Confira o resumo das sessões do X Seminário Internacional Frotas & Fretes Verdes

O tempo anda escasso e não acompanhou os debates pelos vídeos?  Então confira os resumos das sessões aqui!

Sessões
Confira o resumo das sessões do Frotas & Fretes Verdes 2021. Foto: Elisa Tonaco

A décima edição do Seminário Frotas e Fretes Verdes foi realizada nos dias 06 e 07 de outubro de forma híbrida, ou seja, presencialmente em Belo Horizonte e com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Instituto Besc, entidade organizadora do Seminário.

Preparamos o resumo de cada sessão para que você não fique totamente por fora dos debates, mas nossa recomendação é que você assista aos vídeos de cada debate.

Sessão 1

A sessão de abertura do X Seminário Internacional Frotas & Fretes 2021 teve a mediação do diretor de Negócios 4.0 da Inova Consulting, Antonio Grandini, o tema debatido foi: “Inovação Transformando a Logística 4.0”. 

Os palestrantes foram: Daniel Drapac, iTrack Brasil, CEO; Marco Ferreira, UseCar Carsharing, diretor executivo; Márcio Lario, Kairos Innova Gestão & Inovação, CEO e  Vinicios Fernandes, Repom, diretor de Produtos e Desenvolvimento de Negócios.

De Belo Horizonte, Grandini abriu a sessão falando que neste ano, o desafio seria abordar a inovação aliada à sustentabilidade. “Não dá para a gente falar em logística sustentável sem falar em tecnologia. Quando nós miramos os desafios e em tudo o que precisa ser feito sem considerar a tecnologia é praticamente impossível”.

O diretor executivo da UseCar Carsharing, Marco Ferreira, participando também presencialmente do evento, apresentou a nova era da mobilidade urbana neste momento em que a Era Digital é uma realidade. Ele pontuou que a tecnologia está mais presente e mais acessível, “hoje em dia nós temos inúmeros protocolos de tecnologia que estão acessíveis a diversos negócios e a startups nascentes”.

A mobilidade como um serviço ou mobilty as a service em inglês é uma das grandes mudanças dentro do novo contexto. Por trás desse conceito existe a ideia de que é mais importante ter o serviço do que ter o bem, ou seja, mais pessoas trocam o carro próprio por aplicativos de mobilidade. “Essa mudança cultural não tem precedentes na história”, comenta Ferreira. 

De acordo com a previsão da Carsharing, em 2025 no Brasil, 5 milhões pessoas utilizarão o serviço que contará com 15 mil veículos. Assim, Marco Ferreira acredita que nos próximos anos acontecerá a queda da indústria automobilística e o nascimento da mobilidade como indústria.

Também presencialmente, Vinicios Fernandes, diretor de Produtos e Desenvolvimento de Negócios da Repom, falou sobre a tecnologia no transporte rodoviário de carga. No início da fala, Fernandes mostrou a relevância do modal, “65% das cargas transportadas hoje no Brasil são através do transporte rodoviário de carga”. O palestrante comparou a matriz brasileira com outros países e argumentou que há um desequilíbrio claro da experiência no país.

Mesmo com as projeções do Plano Nacional de Logística que incentiva o crescimento de outros modais, o transporte rodoviário ainda seguiria como o meio mais importante. Entre os desafios do setor estão: a qualidade das rodovias brasileiras, o custo operacional do transporte, o preço do diesel e a burocracia. 

Na sequência, o mediador da sessão abriu a participação para os palestrantes online. Daniel Drapac, CEO da iTrack Brasil, apresentou a sua empresa que oferece uma plataforma de soluções tecnológicas de gestão para Supply Chain. A startup oferta seis produtos e um deles é o Neutralize, “é o nosso programa de mensuração e compensação de CO2 em cadeias logísticas”, disse. O produto surgiu para suprir a demanda de sustentabilidade em voga dentro do setor logístico. 

Realidade imersiva foi o assunto abordado por Márcio Lario da  Kairos Innova Gestão & Inovação. O tema incluiu o chamado metaverso, realidade virtual, mista, aumentada e assistida.  

Lario apresentou um case de uma empresa em que o colaborador usa os óculos de realidade imersiva para dar mais agilidade na hora de fazer a reposição de mercadorias em um armazém. “A pessoa consegue aumentar muito a sua produtividade com a utilização desse tipo de solução”.    

Sessão 2

“Práticas Sustentáveis para a Mobilidade Urbana” foi o tema da sessão 2 que teve Guido Rogério Silveira, Ipiranga, diretor Jurídico e de Relações Institucionais como mediador e a participação dos palestrantes:  Carlos Kümmel Félix, Universidade Federal de Santa Maria UFSM, professor do Departamento de Transportes do Centro de Tecnologia; José Aurélio Ramalho, Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), diretor-presidente; Márcio D’Agosto, COPPE/UFRJ, professor do Programa de Engenharia de Transportes; Ramon Garcia de Alcaraz, JSL, CEO e Rosana Motta Gomes, Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, arquiteta e urbanista.

Segundo o professor Carlos Kümmel Félix, “a mobilidade tem uma relação direta com a sustentabilidade e tem um enorme impacto no desenvolvimento social e econômico e claro, impacto no meio-ambiente”. O docente ainda falou das transformações sociais ao longo dos anos, para ele, a terra hoje é um “planeta urbano” e defendeu a mudança desse conceito para “planeta humano e mobilidade humana. Temos que enxergar mais e melhor a pessoa”, disse.

Logo em seguida foi a vez do CEO da JSL, Ramon Garcia de Alcaraz. O palestrante começou tratando da estrutura do grupo Simpar, que a JSL faz parte, a empresa desponta como principal provedor de serviços de logística da América Latina.  O empreendedor ainda apresentou os principais programas da estratégia ESG, como o “Mulheres na Direção” e a “Gestão de Emissões”.  

O diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), José Aurélio Ramalho, deu uma visão geral dos estudos realizados pelo ONSV e disse, “trabalhos desenvolvidos pelo Observatório tem uma correlação com os objetivos do desenvolvimento sustentável e dentro dos objetivos do  desenvolvimento sustentável existem 12 metas para a segurança viária”.

Como defendeu o professor Félix, Ramalho argumentou que é preciso dar ênfase ao fator humano para conseguir uma redução dos acidentes de trânsito, pois essa é a causa de 90% dos acidentes. Mesmo com todas as tecnologias atualmente, o diretor-presidente acredita que “nós não estamos preparando as pessoas para as tecnologias”, pontuou. 

Márcio D’Agosto, professor do Programa de Engenharia de Transportes da UFRJ, abordou o tema “os caminhos para a descarbonização do setor de transportes”. Na parte inicial da apresentação, o docente voltou a discutir a predominância do modal rodoviário no país e o transporte rodoviário é o segundo mais intensivo em uso de energia.  

O especialista ainda trouxe uma curiosidade, alguns carros são compatíveis com o gasto de energia de aeronaves, “aquele SUV que você dirige sozinho, você na verdade está fazendo uma viagem de avião com esse automóvel na cidade”.

Atualmente, segundo o professor D’Agosto, as ações do governo trabalham em três grandes linhas para redução do uso de combustíveis fósseis, o investimento em biocombustíveis, o aumento da eficiência energética e a melhoria da infraestrutura.     

Encerrando a sessão 2,  Rosana Motta Gomes do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos falou sobre as “Boas Práticas no Planejamento Urbano Integrado e Sustentável”. Durante a fala, a arquiteta pontuou que o crescimento populacional e a pressão sobre os recursos naturais traz o desafio de equilibrar o planejamento urbano, que tende a buscar caminhos mais sustentáveis e inteligentes. 

Sessão 3

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Imagem: Reprodução/YouTube

A terceira sessão do seminário teve a participação de Guilherme Santana, gerente de vendas Comgás; Elena Berger, do Departamento de Energia dos EUA; Diego Piazza, coordenador do projeto UCSGRAPHENE da Universidade de Caxias do Sul e Lucas Gois, operador de negócios sênior da Aboissa Commodity Brokers. Os convidados falaram sobre o tema: “Materiais Avançados e Transição Energética no Transporte”. A sessão foi mediada por Gustavo Bonini, diretor Institucional da Scania.

O painel abriu oportunidade para a abordagem de novos materiais como é o caso do grafeno, que vem sendo pesquisado pelo Diego Piazza na Universidade de Caxias do Sul, e por lá o insumo se mostra uma alternativa sustentável e capaz de gerar economia. Como disse o especialista, o grafeno reduz a emissão de gás carbônico e ainda gera uma economia importante para país, isto por que é um material com uma maior vida útil, hoje, 4% do PIB brasileiro é direcionado para a substituição de peças, e com a inovação, o Brasil ganha em competitividade, pela redução de custos na logística, e na sustentabilidade.

Outra vantagem importante é que, por ter carbono na composição, o grafeno é um material totalmente reciclável, de acordo com Diego Piazza.

Elena Berger destacou o uso do gás natural como uma alternativa para transporte de carga e de passageiros. Para a especialista, existe uma “transição importante e positiva” para o uso do gás natural, e para que o Brasil possa avançar mais, é necessário a criação e implementação de políticas públicas, e claro, investir em infraestrutura, além de “criar um ambiente regulatório favorável” para fomentar o setor.

Guilherme Santana Freitas reiterou o uso do gás natural para veículos pesados. De acordo com o representante da Comgás, a empresa está mapeando possíveis rotas dentro do estado de São Paulo para viabilizar a utilização de veículos e defendeu que a mudança para o GNV impacta na redução de emissão de gases poluentes e também na economia.

Ele exemplificou que, para rodar 10 mil KM, uma empresa de transporte gasta por volta de R$ 17.244 com diesel. Com o GNV Frota, o custo para a mesma distância cai para R$ 11.114. Em um ano, teria uma economia de R$ 73 mil. Assim, o gás natural representa uma redução de custos operacionais e ganhos ambientais.

O biodiesel foi o assunto abordado por Lucas Gois, da Aboissa. Segundo o palestrante, o país passa por um momento de regressão, isto porque, em 2018, foi aprovado a proposta B15, que garantiria a mistura de 15% do biodiesel no diesel. Com a pandemia, e o fechamento de muitos estabelecimentos, o volume de óleo recuperado caiu em torno 30% e assim, “o governo federal decidiu reduzir a mistura e voltou para B10 (10% de biodiesel no diesel)”, disse Gois.

No entanto, o setor entende que o futuro segue promissor no país, isto porque, o governo federal teria garantido a continuidade do programa B15 e novos crescimentos devem acontecer depois de 2023.

O mercado de biodiesel, que antes tinha uma característica bastante informal, já conta com indústrias de reciclagem mais equipadas e preparadas, com isso houve uma melhoria na qualidade do biodiesel, “hoje temos um produto mais padronizado”, relatou Lucas Gois.

Sessão 4

Com a temática “Evolução da Propulsão de Motores para Transporte”, os especialistas convidados trataram dos desafios brasileiros na redução da emissão de gás carbônico e apresentaram soluções que já estão sendo desenvolvidas pelas empresas privadas no país. A mediação da sessão foi feita por Marcos Oliveira, CEO e Presidente da Iochpe-Maxion.

Rogério Segala, gerente de gestão de produto para mercados da América Latina da Scania Latin America, apresentou o motor à gás desenvolvido pela Scania.

Logo depois, Damian Moretti, gerente geral de engenharia da Renault do Brasil, tratou dos desafios para cumprir o Acordo de Paris, que o Brasil é signatário, e indicou soluções para a descabornização da frota de veículos leves e pesados no país.

Joel Boaretto, diretor técnico do Instituto Hercílio Randon, trouxe uma inovação: o semi reboque elétrico. O palestrante falou sobre a mistura de tecnologias para ter um transporte mais sustentável.

Por último, Flávia Dantas, VP de experiência do usuário e inteligência de mercado da Eve Urban Air Mobility, fez uma exposição bastante futurista, mas que pode estar mais próxima da nossa realidade do que se possa imaginar.

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Imagem: Eve Mobility

Desenvolvido pela spin-off da Embraer, Eve deverá ser uma opção para os moradores dos grandes centros urbanos, a intenção, de acordo com a Flávia, é que seja um “serviço disponível para todos”. O uso de um avião nas cidades impacta na redução do tempo nos deslocamentos, além de significar um transporte mais limpo e sustentável.

Em breve, o serviço será testado no Rio de Janeiro, a intenção é realizar a rota, Galeão-Barra da Tijuca, um trecho que ao ser feito de carro pode levar até 1 hora, mas com o serviço de aéreo, o tempo é reduzido para apenas 12 minutos. Por enquanto, não serão utilizados os carros voadores, pois estes ainda não estão certificados, mas com helicópteros, o projeto realizará simulações do serviço para ampliar a coleta de informações para a prototipagem. Além disso, será testado o aplicativo para as pessoas que queiram participar do teste.

Sobre o Instituto Besc

O Instituto Besc de Humanidades e Economia tem por finalidade a promoção do estudo e do conhecimento de todos os núcleos do saber por meio da realização de conferências, estudos, pesquisas e seminários que possibilitem o debate de ideias e a realização de ações em benefício do desenvolvimento humano e da qualidade de vida sustentável no Planeta.

Focado nesses aspectos, o Instituto Besc espera contribuir com a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e, ainda, com as políticas de investimento público-privado que se destinam ao crescimento e inserção de todas as regiões brasileiras no universo do conhecimento, do saber e do bem-estar social.

Com esses propósitos, o Instituto Besc reúne, em torno de interesses comuns, dirigentes de empresas, especialistas de organizações privadas, públicas e não-governamentais, estudantes e estudiosos de problemas nacionais e continentais.

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