Para a entidade, as escolas devem entrar para o grupo de atividades essenciais e modelo híbrido de ensino deve ser mantido
A Sociedade de Pediatria do Distrito Federal (SPDF) emitiu uma nota, nesta quarta-feira 3, sobre o fechamento das escolas por causa do novo lockdown, decretado no último sábado (27) pelo governador Ibaneis Rocha. O decreto (41.842) suspendeu as aulas presenciais na rede de ensino público e privado e a restrição poderá valer até o dia 15 de março.
A entidade, no documento, relata as lições aprendidas em 2020, o primeiro ano da pandemia. As crianças transmitem a doenças e podem ficar doentes, mas a gravidade é inferior, assim, o retorno às atividades presenciais nas escolas não apresentou um impacto significativo no número de casos. O texto destaca que as unidades de ensino adotaram protocolos de segurança, as medidas sanitárias: redução de alunos nas salas, distanciamento físico, higiene adequada, uso de máscara facial, afastamento imediato de qualquer caso suspeito.
Como também vem sendo defendido pelo Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), as escolas têm um papel relevante no desenvolvimento das crianças e adolescentes e o impacto do fechamento “na integridade física e emocional de nossas crianças e adolescentes pode superar a gravidade que essa doença representa para essa faixa etária, e por isso entendemos que as escolas estejam incluídas nas atividades essenciais”.
Dessa forma, a Sociedade de Pediatria do DF defende que as escolas sejam inclusas no “grupo de atividades essenciais com planejamento transparente e de acordo com os protocolos de segurança vigentes”. Mas o modelo híbrido de ensino, com a opção de aulas presenciais ou à distância, deverá ser mantido pelas instituições.
A entidade ainda reforça a necessidade de outras medidas que precisam ser tomadas por parte do governo. São elas:
- Alertar a população para o cumprimento de medidas preventivas, como não aglomerar, evitar atividades não-essenciais, usar máscaras adequadamente,
realizar a higiene das mãos, preferir atividades ao ar livre e manter o distanciamento físico; - Ampliar os planos de vacinação, claramente priorizando os grupos de maior risco e de maior exposição;
- Compreender os planos locais/ regionais de fechamento ou restrição das escolas, que sejam embasados nas taxas de disseminação viral e de esgotamento de leitos de internação.
A diretoria da SPDF reforça: “concordamos que, em situação de alta taxa de transmissão viral e de iminência de esgotamento de leitos hospitalares, possa ser crucial o fechamento das atividades de ensino por curto período, devendo, sim, seguir os planos vigentes de contenção da pandemia, até mesmo com o lockdown quando necessário. Entendemos, porém, que as escolas devem estar junto às últimas atividades a fecharem e entre as primeiras a serem reabertas, proporcionando assim um ambiente de aprendizagem seguro e acolhedor para as crianças e adolescentes.”