Pesquisadores atestam importância da vacina contra a Ômicron
A nova variante da covid-19, Ômicron, deixou o mundo sob alerta mais uma vez. Na última semana, mais de 70 países já haviam anunciado bloqueios parciais ou totais. Por outro lado, cientistas da África do Sul reforçam que as vacinas existentes contra a covid-19 evitam a doença grave com a nova cepa.
Os estudos sobre a Ômicron foram apresentados pela Rede de Vigilância do Genoma da África do Sul (NGS-SA) à Comissão de Saúde do Parlamento.
A cepa pode indicar o início da quarta onda da pandemia, mas os pesquisadores ainda precisam de mais tempo para ajustar os dados e estão focados neste momento em entender a transmissibilidade e o comportamento das vacinas. “A genética da Ômicron é completamente diferente da variante Delta ou das variantes anteriores”, afirmou Richard Lessels, especialista em doenças infectocontagiosas.
Não se sabe o tempo de incubação da nova variante, mas o especialista reforça que “as vacinas são a ferramenta que pode evitar a doença grave e a hospitalização”.
Até o momento, a infecção causada pela Ômicron teria sintomas leves, mas Richard Lessels diz que ainda é cedo “para dizer o nível de periculosidade da Ômicron, porque foi detectada muito recentemente. Não sabemos se vamos ver casos mais graves”.
A nova cepa já está em todas as províncias da África do Sul e os especialistas buscam entender se ela irá substituir a Delta. Em novembro, de 249 sequências, 183 eram da Ômicron, de acordo com o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas da África do Sul.
A Ômicron foi detectada em mais de 20 países, no Brasil, são cinco casos confirmados, dois em Brasília e três em São Paulo.
O que diz a OMS?
Durante a participação na conferência Reuters Next, a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse que a nova variante é muito transmissível, mas o momento deve ser de cautela.
“Até que ponto devemos ficar preocupados? Precisamos estar preparados e cautelosos, não entrar em pânico, porque estamos em uma situação diferente de um ano atrás”, disse Swaminathan.
As vacinas e a familiaridade com as medidas de proteção são aliados importantes contra a Ômicron. Além disso, cientistas seguem em busca de medicamentos para o tratamento da covid-19. E o trabalho dos pesquisadores não pode parar, ainda é preciso entender mais o comportamento da nova variante que foi detectada no mês passado na África do Sul.
A OMS reforça o pedido aos países para aumentar a capacidade dos sistemas de saúde e claro, seguir vacinando as pessoas, essa seria uma estratégia mais eficiente do que o fechamento das fronteiras.
“A Delta é responsável por 99% das infecções ao redor do mundo. Essa variante teria que ser mais transmissível para competir e se tornar dominante em todo o mundo. É possível, mas não há como prever”, acrescentou.
*Com informações da Agência Brasil