Dia da Cachaça: empreendedores impulsionam setor no país

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Leandro Dias, empreendedor no setor de bebidas. Foto: divulgação

Hoje é o Dia da Cachaça, a data criada pelo Ibrac lembra quando a bebiba foi liberada pela Coroa Portuguesa para venda e fabricação no Brasil

A história da cachaça no Brasil começou em 1661, no dia 13 de setembro, quando a Coroa Portuguesa autorizou a venda e fabricação da bebida no país. E para marcar a data, o Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac) criou o Dia da Cachaça

Depois de tanto tempo, a bebida segue popular e crescendo no mercado devido a força dos empreendedores, e muitos deles estão mudando de carreira para trabalhar apenas com a cachaça. 

Como resultado, o número de estabelecimentos produtores de Cachaça e de Aguardente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cresceu 4,14 % no último ano. O número em 2020 foi de 1.131 e em 2019 de 1.086. A cadeia produtiva da bebida movimenta, por ano, cerca de R$ 7,5 bilhões no país.

“Os consumidores estão descobrindo que a cachaça é uma bebida versátil e de muita qualidade, ao contrário do que muitos costumavam pensar, que era uma bebida barata e com teor alcoólico muito forte”, explica o empreendedor Leandro Dias.

Em 2012, Leandro Dias estava no Canadá e descobriu bebidas produzidas com ouro puro na composição. A partir daí, ele decidiu abrir mão da carreira na área de tecnologia e lançar a única cachaça com flocos de ouro no mundo: a Middas

A garrafa clássica de 700ml custa R$327. Já a Middas Reserva dos Proprietários armazenada em barris de carvalho custa R$437. “Foi uma forma de dar uma cara nova para uma bebida com anos de estrada”, diz o empreendedor. Com a chegada da pandemia no ano passado, Dias percebeu que muita gente estava passando mais tempo em casa e procurando por cursos online para conseguir uma renda extra.

No ano passado, Dias criou o curso Lucrando com Bebidas, que ensina como criar a própria marca de destilado sem ter uma destilaria e com um investimento baixo. “A ideia de criar o curso surgiu depois de muitas pessoas me contarem que sonhavam em ter a própria marca de bebida, mas imaginavam que isso era uma realidade distante, que custava muito caro”, ressalta. O curso também acabou sendo uma opção para quem estava buscando uma outra fonte de renda por conta da pandemia.

Lançado em maio de 2020, aproximadamente 1.500 alunos já fizeram o curso desde o lançamento, e a expectativa é conseguir cada vez mais alunos que querem faturar em um setor que consegue se manter mesmo durante uma pandemia global. “Nós explicamos tudo de uma forma muito simples e didática, sendo que indicamos empresas que oferecem preços democráticos para a confecção dos rótulos; quem procurar para encontrar embalagens mais em conta, enfim, tudo para que o aluno não tenha que se preocupar com qualquer detalhe”, afirma o empreendedor.

Mudança de carreira

Natural de Cedro, município brasileiro do estado do Ceará, o empreendedor Hemerson Moreira Costa trabalhava na área da Tecnologia da Informação desde 1998. Com a pandemia e o aumento no número de pessoas trabalhando em casa, o setor de TI registrou alta na demanda, porém, Costa percebeu que não estava sendo remunerado com o valor condizente com o seu trabalho, então decidiu largar a carreira de 22 anos na área em dezembro de 2020. “Percebi que no Ceará não existiam muitas opções de cachaças artesanais, então decidi largar minha carreira para investir nessa área e preencher essa lacuna”, reforça o empreendedor.

Costa sempre gostou de beber, principalmente cachaça e vodka, suas bebidas favoritas, mas não tinha qualquer critério na hora de escolher um rótulo, então experimentou destilados de diversas marcas e preços. Foi só em 2004 que ele decidiu conhecer melhor o universo das cachaças, e descobriu como apreciar e reconhecer uma boa cachaça. Na tentativa de criar sua própria bebida, ele decidiu buscar informações de como envelhecer e armazenar cachaça para comercialização.

“Eu imaginava que para ter a própria marca de cachaça eu teria de pagar uma fortuna e ter um alambique, foi então que descobri o curso Lucrando com Bebidas”, explica Costa. Após fazer o curso, o empreendedor então lançou no mercado, no dia 15 de junho desse ano, a cachaça Xerosa. A bebida é vendida em duas versões: Ouro, que é um blend de bálsamo e umburana, e prata, que passa um ano descansando em tonel de inox.

A Xerosa é comercializada em casas especializadas, restaurantes e barracas de praia. O valor também é um outro diferencial, pois muitos estão acostumados com os preços das cachaças industrializadas. A prata custa entre R$70 e R$85. Já a ouro, fica entre R$80 e R$95. “Sempre que alguém fica com receio de saborear uma cachaça, principalmente nova no mercado como a Xerosa, eu ofereço uma degustação e explico como a bebida é saborosa e produzida com qualidade e ingredientes selecionados, com o objetivo de acabar com o preconceito que alguns ainda costumam ter”, finaliza o empreendedor.

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