Negros são 60% da força de trabalho no DF, mas o preconceito no mercado ainda resiste

Foto: Freepik

Vamos falar de preconceito no mercado de trabalho? Com auxílio da especialista Michelle Heringer é hora de entender a desigualdade enfrentada pelos trabalhadores negros

A discrepância salarial entre trabalhadores negros e não negros no Distrito Federal expõe uma realidade persistente e preocupante: embora representem cerca de 60% da força de trabalho na região, os negros ocupam, em sua maioria, cargos de menores salários e prestígio. O cenário reflete o impacto das desigualdades históricas e sociais, que, mesmo em um contexto de representatividade expressiva, ainda impõe barreiras ao avanço econômico e profissional desta população.

Segundo a advogada Dra. Michelle Heringer, especialista em gerenciamento e prevenção ao assédio e à discriminação no trabalho, a questão está enraizada em fatores como racismo estrutural e segregação histórica no acesso à educação e oportunidades. “Essa disparidade é alimentada por fatores como o racismo estrutural, a segregação histórica no acesso à educação de qualidade e a concentração de oportunidades de emprego qualificadas em setores pouco acessíveis a essa parcela da população”, destaca.

O problema vai além da entrada no mercado de trabalho e atinge, também, a progressão nas carreiras. Para a Dra. Heringer, a superação dessa desigualdade exige mudanças estruturais tanto no setor público quanto no privado. “Investir em programas de inclusão, priorizando ações afirmativas como cotas em processos seletivos e incentivos à formação técnica e superior para trabalhadores negros, é fundamental”, explica.

Para a advogada, as empresas têm papel central nesse processo: “Criar mecanismos de monitoramento salarial, promover a transparência e garantir uma cultura organizacional que valorize a diversidade são passos essenciais para promover um ambiente mais igualitário.” A busca pela equidade salarial não é apenas uma questão de justiça social, mas também de desenvolvimento sustentável.

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