O conflito na Ucrânia segue e ontem, Putin assinou anexação de quatro regiões da Ucrânia
As Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk, regiões de Zaporizhzhia e Kherson, agora integram a Federação Russa, conforme documento assinado ontem (5) pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. A anexação formal de mais de 15% do território da Ucrânia foi assinada, mesmo enquanto as forças russas lutavam contra as ofensivas ucranianas em várias regiões.
Para Gunther Rudzit, professor de relações internacionais da ESPM e especialistas em Segurança Internacional e Ásia, o maior impacto se dá na transformação da população em cidadãos russos. “Aqueles que têm ascendência russa, com certeza vão gostar. Mas, aqueles que têm ascendência ucraniana, não”, diz.
A anexação visa justificar a guerra, principalmente agora que as forças russas estão sofrendo derrotas constantes. Para o especialista, politicamente estes territórios passam a ser parte da Federação Russa, e, por isto, com as forças ucranianas avançando, o presidente Putin pode alegar que a integridade territorial do país está em risco e declarar mobilização total. E, no extremo, justificar o uso de uma arma nuclear tática contra essas forças.
“A atitude aumenta a instabilidade de segurança da Europa com o não reconhecimento e mais sanções. Mas, o maior impacto é no eleitorado, que pode ver essa anexação como uma ameaça real, e apoiar seus governos nesse momento de dificuldade com a crise energética”, destaca.