Portadores do HIV têm mais chance de desenvolver doenças cardiovasculares

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Pesquisas realizadas em todo mundo comprovam relação do vírus com doenças cardíacas

Com o avanço tecnológico do tratamento, pessoas soropositivas adquiriram mais qualidade de vida e podem elevar a população de vírus no organismo a um nível indetectável, que segundo estudos, impossibilita a transmissão.  O Dia Mundial da Luta Contra a AIDS foi celebrado no dia 1ª de dezembro. Descoberta em 1981, a endemia já matou mais de 35 milhões de pessoas e o Ministério da Saúde estima que 734 mil convivem com o vírus e 145 mil, não sabem que estão infectadas.

Uma pesquisa nos Estados Unidos publicada no Journal of The American College of Cardiology em 2012, indicou que portadores do HIV são 4,5 vezes mais propensos a morrer por ataque cardíaco do que as pessoas que não tem esse vírus. O cardiologista hemodinamicista do Instituto do Coração de Taguatinga, Ernesto Osterne, explicou que os medicamentos do coquetel antirretroviral facilitam essas reações cardiopatas. “O vírus pode agredir diretamente as células do miocárdio e causar insuficiência cardíaca. Além disso, a doença leva a diversos outros males que afetam a saúde do coração”, pontua o médico.

Em 2010, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no hospital Clementino Fraga Filho, uma análise mostrou que a ocorrência do óbito de pacientes com HIV por problemas cardiometabólicos, como infarto e diabetes. No caso específico das doenças do coração, houve um aumento da mortalidade de quase 8% entre os soropositivos atendidos no hospital, ante 0,8% na população em geral.

Congresso Nacional de vermelho para alertar ações da campanha Dezembro Vermelho. | Créditos: Lula Marques

Ainda segundo o cardiologista, sabe-se que o HIV pode provocar diversas alterações no colesterol de seus portadores, aumentando níveis de triglicérides e colesterol ruim, e também diabetes. Mas é possível seguir o tratamento corretamente e acompanhar de forma segura as alterações cardíacas que podem surgir ao longo da vida do paciente.

“A avaliação profissional é a melhor forma para detectar problemas cardíacos em pacientes com HIV. Por meio de exames simples, como o ecocardiograma, por exemplo, o médico consegue diagnosticar a doença e tem a chance de tratá-la na fase precoce”, explica.

Acesso à informação

De acordo com a UNAIDS, a desinformação é um dos piores inimigos contra a prevenção. As pessoas ainda relacionam HIV com AIDS mesmo um podendo não desencadear o outro. O vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o corpo de doenças, o acometimento pode levar à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e ainda pode ser facilitador para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Para o Organização Mundial de Saúde (OMS), desde a sua descoberta na França, muito se avançou no que diz respeito ao tratamento e à prevenção, mas, ainda assim, a doença, sua evolução e consequências precisam ser melhor entendidas pela população.

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