Pesquisa revela impacto da covid-19 nos coworkings

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Pesquisa revela como o coronavírus os impactos do coronavírus em um setor que inspira inovação: os coworkings

O coworking é um modelo que ganhou terreno no país nos últimos anos. Os dados de 2019 do Censo Coworking Brasil revela que são 1.497 espaços em todo o país. No entanto, o coronavírus mudou a rotina dos coworkers e para entender melhor o novo contexto, o Instituto Nexxera e o Studio Sapienza realizaram uma pesquisa que identificou os impactos da crise e ainda, apontou quais estratégias estão sendo utilizadas por gestores destes ambientes de trabalho. 

A pesquisa revelou que houve uma diminuição do faturamento dos coworkings em  92% (36) dos coworking spaces brasileiros, sendo que 62% (24) tiveram perdas entre 25% a 75% do faturamento em 1 mês de crise. Além disso, dos pesquisados, 30% (18) dos coworking spaces afirmaram que buscarão junto a bancos e financeiras ou já utilizaram de seu capital próprio para lidar com tais perdas. Outros 23% (14) disseram que utilizarão dos recursos oriundos dos sócios, 10% (6) família; 5%(3) com investidores e 2% (1) relataram que terão que fechar o negócio.

“Essa pesquisa mostra o impacto gerado pela crise do coronavírus e como isso vai resultar em espaços de trabalho como os coworkings spaces. O pânico de ficar fechado visto que isto acarreta na não utilização dos espaços físicos e a quebra de contratos dos usuários e empresas, requer alternativas dos gestores para a geração da sustentabilidade e manutenção de seus negócios” revela Prof. Dr. Geraldo Campos, idealizador da pesquisa.

Para o Prof. Geraldo, “muitos gestores já adotaram ações e alguns ainda estão buscando estratégias para o enfrentamento da crise. Com otimismo, isso vai acabar gerando muitas oportunidades”.

Perfil dos participantes da pesquisa

Participaram da pesquisa 39 Coworking Spaces espalhados pelo país. Dos participantes, 13 estão localizados em Santa Catarina, 10 em São Paulo, 5 no Paraná, 2 no Ceará e Rio Grande do Norte e 1 no Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Dos entrevistados, 43% (17) dos coworking spaces oferecem serviços como: posições de trabalho em mesas fixas e compartilhadas, salas privativas, endereço fiscal, escritório virtual, locação de sala de reuniões e locação de espaço de eventos. 

Outro dado importante da pesquisa revela o tempo de existência dos coworkings. Mais de  51% (20) dos pesquisados possuem entre 1 a 5 anos; seguido de 28% (11) entre 5 a 10 anos de existência e 5% (2) possuem mais de 15 anos. Além disso, a pesquisa mostra que 49% (19) dos coworking pesquisados possuem de 1 a 50 coworkers; 28% (11) até 100 coworkers e 23% (9) até 200 coworkers.

O maior desafio da crise

A retenção de clientes tem sido um dos maiores desafios dos gestores de coworking spaces durante a crise. Todos os coworking spaces brasileiros, de alguma forma, tiveram que negociar contratos. Dentre algumas estratégias de retenção as mais utilizadas foram:  71% (28) Negociação de valores de mensalidades, 38% (15) Carência de mensalidades, 30% (12) Vouchers para utilização futura, 28% (11) Realização de eventos on line e  15% (6) Utilização de plataforma de rede de coworkers já existentes.

Pensando em novas captações de clientes e futuros negócios as principais estratégias utilizadas são: 92% (36) Redes sociais, 44% (17) Redes de contatos – networking, 29% (11) Marketing digital com impulsionamento, 23% (9) Ativação de listas de clientes antigos e 13% (5) Inside sales e aplicativos de promoção de ambientes de trabalho.

“Momento de reinvenção”

De acordo com o Censo Coworking Brasil do ano passado, o país tem 1.497 espaços de coworking, no Distrito Federal são 42 e um deles é o Espaço 365 que precisou se reinventar durante a pandemia.

Logo no início da pandemia, o governo local editou um decreto fechando os estabelecimentos comerciais, e a solução foi criar um mercado de delivery, chamado de Mercado 365. Flávio Mikami, sócio-fundador do Espaço 365, relata que a crise foi um “momento de reinvenção”, e para se adaptar aos novos tempos e desafios, foi preciso mudar. “Pivotamos completamente nosso business com o intuito de continuar com o nosso propósito de SERVIR BEM AS PESSOAS. Isso inclui nossa equipe de colaboradores, a qual conseguimos manter todo o efetivo, além de idosos e famílias que estavam em quarentena, público-alvo do nosso Mercado”, conta.

Além de criar um novo serviço, o 365 precisou mudar o próprio espaço. As novidades serão vistas já na entrada, com medição da temperatura e a presença do álcool. A higienização constante faz parte da nova rotina.

Flávio Mikami, sócio-fundador do 365

O novo normal não possibilita mais mesas compartilhadas cheias e pessoas próximas, por isso, “nas bancadas, já diminuímos a quantidade de estações disponíveis e iremos implementar barreiras de proteção”, conta Mikami.

Para quem tem o contrato de salas individuais, o cuidado segue redobrado também. Cada sala recebeu álcool em gel e máscaras faciais. Mikami destaca que “disponibilizamos também em parceria com a Top Troféus, empresa do Grupo 365, descontos para confecção de barreiras de acrílico personalizadas para cada sala, além de valores diferenciados em EPIs. Todas as salas são higienizadas todos os dias.”

Maior desafio encontrado pelo 365 foi o mesmo que a pesquisa indicou: a retenção dos clientes. A primeira solução adotada pela empresa de Brasília foi a campanha “Pague o que puder”, assim, cada empreendedor foi convidado a contribuir com o valor que pudesse arcar.

Para o momento de pós pandemia o plano será oferecer condições para ajudar na retomada da economia local. “Já estamos com ações de descontos agressivos para ajudar a retomar a economia no DF. Para aqueles que tiveram que entregar seus pontos comerciais, estamos com endereço fiscal a R$69,90, o mais barato de Brasília. Bancadas fixas (privativas) ao preço de 365 reais, além de descontos de 50% na locação de salas privativas. É um novo momento, mas estamos certos que passaremos juntos por tudo isso.”, acredita Flávio Mikami.

O futuro

Quais são os planos para os coworkings após o coronavírus? Segundo a pesquisa, 40% (19) estão em fase de elaboração, 35% (17) possuem alguns pensamentos, enquanto 15% já possuem um plano definido e 10% (5) não possuem definição do que farão após a crise.

Outro ponto mostra que os gestores olham o futuro com otimismo, dos entrevistados 61% (28) dos gestores estimam que seus coworking spaces se recuperam ainda em 2020. Já 20% (9) compreendem que irá crescer no pós-crise, enquanto 13% (6) estimam a redução de tamanho; 4% (2) irão fechar e 2% (1) pensam em se recuperar apenas em 2021.

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