Especialistas alertam que o consumo de leite e seus derivados é fundamental para a saúde
Os produtos lácteos além de deliciosos, são fundamentais para uma dieta equilibrada e rica em nutrientes. Pois os laticínios são fontes de cálcio, vitaminas e minerais essenciais para a saúde.
Todavia, algumas pessoas sentem alguns desconfortos após o consumo destes alimentos, o que pode ser a tal intolerância à lactose. Todavia, o termo correto para as pessoas com tal condição é lactase não persistente.
A recomendação é que se busque um médico especialista para fazer o diagnostico correto. Pois é necessário descartar a possibilidade de alergia alimentar.
Sobre a Lactose
A lactose é um tipo de açúcar encontrado no leite e não é desencadeadora de alergias. Os sintomas da intolerância à lactose são dores de barriga, diarreia, gases e estufamento abdominal.
Segundo médico pediatra e imunoalergista Dr Viete Freitas, a intolerância à lactose é uma doença genética em que a pessoa afetada nasce sem uma enzima chamada lactase.
“O tratamento para a intolerância é bem simples, o paciente toma duas porções da lactase em comprimido por dia, no café da manhã e no jantar e assim equilibra totalmente a absorção da lactose,” afirma Dr Viete.
A nutricionista Dra Adriane de Moraes destaca que é possível controlar a ingestão da lactose por meio da escolha de produtos lácteos específicos, inclusive os sem lactose facilmente encontrado nas prateleiras.
“Alguns produtos fermentados como iogurtes e queijos podem apresentar um teor menor de lactose porque parte dela é convertida em ácido lático durante a fermentação”, explica Dra Adriane.
Moraes ainda esclarece que queijos maturados por mais tempo apresentam uma quantidade de lactose reduzida. Portanto, uma dieta acompanhada por um nutricionista é uma boa aliada aos intolerantes à lactose.
Por exemplo, um queijo parmesão (massa dura) tem uma concentração muito menor de lactose do que um queijo fresco (massa mole). Conheça os 06 tipos de queijos mais consumidos no Brasil!
Entenda porque leites fermentados, queijos e iogurtes são mais tolerados por indivíduos lactase não persistente
Para responder a estas perguntas, conversamos com a PhD Célia Ferreira, professora titular da UFV com pós-doutoramento em Madison(USA) e Turku(Finlândia). Madison, no Estado de Wisconsin nos Estados Unidos, é conhecido como dairyland, ou “terra do queijo” em tradução livre.
Queijos: “Nos maturados, as quantidades de lactose variam, sendo que no queijo parmesão, com 10 meses de maturação, ela não é mais detectada. Durante o processo de maturação, os microrganismos fermentadores utilizam o açúcar do leite (lactose) para o próprio crescimento. São eles que promovem as alterações de sabor, aroma e textura nos queijos”.
Leites fermentados e iogurtes: “As próprias bactérias utilizadas na fabricação desses produtos, carregam a enzima lactase. Que é a responsável pela digestão da lactose”. No caso do iogurte, além das duas bactérias usadas na sua fermentação (Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus), conterem a enzima lactase, elas continuam ativas mesmo após o iogurte passar pelo estomago. E mesmo que as bactérias não resistam, as enzimas continuam contribuindo para a digestão da lactose do leite”.
Alternativas saudáveis e deliciosas
Hoje em dia, é muito fácil encontrar no mercado produtos lácteos sem lactose, pois a indústria de laticínios evoluiu muito no Brasil. Por isso, o processo de quebra do nutriente é simples e seguro.
“A lactose é hidrolisada à partir do uso da enzima lactase. Desta forma, o açúcar do leite é convertido em outros dois açúcares a glicose e a galactose. Neste processo nenhum outro nutriente do leite é alterado”, garante Adriane.
Outra alternativa para melhorar a digestão dos derivados de leite são os probióticos, as chamadas “bactérias do bem”, que quando tomadas continuamente melhoram a digestão da lactose. Estes alimentos são especialmente importantes para mulheres que já passaram pelo período da menopausa e precisam ingerir derivados do leite para melhorar a absorção do cálcio.
Vale ressaltar que o diagnóstico médico e o acompanhamento profissional é fundamental quando falamos de saúde.
Porque não se deve parar de consumir laticínios
Os especialistas entrevistados são unânimes e afirmam que é importante o consumo de lácteos para a saúde. Dr Viete afirma que a “ingestão de leite e seus derivados é importante para a nossa saúde. Em todas as idades o leite tem o seu lugar, desde que não consumido de forma muito exagerada.”
Já Dra Adriane ressalta que os laticínios são “uma importante fonte de nutrientes, em especial o cálcio. Pois a recomendação diária de ingestão de cálcio nas diferentes fases da vida é muito elevada, o que torna difícil o alcance da quantidade mínima do nutriente sem o consumo de leite e derivados.”
Portanto, não se deve eliminar os produtos lácteos da dieta, e sim tratar a intolerância com ingestão da enzima lactase ou com o apoio de um nutricionista, montar um cardápio contendo leite e seus derivados sem lactose.
Reforçamos que as informações presentes nesta matéria, são à título de esclarecimento. Só um médico especializado é capaz de fazer um diagnóstico da doença e prescrever o tratamento.
*Matéria produzida em parceria com www.terraviva.com.br