SUS incorpora vacina contra vírus sincicial respiratório e expande proteção infantil

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Imunização busca reduzir internações e óbitos causados pelo VSR, principal responsável por bronquiolite em bebês

O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas novas tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), um dos principais agentes de infecções respiratórias graves em bebês. A medida busca ampliar a proteção infantil e reduzir a mortalidade associada à doença, que pode levar a quadros severos de bronquiolite e pneumonia.

As novas estratégias de imunização incluem:

  • Anticorpo monoclonal nirsevimabe: indicado para bebês prematuros e crianças de até 2 anos com comorbidades;
  • Vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B: aplicada em gestantes, para garantir a transferência de anticorpos ao bebê durante a gravidez, oferecendo proteção nos primeiros meses de vida.

Impacto positivo na saúde infantil

Segundo o Ministério da Saúde, as tecnologias foram analisadas na 137ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e aprovadas devido ao potencial de prevenção de hospitalizações e óbitos infantis.

“A estratégia combinada irá proteger cerca de 2 milhões de bebês em seus primeiros meses de vida, fase de maior vulnerabilidade às complicações do VSR”, informou a pasta em nota oficial. Estudos indicam que a vacinação materna pode evitar aproximadamente 28 mil internações por ano.

A portaria que oficializa a incorporação da vacina e do nirsevimabe será publicada nos próximos dias, garantindo o início da implementação no SUS.

Como funcionam os novos imunizantes?

O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção imediata, sem necessidade de estimular o sistema imunológico do bebê a produzir seus próprios anticorpos. Isso o torna especialmente indicado para prematuros e crianças com comorbidades.

Já a vacina recombinante contra VSR A e B é aplicada em gestantes, induzindo uma resposta imunológica que transfere anticorpos para o bebê ainda no útero, protegendo-o logo após o nascimento – período crítico para infecções respiratórias.

O impacto do VSR na saúde infantil

De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde, o VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de 2 anos. A estimativa é que:

  • 1 em cada 5 crianças infectadas precise de atendimento ambulatorial;
  • 1 em cada 50 bebês seja hospitalizado no primeiro ano de vida devido às complicações do vírus.
  • Entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros com menos de 37 semanas de gestação, causadas por complicações do VSR, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.

Ampliação da proteção infantil

Até o momento, o palivizumabe era a principal opção disponível no SUS para prevenção do VSR. No entanto, sua aplicação estava restrita a bebês prematuros extremos (com até 28 semanas de gestação) e crianças com doenças pulmonares crônicas ou cardiopatias congênitas graves.

Com a incorporação do nirsevimabe, espera-se ampliar a cobertura para 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual. Já a vacina materna tem potencial para proteger 2 milhões de recém-nascidos.

A inclusão dessas novas tecnologias representa um avanço significativo no combate ao VSR, oferecendo mais segurança para bebês e reduzindo a carga de hospitalizações no país.

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