Policiais do DF começam a operação “Vidas Policiais Importam”

Foto: Diogenes Santos/Sinpol-DF

Preocupados com o risco de contaminação pela covid-19, policiais civis do DF
decidiram pela redução da carga de trabalho

Em assembleia realizada nesta quarta-feira (14) pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), a categoria votou pela adoção de medidas que reduzirão a carga de trabalho. A decisão vem na tentativa de diminuir as chances de contágio pelo novo coronavírus. Atualmente, a taxa de contaminação é de 18% na Polícia Civil, contudo, dependendo do departamento, observa-se um aumento da taxa, entre os agentes de custódia lotados na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) o índice chega a 53%.

A “Operação Vidas Policiais Importam” contempla o conjunto de ações decididas na assembleia de hoje. As medidas serão mantidas até que todo o efetivo da Polícia Civil do DF seja vacinado contra a covid-19. A partir de agora, haverá redução no número de operações policiais, de oitivas, e das intimações de vítimas, testemunhas e suspeitos de crimes. Não haverá escolta para audiência de custódia virtual no Núcleo de Audiência de Custódia (NAC), assim como ocorria no início da pandemia.

Os policiais civis serão orientados a registrar formalmente o descumprimento das medidas sanitárias nas delegacias. Também será cobrada a distribuição de equipamentos de Proteção Individual (EPI) e de Proteção Coletiva (EPC).

Foi definido, ainda, que a categoria defenderá a vacinação urgente de todo o efetivo, com a idade como único critério. “Os policiais civis não pararam de trabalhar em momento algum. E, justamente por isso, estão se contaminando mais”, afirma Alex Galvão, presidente do Sinpol-DF.

Foto: Diogenes Santos/Sinpol-DF

Além da necessidade de imunização imediata, o sindicato busca melhores condições de trabalho para os servidores. Segundo a entidade, as delegacias não possuem nenhum controle de acesso ou qualquer recurso que limite as aglomerações. Entre os problemas estão, ainda, a falta de equipamentos de proteção individual e de controle sobre o número de ações e operações policiais.

Na última semana, dois policiais civis morreram após contrair o vírus durante as atividades de trabalho. Inclusive, um deles, o policial civil Everton Gonçalves registrou, em um dos relatórios de plantão, uma série de situações que aumentavam o risco de contágio na delegacia. Durante a assembleia, o presidente do Sinpol-DF leu o documento. “Esse relatório mostra, também, a omissão da Administração da Polícia”, defende Galvão. “Não há dúvida de que eles se contaminaram em serviço”, completa o dirigente sindical.

O diretor da Associação Brasiliense dos Peritos Papiloscopistas (Asbrapp), Rafael Del Sarto, confirma a preocupação com as condições de trabalho e os riscos que os profissionais correm todos os dias durante a pandemia. “Estamos o tempo inteiro correndo para o perigo. Os gestores não têm se sensibilizado quanto a isso e essa atitude não afeta apenas a categoria policial civil: é um descaso para o povo. O policial pode estar contaminado e, sem saber, contaminar o cidadão. Exigir a vacinação não é uma atitude oportunista, nós estamos expostos e acabamos expondo a população”, acrescenta Rafael Del Sarto, diretor da Associação Brasiliense dos Peritos Papiloscopistas (Asbrapp).

 

 

 

 

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