A maior parte dos focos do mosquito está nos domicílios, assim, as medidas preventivas precisam conscientizar as pessoas a cuidar dos próprios quintais
Segundo pesquisas da Secretaria de Saúde (SES), 92% dos focos do mosquito estão nos quintais das casas. A situação é ainda mais crítica quando não há cuidados com os espaços abandonados. A boa notícia é que o combate ao mosquito da dengue requer medidas simples, em especial, é preciso evitar a água parada.
Por isso é importante inspecionar as residências e os locais de trabalho em busca de objetos que possam acumular água. As fêmeas do mosquito costumam procurar lugares escuros, atrás de cortinas ou debaixo de móveis e eletrodomésticos. Essa vigília deve ser feita pelo menos uma vez por semana, dentro ou fora dos imóveis.
Diretor de Vigilância Ambiental (Dival), Edgar Rodrigues esclarece que a fêmea do Aedes aegypti deposita até 450 ovos por vez e tem capacidade de fazer cinco posturas durante a vida. Assim, são mais de 2,2 mil ovos ao todo. “Infectado, o mosquito fêmea poderia contaminar toda essa área. Tivemos 62 óbitos (em 2019), e não podemos mais deixar isso acontecer no Distrito Federal”, ressalta.
Segundo especialistas, para se proteger de forma individual o uso de repelentes é a melhor solução, já que não é possível controlar os cuidados em ambientes que não temos acesso. Todavia, dentro das casas e ambientes de trabalho, as medidas de prevenção à proliferação dos mosquitos devem ser constantes.
Dicas para combater a proliferação do Aedes aegypti:
- Tampe os tonéis e caixas d’água;
- Mantenha calhas sempre limpas;
- Deixe garrafas sempre viradas com o gargalo para baixo;
- Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
- Lave com freqüência as vasilhas de água dos animais domésticos;
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
- Colabore com as visitas dos agentes de endemias nas residencias.
- Retire a água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa;
Sintomas
Dengue é uma doença febril grave transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada, mas é importante manter a higiene e evitar água parada o ano todo, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver. Ao sentir os primeiros sintomas da dengue, o paciente deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência. Os principais sintomas da dengue são:
- Febre alta > 38.5ºC.
- Dores musculares intensas.
- Dor ao movimentar os olhos.
- Mal estar.
- Falta de apetite.
- Dor de cabeça.
- Manchas vermelhas no corpo.
Tendas especiais para atender pacientes com dengue.
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges/DF) montou duas tendas especiais para atender pacientes com suspeita de dengue nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Ceilândia e Sobradinho. A previsão é de que mais cinco sejam colocadas nas UPAs de São Sebastião, Núcleo Bandeirante, Samambaia e Recanto das Emas, bem como no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Segundo o diretor-presidente do Iges/DF, Francisco Araújo, a iniciativa é uma medida de precaução frente ao possível aumento de casos nesta época do ano. “As tendas são mais um aporte dentro do contexto da rede de saúde, porque a Secretaria de Saúde também conta com salas de hidratação em alguns hospitais e outras áreas do governo, no que diz respeito à prevenção, faz a limpeza de rua para evitar água parada e a proliferação do mosquito”, disse.
Dados
Segundo o Boletim Epidemiológico nº 4 de 2020 da Secretaria de Saúde, o Distrito Federal registrou 1.419 casos prováveis de dengue nas primeiras semanas de janeiro deste ano. Um caso confirmado evoluiu para óbito. Do total de casos, 91,33% são moradores do DF. As crianças menores de um ano de idade e as pessoas com mais e 50 anos foram as mais atingidas pela doença.
O engajamento da população é fundamental no combate ao Aedes aegypti. A principal forma de se prevenir contra as doenças transmitidas pelo mosquito é manter o monitoramento constante nas residências, sempre buscando evitar água parada e a proliferação do inseto.
*Com informações do Iges/DF