Pix completa cinco anos como principal ferramenta de inclusão financeira no Brasil

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Foto:: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Cinco anos após seu lançamento, o Pix se consolidou como um dos maiores impulsionadores da digitalização financeira no país. De acordo com o estudo “O Novo Perfil do Consumidor Digital”, realizado pela Koin em parceria com o Datafolha, o sistema já alcança 84% de penetração entre consumidores online, com R$ 2,4 trilhões movimentados entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025 — um crescimento expressivo em relação aos R$ 1,7 trilhão registrado no período anterior.

Mais do que um meio de pagamento, o Pix transformou a relação dos brasileiros com o dinheiro. Atualmente, existem 836 milhões de chaves cadastradas, e 33 milhões de pessoas utilizam o sistema como principal instrumento financeiro, substituindo cartões e boletos. “O Pix se tornou um comportamento, não apenas uma ferramenta. Estamos diante de uma mudança cultural”, afirma Raphael Valente, Diretor de Riscos da Koin.

A ascensão do Pix Parcelado

O estudo também destaca o crescimento do Pix Parcelado, uma modalidade que permite dividir pagamentos sem a necessidade de cartão de crédito, com liquidação imediata para o comerciante e débito direto em conta. Apesar de ainda pouco difundido no varejo — apenas 33% das empresas afirmam conhecer a solução —, a novidade já desperta grande interesse entre os consumidores: 72% dos entrevistados demonstraram disposição para utilizar o recurso em futuras compras.

Para Valente, o Pix Parcelado representa uma democratização do crédito, especialmente para as classes CDE, que tradicionalmente enfrentam dificuldades para acessar o sistema financeiro formal. “Ao trazer o parcelamento para o Pix, ampliamos o poder de escolha do consumidor. É uma revolução silenciosa, que permite compras sem depender de cartões ou bancos tradicionais”, explica.

Influência além das fronteiras brasileiras

O sucesso do Pix tem inspirado outros países da América Latina. Argentina, México e Colômbia já estudam a implementação de sistemas similares, com o apoio de seus bancos centrais. O modelo de pagamentos account to account (A2A), no qual o Pix se baseia, tende a se tornar padrão em economias emergentes, por reduzir custos e eliminar intermediários.

A Koin avalia expandir o Pix Parcelado para outros mercados latino-americanos, em parceria com fintechs e plataformas de e-commerce. O objetivo é adaptar a solução brasileira a regiões com alta informalidade e baixa bancarização — cenário semelhante ao do Brasil antes da chegada do Pix.

“O Pix Parcelado não é apenas uma forma de pagamento, mas a materialização de uma nova fase da economia digital. O Brasil se tornou referência global em pagamentos, e essa inovação pode ser levada para toda a América Latina”, conclui Valente.

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