Data comemorativa deve injetar uma média de R$ 1,62 bilhão na economia
Anualmente, o período de Páscoa é muito esperado pelo comércio nacional por impulsionar a economia no setor. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa é que este ano, aconteça uma queda nas vendas de 2,2%, em comparação com 2020, que já foi considerado negativo com retração de 28,7%. A data comemorativa deve movimentar no varejo, em torno de R$ 1,62 bilhão.
“Se confirmada essa expectativa, vai ser o menor faturamento em 13 anos. Desde 2008 que o faturamento do varejo com a Páscoa não é tão pequeno como esse que a gente está esperando”, disse o economista senior da CNC, Fabio Bentes. As estatísticas mostram que o movimento de vendas da Páscoa é crescente ano a ano até 2019, com pequenas oscilações, e despenca em 2020. O faturamento caiu de R$ 2,33 bilhões, em 2019, para R$ 1,66 bilhão, no ano seguinte.
A variação do dólar cresceu 23% entre a Páscoa de 2020 e a deste ano. A diferença na moeda norte-americana, evidencia a expectativa negativa. A páscoa é um dos momentos mais importantes para o varejo nacional, seguido do Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Black Friday.
“O dólar ficou 23% mais caro”. E como a Páscoa envolve produtos importados ou insumos importados, significa que ou o varejo importava esses produtos e aumentava o preço, ou não importava, argumentou Fabio Bentes. “E a opção que o varejo fez foi reduzir as importações este ano, porque o consumidor brasileiro não aguenta um aumento expressivo de preços, ainda mais para itens não essenciais como esses”.
Produtos
Bentes pontuou que foi em razão desses fatores, que fez com que a importação do chocolate somasse 3 mil toneladas em 2021, menor quantidade desde 2013. Algo parecido ocorreu com o bacalhau, cuja importação ficou na casa das 2,2 mil toneladas, menor patamar desde 2009, disse a CNC.
O economista comentou que “o varejo não apostou na Páscoa deste ano porque percebia que a situação da economia e as conjunções de consumo não iam bem. Isso explica a opção por não importar, em vez de promover reajuste de preços muito acima da média”. A previsão da CNC para o carro-chefe da Páscoa, que são os chocolates, é de alta no preço de 7%, de modo geral.
Bentes destacou que a queda de 2,2%, prevista para a Páscoa de 2021, não pode ser analisada isoladamente. Ela tem que ser contextualizada, levando em consideração o estrago provocado pela crise do ano passado nessa data comemorativa, em decorrência da pandemia de covid-19. “Então, uma queda de 2,2% em cima de uma queda de 28%, a gente está falando de retração de 30% em relação ao que o varejo vendia em 2019”, observou.
*Com informações da Agência Brasil.