A questão da alimentação focada na carne bovina, adotada pela maioria das pessoas, tem me causado preocupação. Ainda mais porque, nas últimas décadas, o Brasil se tornou uma espécie de “pasto do mundo”, com todas as consequências para o meio ambiente. Abdicar completamente da proteína de origem animal, por sua vez, me soa radical demais. Por isso, fiquei tão interessado quando ouvi o termo “flexitarianismo”. Ainda não conhecia o conceito até encontrar o Allma nas redes.
O restaurante fica em uma casa charmosa na esquina da Joana Angélica com a Nascimento Silva. Na varanda, pode-se curtir um clima mais despojado. No salão interno o cliente encontra ambiente climatizado, com boa música lounge e a opção de sentar no sofá acolchoado. Desde o início do mês, o Allma abre também para o jantar (exceto aos domingos), e nos finais de semana tem bruch a partir das 9h. Em breve, a casa terá ainda um happy hour de segunda a sexta.
“Nosso objetivo é despertar, propor e educar novos hábitos alimentares onde o equilíbrio é a alma do negócio, cada um agindo de acordo com a sua própria consciência alimentar. A dieta flexitariana fala muito mais sobre estilo de vida do que uma dieta propriamente dita. Temos uma oferta inclusiva em nosso cardápio com opções para veganos, vegetarianos e para os apreciadores de proteínas branca. Frequentam nosso restaurante pessoas de todos as idades numa clara demonstração da inclusão mencionada acima”, Christiano Londres, sócio.
O cardápio é elaborado pelos chefs Diego Gimenez e Lidiane Barbosa, incluindo saladas, bowls, wraps, sanduíches, pratos individuais e sobremesas. Tudo é feito com ingredientes frescos – comprados principalmente de pequenos produtores da região – com desperdício zero. Para abrir os trabalhos, pedimos o Tartar de beterraba (R$ 38): beterrabas assadas, picadas e temperadas com mostarda dijon e picles de caju da casa. O biju com gergelim (ver foto) é feito de beterraba, clara de ovos, farinha integral e fibra de maçã. Confesso que não esperava muito, mas a surpresa foi enorme com o sabor intenso e maravilhoso!
Para o principal, fiz fazer o direito “flex” e pedi o Atum com arroz negro (R$ 79): atum semi-grelhado com arroz negro, tartar de manga, coalhada de wasabi e azeite verde. Se a entrada causou boa impressão, o atum me transformou em fã do Allma. O ponto do atum, a textura, o sabor ácido do tartar de manga e a surpreendente coalhada de wasabi me deram a certeza de que se trata de uma gastronomia de altíssimo padrão.
Para beber, escolhi o autoral Cajuína Allma (R$ 38): gin Amazzoni, caju, tangerina e gotas de tabasco. Nem preciso dizer que o último ingrediente foi a isca, né (rsrsrs)? Valeu a pena: saboroso, refrescante e com um toque sexy da pimenta. Mas o grand finale foi o pudim de leite de castanhas (R$ 29): pudim cremoso feito com leite condensado de castanhas da casa. Meu comentário: “dá vontade de comer um balde disso!”. 🙂
DICA CARIOCA
Começa hoje, às 19h, a primeira edição do FIMA – Festival Interativo de Música e Arquitetura (@festival.fima), que acontece até 21 de dezembro e traz apresentações de música clássica em lugares históricos do Rio. Os shows são presenciais com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do festival, com direito a câmera 360°. Artistas como Marília Vargas, Guilherme de Camargo, Bruno Procópio e Eliane Coelho se apresentam em pontos icônicos da arquitetura carioca: Real Gabinete Português de Leitura, Sítio Burle Marx, Parque Lage, entre outros. As apresentações incluem ainda palestras com arquitetos renomados, relacionando o programa das apresentações ao contexto histórico das construções. Imperdível!
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