CCBB apresenta o musical “O Pescador e a Estrela”

Elenco do musical "O Pescador e a Estrela"
Elenco do musical “O Pescador e a Estrela” – Foto: Divulgação

O Pescador e a Estrela narra a história Fabiandro, um pescador deficiente visual que, ao partir em busca de seu amor desaparecido, nos mostra que há muito mais para se ver do que só o que enxergamos. Essa é a essência do musical infantil, que estreia dia 26 de fevereiro e segue até 21 de março de 2021 no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. O projeto tem patrocínio do Banco do Brasil.

O musical, com direção de Karen Acioly e texto de Thiago Marinho e Lucas Drummond, tem como protagonista um menino solitário que não consegue mais ver motivos para ser feliz. Ele é, então, convidado por um mensageiro das estrelas a voltar seus olhos para dentro de si, a fim de entender que há coisas na vida que não podem ser vistas, só sentidas.

Guiado pelo mensageiro, o menino se transforma em um jovem pescador deficiente visual chamado Fabiandro, que é apaixonado por uma estrela, apesar de nunca tê-la visto. Os dois se encontram todas as noites à beira do mar, onde cantam, dançam e se divertem.

Um dia, porém, a estrela desaparece. Decidido a reencontrá-la, ele parte em uma jornada rumo ao céu. Ao seu lado vai Hortênsia, uma menina superprotegida pelas tias que quer conhecer o mundo mais que tudo. O que ambos não sabem é que, logo atrás, está o ganancioso casal Prattes Prattes, que planeja roubar a estrela.

O papel do mensageiro é encenado por Felipe Rodrigues, ator negro, deficiente visual e morador da comunidade Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio de Janeiro. Felipe foi escolhido após audição com mais de 30 participantes, todos deficientes visuais de todo o Brasil. Além de ator, Felipe é cantor, tecladista e compositor. Cego já na infância, atuou nos espetáculos: O Auto da CompadecidaO Mágico de OzVolúpia da Cegueira, entre outras. O personagem de Felipe Rodrigues é quem guiará Fabiandro, interpretado por Lucas Drummond, também coautor da peça.

“O processo de construção da peça tem sido enriquecedor porque me dá uma visão ampla dos assuntos abordados e traz reflexões. São coisas que eu posso pesquisar dentro de mim mesmo a partir do que a peça aborda. É revigorante refletir sobre tudo que está dentro da gente e começa a ser externalizado na encenação e nas músicas do espetáculo”, comenta Felipe.

Para Drummond e Thiago Marinho, autores da peça, “o espetáculo traz uma mensagem de esperança, superação e fala sobre um reencontro com o que perdemos. Nós perdemos muito nos últimos meses. Deixamos de ver amigos, familiares e amores. Perdemos aquele brilho que a esperança traz. Principalmente as crianças. Ao mesmo tempo, tivemos a oportunidade de redescobrir esse mesmo brilho dentro de nós. A peça mostra os caminhos para não deixarmos essa luz se apagar, mesmo que eles sejam difíceis de enxergar”, ressaltam.

A direção de movimento é da atriz e bailarina Moira Braga, também deficiente visual. “Participar de um projeto novo e com essa qualidade de afetos e de talentos, com uma configuração artística que foca na acessibilidade e inclusão, é um presente. Eu me sinto muito honrada de poder atuar onde meu trabalho é reconhecido”, celebra, Moira.

A proposta do espetáculo é dar protagonismo à deficiência visual, ampliando a reflexão sobre a acessibilidade dentro das artes cênicas, principalmente voltadas ao universo da infância, tanto dentro do espetáculo como na composição da equipe técnica e artística.

A cenografia de Doris Rollemberg transforma o palco do CCBB no universo íntimo e simbólico do protagonista. O espaço, pequeno e confinado, é cercado por véus, membranas que dificultam a visão, mas que caem quando seu mundo se expande através da sua imaginação.

Karen Acioly, diretora artística do espetáculo, se dedica à autoria de projetos e programas multidisciplinares para infância há 35 anos. Autora de livros, roteiros audiovisuais e diretora de textos teatrais premiados, é curadora internacional de exposições, festivais e idealizadora do FIL – Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, que acontece há 18 anos.

“A saudade é um sentimento muito silencioso no coração de uma criança e precisamos falar sobre isso. Inventamos um espetáculo que olha para o que sente essa criança e que a escute. A música nos guia, em movimentos circulares, através do imaginário de um menino que precisa inventar uma cidade, descortinar os seus véus e viver uma perigosa aventura, para ver o que sente”, afirma Karen.

O Pescador e a Estrela marca a primeira parceria de Acioly com Bruno Mariozz, produtor teatral que há quatro anos desenvolve trabalhos com temas profundos e sem subestimar a compreensão da criança. A produção é da Palavra Z, especializada em musicais infanto-juvenis, como os premiados: Vamos comprar um poeta, A Gaiola e Contos Partidos de Amor, ao lado da diretora Duda Maia.

“Teatro para crianças é um potente agente de transformação da sociedade, pois proporciona um universo de descobertas a as instiga a dialogar e debater entre familiares e amigos. Hoje, este teatro é uma das mais importantes manifestações artísticas para sensibilizar e formar plateias. Pouco a pouco o teatro para crianças firma sua potência em salas, parques, jardins e nos principais centros de cultura de nosso país”, afirma o Bruno Mariozz, diretor da Palavra Z.

Além da peça, haverá a instalação artística “Estrelas criadas com os olhos das mãos, com o olhar do coração|”, da artista Rose Queiroz. Deficiente visual desde os doze anos de idade, a artista trabalha com a memória visual e com a curiosidade natural. No corredor que dá acesso ao Teatro, a partir de uma ambientação sonora do mar, o público irá imergir no universo do espetáculo através da representação de estrelas em formas, cheiros e sensações diferentes, ambientando as crianças com o tema de maneira lúdica.

Rose Queiroz é ceramista há 15 anos, com mais de 30 exposições em diversos estados do Brasil. Ela desenvolveu uma técnica de modelagem de máscaras em cerâmica que permite tanto ao leigo quanto ao experiente, de olhos vendados, concluir uma máscara em 30 minutos. Dentre outras facetas, Rose é atriz e monitora do Jardim Sensorial, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. “A proposta da instalação na entrada do teatro é de que você viaje na imaginação e veja tudo com o olhar do seu coração”, conta.

Serviço

O Pescador e a Estrela

Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília

Endereço: SCES, Trecho 02, lote 22.

Temporada: de 26 de fevereiro a 21 de março de 2021

Dias e horários: de sexta a domingo, às 17h

Duração: 60 min

Ingressos: À venda em https://www.eventim.com.br/ – R$ 30 (inteira) e R$ 15 (clientes BB com Ourocard e meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e suas acompanhantes e casos previstos em Lei).

Classificação indicativa: Indicado para maiores de 5 anos

Informações: (61) 3108-7600 ou ccbbdf@bb.com.br

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