Confesso que demorei para conhecer o AquaRio. Desde a inauguração, em 2016, o programa fazia parte dos meus planos. Mas até domingo passado, nada dele sair do papel. O motivo principal para isso mudar? Minha filha Leandra, de 1 ano e meio: “peixe” foi uma das primeiras palavras do seu pequeno vocabulário. Ela aprendeu por causa de um cartaz que temos no home office, e a partir daí passou a reconhecer o animal e as figuras. Imaginei como seria fantástico para ela ver milhares de peixes, grandes, pequenos, coloridos… Eu não poderia escolher lugar melhor: o maior aquário marinho da América do Sul!
O AquaRio é diversão garantida para a família. A enorme estrutura fica no Boulevard Olímpico, na Zona Portuária, na extremidade oposta ao Museu do Amanhã. O lugar em si já é um ponto turístico, já que os 3 Km de extensão do Boulevard são lindamente decorados com imensos grafites mas paredes dos armazéns. Ao lado do AquaRio fica a roda gigante Rio Star (ingresso online R$ 59). Fazer os dois programas no mesmo dia é uma ótima pedida. Quem quiser dar um rolê a mais pela região, vale a pena caminhar até o Largo de São Francisco da Prainha, onde há bares, restaurantes e música ao vivo nos finais de semana. Quando fomos estava chuviscando, demos apenas uma olhada e ouvimos um pouco do som de Lucio Sanfilippo.
O AquaRio tem estacionamento (R$ 38, por 4 horas), mas nós fomos de Uber. A chegada foi um pouco complicada, já que o GPS não encontrava o local correto de desembarque. Comprei o bilhete (R$ 70 a meia entrada para moradores do Rio) pela internet e estava preocupado com a tolerância de 15 minutos após o horário escolhido. Crianças menores de 3 anos não pagam ingresso. Na chegada, apesar de estarmos com um bebê, fomos orientados a subir pela rampa, que tem uns 5 andares. Para quem tem dificuldade de locomoção, é melhor pegar um dos elevadores. A subida foi meio corrida, mas deu tudo certo.
Passado o pequeno estresse, chegava a hora de relaxar. Os 28 tanques do AquaRio, com cerca de 4,5 milhões de litros de água salgada, contêm 8 mil animais de 350 espécies – um deleite para os sentidos! A iluminação baixa e uma trilha sonora calma compõe um ambiente propício para desfrutar as belezas marinhas. Logo na entrada ficam os tanques menores, com destaque para as moreias. Adiante, há vários aquários temáticos, incluindo um com fantásticos corais e outro com peixinhos tipo “Nemo” – sucesso entre os pequenos.
Em seguida, pode-se ter a primeira visão do grande tanque, com cardumes de peixes maiores, tubarões assustadores e arraias. A grande área de observação inclui uma pequena arquibancada e um quiosque, onde se pode beber e comer algo. Momento da parada estratégica para o mama… Rsrsrs! Mas o auge da visita é mesmo o túnel, onde o espectador passa por dentro do grande tranque e pode ver os peixes muito de perto, passando por todos os lados.
Na saída, há um corredor com o Museu do Surf e uma exposição com mais de 70 pranchas históricas usadas por profissionais. Por fim, o público encontra uma instalação com a mensagem: “O lixo mata milhões de animais marinhos todos os dias”. Reflexão é necessária, sobretudo se pensamos nas novas gerações, como a da Leandra. O lobby do AquaRio abriga ainda o Dreamland Museu de Cera, o bilhete avulso custa R$ 50 (meia R$ 25).
DICA CARIOCA
A boa deste sábado é a festa virtual Carnaval Remix, comandada por DJ MAM e VJ Ratón, dentro do Festival Sebastiana. Acontece a partir das 21h30 no o canal do YouTube da Sebastiana (@sebastianaoficial) – associação de blocos do Rio. O festival celebra 36 anos de revitalização do carnaval de rua na cidade. A programação rola hoje e amanhã, e inclui rodas de conversa e lives musicais, com blocos como Simpatia é Quase Amor, Suvaco do Cristo, Bloco do Barbas, Carmelitas e Bloco Virtual.
A festa Carnaval Remix traz uma pegada diferente: o projeto do DJ MAM traz releituras “pra pista” de músicas de blocos de todo o País, e já lançou inclusive um álbum. A ligação do artista com o carnaval é antiga: criado no Méier, aprendeu a tocar tamborim aos 8 anos no bloco Unidos da Tocantins. A influência da bateria das escolas sempre esteve no seu trabalho. MAM promete uma festa dançante com ritmos de todo o Brasil, reverenciando mestres como o saudoso Paulo Rafael – guitarrista que acompanhou Alceu Valença por décadas, e nos deixou recentemente. A parte cenográfica e de light design fica a cargo do VJ Ratón.
“Esse evento será um refresco, o início de uma reconexão. Vai ajudar no retorno da cadeia produtiva do carnaval, mas também vai preparar nosso espírito para estarmos próximos de novo. Depois de tanto tempo sem aglomeração, o festival com certeza vai nos aproximar espiritualmente, artisticamente, ludicamente. Desejo que as pessoas possam sentir um pouco desse carinho e que a gente possa diminuir a distância que nos separa através das telas”, DJ MAM.
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