Com a presença do coronavírus em território nacional, muitos comerciantes tiveram que fechar as portas. No entanto, isto não significou pausa nas atividades. A covid-19 trouxe uma mudanças no comportamento do consumidor, forçando as empresas a buscar novas alternativas, como o investimento no comércio virtual e no delivery.
Afinal dentro deste contexto, a prioridade para os negócios de qualquer porte é seguir criando oportunidades de venda para os clientes. Algumas marcas apostam em descontos e oferecem frete grátis. Já a estratégia de criação de vouchers pode ser usada por cabeleireiros ou manicures, como recomenda o especialista em marketing, empreendedor digital e idealizador do canal Dicas Digitais, Raphael Falcão, Ele exemplifica que se “meu corte custa R$ 100, aí eu poderia oferecer um voucher de R$ 70,00, com 30% de desconto, para que a pessoa possa usar durante um ano”.
O momento de incertezas está provocando medo em empreendedores e consumidores, mas Falcão reforça que “mas você não pode ter medo, tem que criar uma oportunidade de venda para o cliente, porque vender é a coisa mais digna que tem, todo mundo está sempre comprando e vendendo algo. O importante é que os empresários não desanimem nesse momento e que comecem a focar nessas estratégias online”.
A comunicação com clientes precisa continuar, mesmo que seja no meio digital. Assim, a recomendação do especialista é manter a frequência de postagens nas redes sociais e aproveitar o canal para levar mensagens positivas e criar oportunidades de venda.
Para as empresas ou autônomos que não possuem um e-commerce, uma opção é a ferramenta Pede pelo Zap, que foi criada por Fred Rocha. No site, os empreendedores podem se cadastrar gratuitamente para vender produtos e serviços.
Negócios Digitais
Colaboradores trabalhando à distância e vendas por meios digitais, essas são algumas das mudanças impostas pelo coronavírus. Mais do que nunca as empresas entenderam que a presença digital é fundamental. De acordo com Raphael Falcão, é um momento para resignficar modelos de negócio e entender que “as oportunidades que o mercado digital podem oferecer, mas claro, o resultado não acontece do dia para noite”.
O especialista ainda aconselha a necessidade de manter uma constância nas redes sociais e no site. É preciso também gerar conteúdos de valor, que não significa valor financeiro, o termo vai além, e refere-se o quanto uma marca é capaz de ajudar e engajar as pessoas.
Contudo, ao migrar para o digital, o empreendedor precisa ter a consciência de que “não é fórmula mágica. Você precisa de muita estratégia digital e o marketing digital pode melhorar toda essa parte”, recomenda Falcão.
E-commerce
Na coluna “Como um e-commerce pode ajudar a sua empresa na situação atual do país”, o nosso colunista Leonardo Argolo destacou as vantagens de se investir e ter uma loja virtual:
Começando pelo fato que sua loja fica ativa 24 horas por dia, possibilitando vendas a qualquer momento e deixando você sempre visível.
Desta forma, ele também é uma ótima opção para momentos de crise como o atual por possuir um investimento inicial baixo – geralmente o investimento varia de 5 a 15 mil, dependendo da complexidade e se é em site ou aplicativo.
Como ter um negócio digital?
O empreendedor pode começar construindo um site, e o mercado dispõe de várias plataformas que facilitam este processo. Shopify e WordPress são duas ferramentas que acelerar a implementação de um e-commerce.
Outra alternativa está nas redes sociais, o Instagram, Facebook e Whatsapp se mostram ferramentas de fácil implementação.
Veja as dicas de Raphael Falcão para ter ou fortalecer o seu negócio digital:
1 – Procure ter canais sólidos nas redes sociais;
2 – Crie roteiros de venda, técnicas de venda para aplicar no Whatsapp ou Telegram;
3 – Encontre o seu cliente, para isso você pode usar técnicas de Inbound Marketing, o marketing da atração;
4 – Produza conteúdos relevantes, são eles que vão trazer o cliente até a sua marca;
5 – Aumente a proximidade com o seu cliente, se preciso entre na onda das ‘lives’ nas redes sociais;
6 – Sua empresa precisa se posicionar neste momento;
7 – Trabalhe os gatilhos mentais, entre eles: a exclusividade e a reciprocidade. Quanto mais conteúdo você oferece nas redes sociais, quanto mais você ajuda as pessoas, mais as pessoas vão ter uma dívida de gratidão e quando tudo isso passar, você será ‘Top of Mind’ do cliente;
8 – Construa autoridade;
9 – Trabalhe todo dia como se fosse Black Friday. Estoque parado é prejuízo!
10 – Persuasão não é manipulação. Persuadir é entregar o que você promete;
11 – Não se esqueça da constância. Poste uma vez por dia nas suas redes, deixe o seu site atualizado!
12 – Menos simples é mais, essa crise é uma oportunidade de aprendizado e inovar o seu negócio;
13 – Aproveite também para estar mais próximo da sua família. Desacelerar também ajuda a enxergar novas possibilidades de negócio;
14 – Siga se capacitando!
“O grande erro das empresas que saem do presencial e vão para o digital é justamente manter uma rotina de postagens só comerciais, então, vai para as redes sociais e só coloca o nome do produto e do preço, isso não funciona nas redes sociais. Tem que educar o cliente, oferecer conteúdo e ajudar as pessoas. As vendas serão consequência de um bom trabalho de conteúdo.”
Enfrentando a crise
Em geral, o mercado brasileiro vem de uma recessão, apesar da alta no volume de vendas de 2019 segundo os dados do IBGE. No entanto, o índice de 2019 foi inferior ao resultado dos anos anteriores. Por isso, a preocupação dos empreendedores com o fechamento e paralisação das atividades e por isso, é preciso ter cautela e planejamento.
As empresas que podem manter a operação com colaboradores remotos podem repensar a estrutura e pensar em reduzir custos, como destaca Falcão, é hora de “rodar com estrutura enxuta e ‘sentar em cima do caixa’”.
Após a quarentena, o especialista acredita na ‘bonança’ e aconselha que os empreendedores estejam atentos às novas oportunidades de negócios que podem surgir. “Quem está na vanguarda do conhecimento, quem busca se capacitar e construir canais digitais, com certeza, vai ter mais resultado quando tudo normalizar”.
Delivery
Seja usando aplicativos de entrega ou entregadores próprios, evitar que o consumidor não saia de casa tem sido uma alternativa das empresas, e muitas aprimoraram o serviço e passaram a oferecer outras comodidades.
Mercado365
O grupo 365, por exemplo, transformou seu espaço de coworking, o Espaço365, em um mercado delivery. O cliente manda a lista de compras e pode receber na porta de casa. Os pedidos são feitos via email (mercado@somos365.com.br), telefone (61 31810630) ou WhatsApp (61 992583678).
Os pedidos feitos até as 18h, têm um prazo de 24 horas para entrega. Os consumidores podem fazer pedidos de supermercado, farmácia e produtos orgânicos. Os pedidos acima de R$200, têm entrega grátis.
Além de facilitar a vida dos consumidores, o mercado delivery vem criando uma rede solidária. Isto porque cada compra realizada gera uma taxa solidária, que é dividida da seguinte forma: 10%, todo o valor arrecadado é destinado aos colaboradores do projeto; 15% além da ajuda aos colaboradores, uma máscara EPI é doada para um hospital de Brasília; 20% além das atribuições anteriores, um produto da lista de necessidades do Instituto do Carinho é comprado; acima de 25% além das ajudas anteriores o grupo se compromete a ajudar um pequeno produtor, garantindo uma compra com ele.
Leviz e OiTO
É uma plataforma que conecta os shoppers aos consumidores. O cliente acessa a plataforma (www.leviz.com.br), e escreve a lista de compras. O pagamento pode ser feito com cartão crédito, alimentação alelo ou no momento da entrega. As compras são entregues em até 2h depois da confirmação do pedido. A plataforma ainda criou uma doação virtual, onde todo valor arrecadado será revertido para montagem de uma cesta básica que será doada para um asilo.
Já com a OiTO o processo é parecido, mas o pagamento é feito diretamente ao shopper. Outra opção da plataforma é a entrega solitária, nesta modalidade, o cliente paga apenas os bens adquiridos, a entrega é gratuita.
A Tal da Bebida
É um app de entregas de bebidas do Distrito Federal, mas que entendeu que havia uma possibilidade de ampliar o negócio durante a quarentena. Assim, é possível encomendar itens de higiene e mercearia, frios, padaria, bomboniere e, claro, bebidas em geral
Ceasa-DF
A feira do produtor já foi reaberta aos consumidores, mas com o isolamento social, a Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) passou a incentivar lojistas e produtores a vender pelas redes sociais. A Casa de Doces e Queijos não perdeu tempo e oferece a opção delivery para os seus clientes, o pedido precisa ser feito por telefone (61 99942-2141 ou 3234-1008).
Quem se interessar basta acessar o perfil do Instagram da Ceasa (@ceasadf) e o perfil da Associação de Varejistas Produtores da Ceasa (Aprova) também está divulgando os contatos dos produtores que estão realizando entrega.
Vegani
Especializada em produtos naturais e veganos, a Vegani conta com uma plataforma online, a Vegusta. Por lá é possível escolher, por exemplo, queijos de castanha de caju, grão de bico, quinoa e hibisco. O cliente pode comprar pelo site ou se preferir por fazer o pedido pelo whatsapp – (61 99332-8913).
Sítio Samambaia
Produz variados tipos de alface, salsa, berinjela, abóbora, alecrim, menta e diversos outros alimentos. Durante o período da quarentena, o consumidor pode pedir cesta de orgânicos. As encomendas são feitas pelo telefone (61 99191-2989), com valores a partir de R$ 50. As entregas são feitas sempre no dia seguinte, o pedido mínimo é de R$ 50 e a taxa de entrega depende do endereço do cliente.
Não demita
É um manifesto criado pelas grandes corporações que atuam no país, a intenção do movimento é incentivar que os empresários consigam manter o quadro de colaboradores pelo menos nos dois próximos meses.
O movimento acredita que a crise já teria uma data para acabar assim:
Mantendo nossos quadros ajudaremos a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social. Se você tem fábricas ou instalações, siga as orientações da OMS e do Ministério da Saúde. Crie um ambiente de trabalho em que as pessoas possam comer e trabalhar com distância física, e assim se sintam tão seguros quanto se estivessem em casa.
Mas precisamos fazer mais. Também temos responsabilidade com a sociedade em geral. Se você tiver força financeira, ajude as pessoas que moram nas nossas comunidades a terem condições de sobrevivência. Essas pessoas também são empreendedoras.
São os vendedores de pipoca, de cachorro-quente, as manicures e diversos outros que não têm com quem contar. Elas também ajudam a levar o nosso país para frente, mas neste momento não podem sair de casa para lutar pela sobrevivência.
As empresas que queiram fazer parte deste movimento podem se cadastrar pelo site: https://www.naodemita.com/