunicação interna ou com fornecedores de uma empresa. Uma pequena indústria pode ter um canal com grupos para cada um dos setores, outro apenas para gestores e outro para comunicados gerais, além de canais para comunicação com clientes e fornecedores.
“A tendência é que parte das comunidades que hoje têm outros formatos, como newsletter, canal no Telegram, etc., migre para o Whatsapp. Enquanto a funcionalidade não chega ao Brasil, é importante planejar conteúdos criativos e de qualidade para se destacar no mercado com um grupo engajado e que pode gerar bons resultados”, finaliza Thaís Faccin.