
O novo ajuste da Selic era esperado pelo mercado, mas o que dizem os especialistas?
O Comitê de Política Monetária (Copom) em nova reunião nesta semana decidiu pela elevação em 1 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que agora está em 11,75%, o maior nível dos últimos cinco anos.
Momento em que os investidores ficam de olho nos rendimentos e nas opções para não perder dinheiro, como aconselha Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, é preciso escolher rendimentos acima da inflação para não perder poder de compra. “Buscar, comparar e pesquisar são atitudes fundamentais para quem investe. E qualquer negligência fará com que o investidor perca poder de compra em um cenário global bastante desafiador”, disse.
Por outro lado, a elevação da Selic como alternativa para controlar a inflação, pode gerar um efeito contrário. Como avalia João Manuel Campanelli Freitas, análise do COO do Travelex Bank, “esse aumento de 1 ponto percentual, em tese, nos levaria ao 0 a 0 com a inflação que temos enfrentado. É uma conta simples, mas ao mesmo tempo nos mostra uma preocupação, pois, a inflação continuando esse processo galopante significa que provavelmente tenhamos mais ajustes para gerar um aperto monetário na tentativa de controlar esse movimento inflacionário”.
Dentro do contexto de pandemia e conflito na Ucrânia, Pascowitch ainda reforça que “a pressão inflacionária já era uma realidade por conta da retomada da atividade econômica após a pandemia, mas a guerra na Ucrânia impulsionou esse cenário ao trazer uma grande valorização do petróleo, que é a principal commodity do mundo e grande responsável pelo aumento dos custos nas cadeias globais de suprimentos e distribuição. Nesse sentido, com uma elevação ainda maior dos juros globais, há uma deterioração dos investimentos de renda variável e maior atratividade de títulos de renda fixa pública e privada”.
Investidores Internacionais
A taxa básica de juros na casa dos dois dígitos atrai ainda mais a atenção de investidores internacionais, que buscam ativos de risco em meio ao cenário incerto na economia global. “Com taxa de juros (11,75%) e o nosso juros real sendo um dos maiores do mundo esse movimento deve seguir”, avalia também o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.