Cientistas brasileiros desenvolvem teste rápido para a Covid-19

Teste rápido

Novo teste rápido começa a ser disponibilizado nesta terça-feira (9) em Porto Alegre (RS). Qualquer pessoa pode realizar o teste, mesmo não tendo apresentado sintomas compatíveis com o coronavírus

As pesquisas científicas relacionadas ao coronavírus seguem avançando no país. A partir desta terça-feira (9), o Laboratório Mont’Serrat, de Porto Alegre/RS começa a disponibilizar um teste novo para detecção de anticorpos da Covid-19. A expectativa é a realização de mil exames por dia, a coleta de sangue pode ser realizada em domicílio. 

O resultado do teste sai em até 24 horas. Quem estiver em Porto Alegre e desejar, pode fazer o agendamento por telefone (51) 3222.3000 ou pelo WhatsApp (51) 992473001. 

Desenvolvido por um grupo de cientistas brasileiros, o teste rápido identifica e quantifica a presença de anticorpos tipo IgG, contra a proteína S, que é a responsável pela entrada do coronavírus nas células. Assim, é possível saber se a pessoa já teve contato com o vírus e também, se desenvolveu imunidade.

O coordenador da pesquisa e doutor em Biotecnologia, Fernando Kreutz, explica que: “sabe-se que de 80 a 85% das pessoas infectadas com a Covid-19 são assintomáticas ou manifestam apenas sintomas leves da doença. A resposta imunológica é bastante variável e complexa, podendo levar mais de quatro semanas para ocorrer. Para garantir imunidade à Covid-19, é preciso que as pessoas tenham contato com o vírus, desencadeando esta resposta, e desta forma o paciente produziria anticorpos que poderiam bloquear a infecção viral. Uma das formas de caracterizar esta resposta seria identificar estes anticorpos contra a proteína Spike (S)”.

Outra novidade do teste: qualquer um pode ser submetido a ele. Não há necessidade de ter tido contato com pessoas infectadas, ou ainda ter tido sintomas compatíveis com o novo coronavírus. 

Proteína S

A proteína S da Covid-19 é a porta de entrada do vírus nas células humanas. Essa conexão do vírus com a célula acontece por intermédio da enzima ACE2, presente na superfície das células pulmonares. A partir daí, o vírus se multipla e a doença é instalada. 

Os estudos que estão sendo realizados apontam que parte dos anticorpos produzidos contra a proteína S, seriam anticorpos neutralizantes, ou seja, anticorpos que inibem a ligação da proteína S do vírus à enzima ACE2, 

Portanto, o teste pode ser uma ferramenta importante para auxiliar a criar o “passaporte imunológico”. Em conjunto com  informações clínicas, permitir que estas pessoas retornem às suas atividades com maior segurança, salienta Alberto Stein, médico que colaborou no desenvolvimento do teste.

Os testes atuais que já estão realizados identificam anticorpos contra a proteína N, da Covid-19. Essa proteína está dentro do coronavírus e sinaliza se a pessoa teve ou não contato com o vírus. No entanto, não informa quanto a imunidade, isto acontece porque estes anticorpos contra a proteína N não são neutralizantes.

Como funciona o novo teste

O teste é realizado a partir de uma amostra de sangue. Logo depois, a amostra é analisada para determinar a presença dos anticorpos que reagem contra a proteína S e também, quantificar. 

“Este fator é extremamente importante, visto que a maioria dos testes imunológicos disponíveis hoje no mercado não quantificam o nível de anticorpos contra a proteína S, e nem avaliam a possibilidade de imunidade contra o vírus”, destaca Kreutz.

Stein explica que o teste foi realizado em familiares de pacientes positivos para o coronavírus, e alguns destes familiares apresentaram níveis elevados de anticorpos contra a proteína S. E o resultado é bastante parecido com os pacientes que tiveram a doença. A conclusão é: os familiares desenvolveram imunidade contra o vírus.

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