Pandemia do novo coronavírus impulsiona setor de bicicletas

Bicicletas
Créditos: José Cruz/Agência Brasil

Cidadãos escolhem bicicleta para evitar aglomeração dos transportes públicos

Está na hora de tirar a magrela da garagem. O setor de bikes apresentou um crescimento no último ano. De acordo com os dados do Governo Federal,  em 2020 foi registrada a abertura de 4.800 empresas que desempenham atividades econômicas relacionadas ao setor de bicicletas, o que representa um crescimento de 26% em relação a 2019, quando o número foi de 3.800. Uma das razões para a expansão, pode ter sido em razão ao avanço da contaminação do novo coronavírus, que fez com que as pessoas vissem nas bicicletas, uma alternativa para evitar a aglomeração nos transportes públicos.

Paulo Emilio Martine de Souza, sócio da Bicicletaria Tatuapé (SP), percebeu um crescimento de cerca de 60% no movimento durante a pandemia. “Tivemos grande aumento na procura de manutenção e venda de bicicletas em geral, tanto para adultos como para crianças. Como não estava acontecendo a realização de outras atividades esportivas e recreativas e os parques e academias estavam fechados, as pessoas resolveram praticar na rua e a bike foi uma forma que elas encontraram para suprir a necessidade de atividade física. Para muitos, ela também foi um meio de transporte seguro, por permitir o distanciamento social”, afirma.

A analista do Sebrae, Juliana Borges, ressaltou a importância da implementação de políticas públicas para o desenvolvimento do setor, já que o contexto de Covid-19 representava um grande risco no começo. Entre elas a categorização do uso da bicicleta para diferentes demandas; o aumento do planejamento urbano; a mudança do Código Nacional de Trânsito, que tirou a obrigatoriedade do registro e seguro para bicicletas elétricas; o aumento dos serviços de delivery; as políticas de incentivo, como o programa Bicicleta Brasil; compras públicas; e movimentos da sociedade organizada, como o Dia Sem Carro.

Caso de Sucesso

Bicicletas
Créditos: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O segredo do sucesso da Bicicletaria Tatuapé, conta Emilio, foi a utilização de ferramentas digitais já disponíveis no mercado e das mídias sociais. “Fizemos muito mais divulgação em redes sociais, utilizamos o WhatsApp para o atendimento e agendamento de clientes, até porque a demanda de serviços estava muito alta. Aumentamos o nosso quadro de funcionários e, mesmo assim, chegamos a ter agenda marcada para três semanas. Nosso objetivo é expandir e contratar mais, mas estamos observando bem o mercado”, destaca.

A variedade de produtos e serviços é uma oportunidade para os empreendedores agregarem mais receita ao faturamento da empresa durante este período. Há um enorme grupo de acessórios que podem ser oferecidos aos ciclistas, que proporcionam mais segurança e tornam o trajeto mais confortável, tais como capacetes, roupas, squeezes, óculos, tênis adequados, complementos vitamínicos, protetor solar, toalha de rosto etc.

Para Juliana, embora o cenário seja favorável para manter as empresas em um patamar de faturamento elevado, os empreendedores não devem transformar este momento em uma exploração desmedida de preços. “Não é porque a demanda aumentou que precisa elevar o preço da peça ou da manutenção. É necessário oferecer para o cliente coisas que vão agregar valor, como – por exemplo – mostrar para o consumidor que ele precisa engraxar a bicicleta e que isso reduz a necessidade de manutenção. Apresentar o universo das bikes para quem não estava sensível a ele, que é um mundo cheio de benefícios, saúde e prazer e saúde. Não é o momento de elevar valores de produtos e serviços isoladamente, e sim de estabelecer uma relação de longo prazo”, finalizou a analista do Sebrae.

*Com informações da Agência Sebrae.

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