O novo pedido de impeachment se baseia em 15 crimes de responsabilidade que teriam sido cometidos pelo presidente da República
Na tarde desta quarta-feira (27), mais um pedido de impeachment contra o chefe do executivo, Jair Bolsonaro, foi apresentado na Câmara Federal. O documento foi assinado pelos líderes dos partidos de Minoria da Câmara, que incluem PT, PSB, PSOL, PCdoB e Rede, e pelos presidentes nacionais das siglas.
O novo pedido contempla 15 crimes de responsabilidade que envolvem a conduta do presidente para combater a pandemia do coronavírus. O deputado José Guimarães (PT) afirmou que este pedido tem como foco a pandemia e tem como base sete dispositivos normativos presentes na Constituição Federal de 1988 e também, na Lei de Impeachment de 1950. “Por que esse pedido é diferenciado? Porque ele está embasado em um direito supremo, (direito) à vida”.
Durante a fala, o deputado destacou as ações do Governo Federal e do Ministério da Saúde no enfrentamento da crise no estado do Amazonas, a região ainda enfrenta problemas no abastecimento de oxigênio na rede pública de saúde. Segundo o parlamentar, a falta do insumo já poderia ser enquadrado como crime de responsabilidade. “Alguns dizem que a responsabilidade é do Pazuello, mas vocês lembram daquela frase que foi dita por ele: ‘você (presidente) manda e eu obedeço. Não tem como separar Pazuello de Bolsonaro. Os dois foram omissos, os dois foram criminosos no tratamento, na conduta da pandemia”.
A oposição alega que o Governo Federal tinha informações do iminente colapso na saúde do Amazonas e isto foi confirmado pelo próprio ministro Pazuello em coletiva realizada no dia 18 de janeiro. Na ocasião, O chefe da pasta confirmou que viajou a Manaus para tomar as providências, mas que o aumento exponencial do consumo de oxigênio, problemas de logística e nova variante do vírus afetaram diretamente.
Líderes religiosos também pedem pelo impeachment
Ontem, mais de 370 pessoas de diferentes movimentos religiosos assinaram um pedido de afastamento do presidente Jair Bolsonaro. O documento também trata da conduta do Governo Federal com relação as ações de combate à pandemia do coronavírus.
Aliado do presidente, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) postou no Twitter dele: “coloquem na fila”. Em entrevista à TV Câmara, o parlamentar disse “Não vejo problema algum, porque vou esperar o que de quem é contra o governo, de quem é tradicionalmente de esquerda? Sem problema algum, façam mais um pedido, coloquem na fila, que vai dar em nada”.
Mais de 60 pedidos de afastamento
O Governo de Jair Bolsonaro já coleciona pedidos de impeachment na Câmara Federal, com os dois apresentados nesta semana, o número passa de 60. Cabe ao presidente da Casa viabilizar a abertura do processo. No entanto, Rodrigo Maia, que vem criticando a gestão de Bolsonaro, está em fim de mandato, assim, provavelmente, os pedidos desta semana deverão seguir na gaveta da mesa diretora do legislativo.