Brasileiro acredita no hexa em 2022

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Será que Neymar e a Seleção Brasileira conseguem trazer mais uma estrela para o país? Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Será que é a vez do Brasil conquistar o hexa? 

Mais uma Copa do Mundo FIFA vai começar. No próximo domingo (20), a bola rola para a realização de mais um mundial, desta vez, os olhares se voltam para o Catar e por mais que pareça o contrário, o brasileiro segue acreditando na chance do hexa em 2022.

A conquista do penta completou 20 anos e o amor pelo esporte segue em alta no país. A pesquisa feita pela Apoema confirma que 71% dos entrevistados acreditam que o Brasil tem chances reais de se tornar hexa em 2022. 

Os números estão do lado da seleção comandada por Tite, o retrospecto nos últimos quatro anos é bastante positivo, o Brasil se classificou com folga para o mundial e apesar da derrota na final da Copa América para os argentinos, os escolhidos para representar o país se mostram confiantes.

A pesquisa

O estudo da Apoema, que se aprofunda no torcedor brasileiro, levou em consideração o cenário da pandemia, ano de uma das eleições mais polêmicas da história e a camisa da seleção ter se tornado símbolo político. A pesquisa também contou com uma análise sócio-histórica de como o futebol e a Copa do Mundo foram se consolidando no Brasil e formaram a identidade do torcedor. 

A Copa do Mundo, há muitos anos, movimenta estruturas sociais e individuais. No sentido contrário, esses mesmos contextos, aliados a cenários políticos e culturais, também impactam diretamente a forma como o brasileiro se relaciona com o futebol. Existe uma relação que extrapola o evento em si e carrega signos sensíveis e potentes, refletindo muitos temas da vida. A Copa traz a oportunidade de manifestar e lidar com emoções que, muitas vezes, camufladas pela rotina, estão adormecidas. É a possibilidade de entrar em contato consigo. 

De acordo com a pesquisa, 55% dos torcedores apaixonados nunca foram ao estádio, mas sonham em acompanhar uma Copa do Mundo. O levantamento mostra ainda que, apesar de muitas vezes a torcida não sair de casa, os brasileiros são dedicados: estudam, analisam, discutem, conversam e sonham acerca da seleção brasileira. Hoje, 62% dos torcedores apaixonados pela equipe do Brasil e Copa do Mundo dizem que acompanham e sempre vão acompanhar o time. 

A torcida pela seleção também impacta diretamente os comportamentos de consumo: os jogos movimentam a venda de cervejas e eletrodomésticos, por exemplo, já que a festa está intimamente ligada às confraternizações em família. Em 2022, 24% dos torcedores pretendem comprar uma nova TV para assistir melhor aos jogos. 

Outro aspecto da pesquisa mostra a íntima relação da Copa com o ambiente residencial – 91% dos brasileiros curtem assistir aos jogos no conforto do próprio lar e 29% organizam a casa para deixá-la mais confortável para o evento. Até porque, nesse sentido, 42% dos entrevistados dizem que a relação com o futebol começou a ser construída a partir das vivências com seus familiares e 32% dizem que, no período de Copa do Mundo, gostam de se reunir e torcer com as família e os amigos. 

“O ato de torcer, por si só, proporciona momentos ao lado de pessoas queridas, que ficam marcados na história de cada um. O evento carrega memória afetiva, tanto para quem já assistiu a vitórias e conquistas quanto para quem só ouviu falar, mas sonha em vivenciar. É um respiro em meio ao caos”, explica a fundadora e head de conteúdo da Apoema, Julia Ades. 

A organização do trabalho também é impactada pela Copa do Mundo. É comum deixar os escritórios mais cedo para assistir aos jogos e, segundo o estudo, 30% dos torcedores gostam do evento por conta disto: a quebra da rotina. 

Com a Copa do Mundo, o torcedor se dá permissão para descansar emocionalmente daquilo que o angustia. Nesse período, muitos experienciam uma espécie de “pausa” de aspectos que causam sofrimento, preocupação e desesperança. Os entrevistados afirmaram que o evento é uma oportunidade de se levar menos a sério e abrir espaço emocional para o lúdico se manifestar. “A Copa do Mundo desperta a criança que existe em nós, mas que, podada socialmente, perde seu empoderamento”, explica Julia. 

A Copa também se apresenta como uma forma de quebra de regras sociais. O evento potencializa a ocupação da cidade e permissividade da desordem. Festas, aglomerações, amigos na calçada, ruas lotadas e tantas outras agitações que acontecem “fora de hora” caracterizam o evento esportivo. 

Fato é que os brasileiros têm uma íntima relação com a Copa do Mundo ao longo da história. Nesse sentido, a pesquisa ainda traça a ordem cronológica dos jogos e seus principais impactos na sociedade. Um dado, em específico, chama atenção: 48% dos torcedores se sentem distantes da seleção. Porém, com a proximidade dos jogos, a tendência é que todos esses sentimentos apontados no estudo sejam despertados e que surja mais um momento histórico na trajetória do futebol brasileiro. 

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