Obras na primeira etapa chegam ao fim, com foco em acessibilidade, tecnologia e conforto
O Teatro Nacional Claudio Santoro, fechado desde 2014, está prestes a reabrir suas portas com a conclusão da primeira etapa de restauração. A reinauguração marca um importante momento para Brasília, com a entrega da modernizada Sala Martins Pena, um espaço que agora se destaca pela acessibilidade, tecnologia de ponta e conforto sonoro.
Com investimento de R$ 70 milhões, a reforma integra o projeto do Governo do Distrito Federal (GDF), realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
Últimas visitas técnicas celebram o progresso das obras
Nesta terça-feira (3), membros do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) realizaram a última visita técnica à Sala Martins Pena, que já está em fase final de limpeza e testes. O diretor de Planejamento da Novacap, Carlos Spies, ressaltou que o espaço está praticamente pronto: “Estamos nas últimas visitas, porque agora entramos na fase de ajustes finais e limpeza geral para a entrega oficial deste espaço tão icônico”.
A visita também contou com representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-DF) e da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF). Para Ricardo Meira, presidente do CAU-DF, o projeto conseguiu equilibrar preservação histórica e modernização: “É um edifício emblemático da obra de Oscar Niemeyer. As equipes foram cuidadosas em preservar suas características originais, ao mesmo tempo em que o adaptaram às necessidades contemporâneas”.
Sala Martins Pena: inovação e tecnologia no coração de Brasília
Inaugurada originalmente em 1966, a Sala Martins Pena foi completamente modernizada para atender aos padrões do século XXI. Entre as inovações, destacam-se:
- Varas de iluminação cênica motorizadas: substituindo o antigo sistema manual, os equipamentos permitem maior versatilidade em espetáculos e shows musicais.
- Conforto acústico: adaptações na reverberação do som melhoraram a experiência sonora, atendendo às demandas da Orquestra Sinfônica e proporcionando alta qualidade auditiva para o público.
- Acessibilidade: a plateia foi remodelada com angulação que garante boa visualização de qualquer ponto, além de incluir espaços reservados para cadeirantes, pessoas com deficiência visual e assentos especiais para pessoas obesas ou com dificuldades de mobilidade.
“A Sala Martins Pena estará no cenário cultural nacional representando Brasília magnificamente. Será a melhor sala da cidade e estará entre as mais qualificadas do Brasil”, afirmou Antonela Solé, diretora-executiva da Solé Associados, empresa responsável pelo projeto.
Contexto: trajetória e desafios da reforma
Fechado há uma década devido a mais de 100 irregularidades apontadas pelo Corpo de Bombeiros e pelo Ministério Público, o Teatro Nacional enfrentou um longo período de espera até o início das obras em dezembro de 2022. A decisão de fracionar o projeto em quatro etapas foi essencial para viabilizar a restauração.
A primeira fase incluiu a reforma da Sala Martins Pena e de seu foyer, além de adequações técnicas para segurança contra incêndios, acessibilidade e melhorias estruturais. As próximas etapas contemplarão as salas Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno, o espaço Dercy Gonçalves e o anexo do teatro.
Um marco para o patrimônio cultural de Brasília
A entrega da Sala Martins Pena simboliza o retorno de um dos maiores ícones culturais de Brasília à cena artística nacional. A modernização do espaço não apenas preserva o legado arquitetônico de Oscar Niemeyer, mas também eleva os padrões técnicos e de conforto do teatro.
Com sua reinauguração, o Teatro Nacional Claudio Santoro retoma o protagonismo como palco de grandes produções culturais e como patrimônio da capital federal, reafirmando sua importância histórica e artística para o Brasil.