E não estou falando de BBB. Por mais que muitos reclamem, o reality é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Quem não gosta, tenta silenciar, evitar, mas é impossível não saber minimamente o que acontece por lá.
Mas a casa mais vigiada do Brasil não deveria ser aquela que fica no Rio de Janeiro. Eu sei que muitas vezes a política até parece um BBB. Afinal, tem voto combinado, intrigas, troca de acusações, pessoas que eram uma coisa e viram outra..
A grande diferença é a consequência. E talvez isso explique a baixa audiência desse programa.
O que acontece no BBB não afeta diretamente a realidade, mas afeta por colocar em pauta o comportamento humano. Por outro lado, o que acontece na Casa ou nas Casas localizadas na Praça dos Três Poderes afetam diretamente a realidade do brasileiro. Lá é decidido se vai ter auxílio, vacina, presidente ou aumento de impostos…
E o programa televisivo permite que a audiência vote pela eliminação e pela vitória. Na política, as pessoas até votam, mas o que será feito desse voto é outra história.
Eleição no Senado e na Câmara
Semana passada aconteceu o processo de eleição para os presidentes da Câmara e do Senado. Vamos conversar um pouco sobre os vencedores e vencidos.
O grande vencedor é conhecido já: Jair Bolsonaro. O presidente da República tinha dois nomes nas duas eleições e eles venceram. Foi uma vitória tática que garante que o fantasma do impeachment seja exorcizado. Basta lembrar de 2015 e 16, quando Dilma Rousseff perdeu a mão do Congresso e isto a afastou do Planalto. Não foi a pressão das ruas, afinal, o barulho das ruas parece não afetar tanto o legislativo assim, não é?
Ouvimos panelas no último mês, vimos mais pedidos de impeachment sendo protocolados na Câmara e o que aconteceu? Mais uma vez, o executivo agiu para evitar o agravamento da crise, de novo. E para isso, nada melhor do que ter dois aliados como presidentes das duas Casas.
Foi interessante observar a movimentação, a barganha, as alianças.. E claro, o discurso na tribuna, tanto no Senado quanto na Câmara. Parlamentares opositores bradaram que o Executivo teria “pago” aos colegas para garantir um resultado favorável. E aí me veio uma ideia bem qualquer coisa, vou apenas compartilhar com você: já pensou se o voto de senadores e deputados não fosse secreto?
Rodrigo Maia ficou, no mínimo, decepcionado com o partido dele, e ameaçou aceitar o processo de impeachment em retaliação. Mas não aconteceu. Do lado de fora da Casa, as pessoas, parte delas, reagiram. Bom, agora com sinceridade, você, que apoia o impeachment, me conta uma coisa, você acredita mesmo que o processo passaria no Congresso? Eu acho que não. E possivelmente, Rodrigo Maia também entendeu assim.
Centrão fortalecido e a eleição de 22 começa a ser desenhada.
Os presidentes
Os discursos são bonitos, mas o que importa são as ações. Pacificar, buscar o bem comum, unificar… Foram termos usados por Rodrigo Pacheco e Arthur Lira.
Pacheco ganhou uma prova delicada: a CPI da Covid protocolada por Randolfe Rodrigues. O senador disse que não é uma investigação contra ninguém, mas é preciso entender quem se houve omissão no enfrentamento da pandemia, e a situação do Amazonas salta aos olhos.
Lira, que em seu primeiro ato – vamos usar o termo da moda – cancelou os opositores. Ele invalidou o bloco formado por Baleia Rossi e a eleição para a mesa diretora, bom, ficou entre os amigos.
Se Rodrigo Maia entendia que o trabalho remoto era fundamental, na gestão Lira, o entendimento mudou. Depois do Carnaval, a Câmara terá, diz que será um modelo híbrido, mas quem trabalha por lá já se preocupa em voltar a trabalhar presencialmente.
Parece-me que a proposta de isolamento vertical vai se tornando uma realidade. Veja só, se não faz sentido, os grupos de risco são vacinados e a força de trabalho volta (como se ela tivesse de fato de férias e parado, mas isso é outra conversa) para que a economia não pare.
Só não sei se eles combinaram isso com o vírus, que já se mostrou um tanto rebelde.
Então, se protejam e não se esqueçam das recomendações da ciência.
Até a próxima!