Covid-19 volta a ser assunto: será a volta das máscaras?

SBOC, diretora, máscaras
Foto: Pixabay
  • Casos voltam a aparecer pelo Brasil, e agora? As máscaras estão de volta?

  • O Rio de Janeiro confirmou a circulação de uma nova variante e a prefeitura do Rio liberou a quinta dose da vacina contra a covid-19

Ela andava esquecida dos noticiários e das conversas, e o recuo da Covid-19 encorajou muitos brasileiros a deixar as máscaras em casa e a voltarem para a rotina considerada ‘normal’. No entanto, com a aproximação do inverno no hemisfério norte, a doença voltou a ser assunto, por aqui. Em outubro, a positividade de casos pulou de 3% para 17%, e uma nova variante já foi identificada. 

A variante ômicron BQ.1 apareceu no Rio de Janeiro e como defendeu a professora e epidemiologista Ethel Maciel, a recomendação para o momento: “colocar dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em dia, imunocomprometidos e idosos usem máscara em locais fechados”.

A especialista ainda aproveitou para tirar algumas dúvidas comuns. Segundo ela, até o momento se sabe que a nova variante é mais transmissível, “mas não é mais grave. Infelizmente, não temos as vacinas remodeladas para a variante ômicron no Brasil e temos muita gente com dose atrasada da vacina que está disponível”. 

Sobre o recebimento de mais uma dose de reforço, a professora, biomédica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra comentou nas redes sociais o motivo pelo qual a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomendaria a quarta dose. Segundo a especialista, “Aqui é uma questão complexa. Essa não recomendação não é porque faria mal ou algo do tipo. E sim porque enquanto tem país vacinando a 5ª dose, tem muitos que não tem nem 50% da população com UMA dose.”

De fato, o mundo ainda luta para garantir a vacinação contra a covid-19 no mundo. No Brasil, mais de 180 milhões receberam a primeira dose, já na segunda dose, o número cai para mais de 162 milhões, a tendência segue quando se trata das doses de reforço, apontando o desafio de convocar as pessoas a completar o ciclo vacinal.

Cuidados já conhecidos

Com o aumento de casos e a confirmação da primeira morte pela sub variante  BQ1, os especialistas voltam a recomendar cuidados já conhecidos, e para os grupos de riscos, como idosos e imunossuprimidos, é ideal redobrar os cuidados, ou seja, evitar aglomerações e usar máscara para evitar a contaminação.

Para quem apresentar sintomas, febre, dor de cabeça, coriza, a indicação é realizar o teste para verificar se a infecção é pelo vírus SARS-CoV2. 

A quinta dose é indicada para imunossuprimidos, como recomendou o médico infectologista Vinícius Borges, “Se você tem um amigo, parente, amor, peguete, com alguma condição que abaixa a imunidade (HIV, doença autoimune, transplante, quimioterapia, uso de corticóide) lembre ela de tomar a QUINTA dose contra Covid-19. É muito importante. Vale no país todo.”

Política Pública

 Aproveitando o momento de transição política no país, O cientista Miguel Nicolelis, fez um apelo: “Quem quer que esteja planejando a transição do governo federal tem que pensar em criar uma comissão voltada exclusivamente para lidar com os desafios da pandemia em 2023, incluindo medidas emergenciais para o PNI, voltado para imunização infantil e aquisição de vacinas p/ Ômicron”.

Ele acrescentou, “a Pandemia tem que voltar à pauta da política nacional. Não adianta ignorar oelefante no meio da sala ou tentar colocar embaixo do tapete. Este é um tópico prioritário/emergencial e tem que receber a devida atenção imediatamente do novo governo.  Olhar pro outro lado não resolve!”

Nicolelis ainda reforçou nas redes sociais, “Nova variante BQ.1 que surgiu da BA 5 escapa + da cobertura das vacinas que temos no BR. É preciso investir na compra de novas vacinas, incentivar de novo o uso de máscaras e combater o crescimento de casos PQ ESTE É UM VÍRUS PARA Ñ SE PEGAR pq ele pode levar à sequelas crônicas!”

Desigualdade no Mercado das Vacinas 

Nesta semana, a OMS divulgou um relatório que mostra que a distribuição desigual não é exclusiva das vacinas COVID-19, com os países mais pobres lutando consistentemente para acessar as vacinas que são demandadas pelos países mais ricos.

A oferta limitada de vacinas e a distribuição desigual geram disparidades globais. A vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) contra o câncer do colo do útero só foi introduzida em 41% dos países de baixa renda, embora representem grande parte da carga da doença, em comparação com 83% dos países de alta renda.

A acessibilidade também é um obstáculo ao acesso à vacina. Embora os preços tendem a ser diferenciados pela renda, as disparidades de preços fazem com que os países de renda média paguem tanto – ou até mais – do que os mais ricos por vários produtos de vacina.

“O direito à saúde inclui o direito às vacinas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “E, no entanto, este novo relatório mostra que a dinâmica do livre mercado está privando algumas das pessoas mais pobres e vulneráveis ​​do mundo desse direito. A OMS está pedindo mudanças muito necessárias no mercado global de vacinas para salvar vidas, prevenir doenças e se preparar para futuras crises.”

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